Questões
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Texto para a questão
A frase
O melhor texto de publicidade que já vi era assim: uma foto colorida de uma garrafa de uísque Chivas Regal e, embaixo, uma única frase: “O Chivas Regal dos uísques”.
O anúncio é americano. Em alguns anuários de propaganda, desses que a gente folheia nas agências em busca de ideias originais na esperança de que o cliente não tenha o mesmo anuário, deve aparecer o nome do autor do texto. No dia em que eu descobrir quem é, mando um telegrama com uma única palavra. Um palavrão. Que tanto pode expressar surpresa quanto admiração, inveja, submissão ou raiva. No meu caso, significará tudo ao mesmo tempo.
Duvido que o autor da frase receba o telegrama. O cara que escreveu um anúncio assim não recebe mais telegramas. Não atende mais nem a porta. Não se mexe da cadeira. Não lê mais nada, não vê televisão, não vai a cinema e fala somente o indispensável. Passa o dia sentado, de pernas cruzadas, com o olhar perdido. Alimenta-se de coisas vagamente brancas e bebe champanhe brut em copos de tulipa. Com um leve sorriso nos cantos da boca.
(Luís Fernando Veríssimo in Comédia da vida privada)
“No dia em que descobrir quem é, mando um telegrama com uma única palavra. Um palavrão.”
No ambiente em que ocorre, a expressão palavrão tende a ser interpretada como
Texto para a questão
A frase
O melhor texto de publicidade que já vi era assim: uma foto colorida de uma garrafa de uísque Chivas Regal e, embaixo, uma única frase: “O Chivas Regal dos uísques”.
O anúncio é americano. Em alguns anuários de propaganda, desses que a gente folheia nas agências em busca de ideias originais na esperança de que o cliente não tenha o mesmo anuário, deve aparecer o nome do autor do texto. No dia em que eu descobrir quem é, mando um telegrama com uma única palavra. Um palavrão. Que tanto pode expressar surpresa quanto admiração, inveja, submissão ou raiva. No meu caso, significará tudo ao mesmo tempo.
Duvido que o autor da frase receba o telegrama. O cara que escreveu um anúncio assim não recebe mais telegramas. Não atende mais nem a porta. Não se mexe da cadeira. Não lê mais nada, não vê televisão, não vai a cinema e fala somente o indispensável. Passa o dia sentado, de pernas cruzadas, com o olhar perdido. Alimenta-se de coisas vagamente brancas e bebe champanhe brut em copos de tulipa. Com um leve sorriso nos cantos da boca.
(Luís Fernando Veríssimo in Comédia da vida privada)
No excerto reside, implícita, uma avaliação negativa sobre a criatividade dos profissionais de propaganda, uma vez que a expressão “ideias originais” adquire, no contexto, conotação
Texto para a questão
“Imagina tu, leitor, uma redução dos séculos e um desfilar de todos eles, as raças todas, todas as paixões, o tumulto dos impérios, a guerra dos apetites e dos ódios, a destruição recíproca dos seres e das coisas. Tal era o espetáculo.”
(Machado de Assis, in Memórias póstumas de Brás Cubas)
A “conversa com o leitor”, característica da literatura de Machado de Assis, se materializa no excerto por meio de um mecanismo sintático:
Texto para a questão
“Imagina tu, leitor, uma redução dos séculos e um desfilar de todos eles, as raças todas, todas as paixões, o tumulto dos impérios, a guerra dos apetites e dos ódios, a destruição recíproca dos seres e das coisas. Tal era o espetáculo.”
(Machado de Assis, in Memórias póstumas de Brás Cubas)
“Tal era o espetáculo”.
A visão aterradora do espetáculo é construída numa gradação que parte
Texto para a questão
Sendo professora de inglês há tanto tempo, você não tem noção da quantidade de vezes que já me fizeram perguntas do tipo: “Será que eu vou conseguir falar igualzinho um nativo?” ou “teacher, os americanos percebem que você é brasileira?”. A preocupação em “falar como um nativo” sempre foi algo muito presente entre os aprendizes do idioma.
(Carina Fragozo, Sou péssimo em inglês)
Em face do contexto em que ocorre, na pergunta “teacher, os americanos percebem que você é brasileira?” reside, implícita (o)
Texto para a questão
Papel passado
Grileiro é o sujeito que clama para si a posse de uma terra pública de forma fraudulenta. Esse processo de regulamentação forjada envolve a falsificação de documentos de posse, a chamada grilagem — numa referência ao costume ancestral de colocar escrituras de posse na gaveta junto com grilos, de modo que o papel fique carcomido, com aparência de algo antigo. Esse costume não existe mais. Mas a grilagem segue firme.
(Super, outubro de 2019)
O texto registra um juízo de valor sobre a ocupação de terras, deixando clara a rejeição ao processo que permeia essa ocupação.
Essa rejeição se explicita