Leia o trecho a seguir para responder à questão:
Os gatos têm a má fama de serem ariscos, esquivos, indiferentes; de não darem a mínima para o seu dono e de serem altivos até a intolerável arrogância. Em síntese, seriam verdadeiras ilhas. Por que tantos atributos negativos ao membro mais inofensivo da família dos felídeos? Talvez pela independência desses bichos. Por isso, muita gente os despreza e mesmo os detesta. Os gatos não fazem festa nem estardalhaço, não são excessivamente carentes de afeto, podem dormir e sonhar por um século e esquecer o mundo ao redor. Um dia, encontrei um bichaninho perto do edifico em que morava. Levei-o para o apartamento, onde foi um hóspede discreto. Curioso, olhava-me quando eu tomava café, segurando a asa da xícara. Esqueci-me de dizer: chamava-se Leon e era um gato de grande caráter.
(Milton Hatoum, “Elegia a um felino”, no livro Um solitário à espreita, p. 209-210. Texto adaptado.)
Observe os trechos a seguir: “seriam verdadeiras ilhas”, “podem dormir e sonhar por um século” e “olhavame quando eu tomava café, segurando a asa da xícara”. Neles estão expressas, respectivamente, as seguintes figuras de linguagem: