A tragédia revela o desejo do herói em busca de segurança e felicidade, entretanto, em sua caminhada, ele se dirige a um destino maior que suas forças, sucumbindo à desgraça. Em Édipo Rei e em Hamlet, o ato trágico inaugural se estrutura em torno da figura paterna. As duas tragédias encenam a violação da lei de proibição do assassinato do pai (parricídio). A transgressão da lei instaura o ato trágico, que produz a consequência de se habitar um mundo desgovernado, pois a lei — não matar o pai — porta a estrutura fundante da civilização. Essas duas tragédias foram motivo de interesse para o fundador da psicanálise, Freud, que via nelas o retorno do recalcado. A vingança nesses textos é mais antiga do que mostram as tragédias: trata-se de desejos recalcados que polarizam a criança entre o amor e o ódio pelo pai. O conflito encenado no palco produz no espectador um sentimento de identificação que ele aceita como parte de sua realidade, o que já fora estudado pelo filósofo grego Aristóteles como parte do seu conceito de catarse.
Tendo esse texto como referência inicial, julgue o item seguinte, a respeito dos gêneros teatrais.
O Teatro do oprimido, de Augusto Boal, propõe-se a colocar o sujeito como protagonista de sua realidade, tanto em nível estético quanto político.
[1] Comunidade das pequenas salas de cinema, não muita
gente, e a que houver tocada em cheio como o coração tocado
por um dedo vibrante, tocada, a pequena assembleia humana,
[4] por um sopro noturno, uma ação estelar. Não se vai lá em
busca de catarse direta, mas de arrebatamento, cegueira, transe.
Vão alguns em busca de beleza, dizem. É uma ciência de ritmo,
[7] ciclo, luz miraculosamente regulada, uma ciência de espessura
e transparência da matéria? De todos os pontos da trama
luminosa, ao fundo da assembleia sentadamente muda
[10] morrendo e ressuscitando segundo a respiração na noite das
salas, a mão instruída nas coisas mostra, rodando
quintuplamente esperta, a volta do mundo, a passagem de
[13] campo a campo, fogo, ar, terra, água, éter, verdade
transmutada, forma. (...)
A escrita não substitui o cinema nem o imita, mas a
[16] técnica do cinema, enquanto ofício propiciatório, suscita
modos esferográficos de fazer e celebrar. Olhos
contempladores e pensadores, mão em mãos seriais,
[19] movimento, montagem da sensibilidade, música vista (ouçam
também com os olhos!) (...) O arroubo é uma atenção votada às
miúdas cumplicidades com o mundo, o mundo em frases, em
[22] linhas fosforescentes, em texto revelado, como se diz que se
revela uma fotografia ou se revela um segredo. O poema, o
cinema, são inspirados porque se fundam na minúcia e no rigor
[25] das técnicas da atenção ardente.
Alimentamo-nos de imagens emendadas,
representações conjugadas simbolicamente, pontos fortes e
[28] luminosos, pensamentos bucais (...). A imagem é um ato pelo
qual se transforma a realidade, é uma gramática profunda no
sentido em que refere que o desejo é profundo, e profunda a
[31] morte, e a vida ressurrecta.
Herberto Helder Cinemas In: Relâmpago: Revista de Poesia n º 3, 1998, p 7-8 (com adaptações)
Com relação ao texto Cinemas, do poeta português Herberto Helder, e a aspectos a ele relacionados, julgue o item.
Apesar de as palavras “sentadamente” (l.9) e “quintuplamente” (l.12) não serem formas próprias da língua portuguesa, é possível inferir seu significado e sua função sintática a partir do contexto em que aparecem.
[1] Comunidade das pequenas salas de cinema, não muita
gente, e a que houver tocada em cheio como o coração tocado
por um dedo vibrante, tocada, a pequena assembleia humana,
[4] por um sopro noturno, uma ação estelar. Não se vai lá em
busca de catarse direta, mas de arrebatamento, cegueira, transe.
Vão alguns em busca de beleza, dizem. É uma ciência de ritmo,
[7] ciclo, luz miraculosamente regulada, uma ciência de espessura
e transparência da matéria? De todos os pontos da trama
luminosa, ao fundo da assembleia sentadamente muda
[10] morrendo e ressuscitando segundo a respiração na noite das
salas, a mão instruída nas coisas mostra, rodando
quintuplamente esperta, a volta do mundo, a passagem de
[13] campo a campo, fogo, ar, terra, água, éter, verdade
transmutada, forma. (...)
A escrita não substitui o cinema nem o imita, mas a
[16] técnica do cinema, enquanto ofício propiciatório, suscita
modos esferográficos de fazer e celebrar. Olhos
contempladores e pensadores, mão em mãos seriais,
[19] movimento, montagem da sensibilidade, música vista (ouçam
também com os olhos!) (...) O arroubo é uma atenção votada às
miúdas cumplicidades com o mundo, o mundo em frases, em
[22] linhas fosforescentes, em texto revelado, como se diz que se
revela uma fotografia ou se revela um segredo. O poema, o
cinema, são inspirados porque se fundam na minúcia e no rigor
[25] das técnicas da atenção ardente.
Alimentamo-nos de imagens emendadas,
representações conjugadas simbolicamente, pontos fortes e
[28] luminosos, pensamentos bucais (...). A imagem é um ato pelo
qual se transforma a realidade, é uma gramática profunda no
sentido em que refere que o desejo é profundo, e profunda a
[31] morte, e a vida ressurrecta.
Herberto Helder Cinemas In: Relâmpago: Revista de Poesia n º 3, 1998, p 7-8 (com adaptações)
Com relação ao texto Cinemas, do poeta português Herberto Helder, e a aspectos a ele relacionados, julgue o item.
No primeiro parágrafo do texto, o autor lamenta que o cinema seja uma manifestação cultural de pequeno alcance, apreciada apenas pelas elites da sociedade.
[1] Comunidade das pequenas salas de cinema, não muita
gente, e a que houver tocada em cheio como o coração tocado
por um dedo vibrante, tocada, a pequena assembleia humana,
[4] por um sopro noturno, uma ação estelar. Não se vai lá em
busca de catarse direta, mas de arrebatamento, cegueira, transe.
Vão alguns em busca de beleza, dizem. É uma ciência de ritmo,
[7] ciclo, luz miraculosamente regulada, uma ciência de espessura
e transparência da matéria? De todos os pontos da trama
luminosa, ao fundo da assembleia sentadamente muda
[10] morrendo e ressuscitando segundo a respiração na noite das
salas, a mão instruída nas coisas mostra, rodando
quintuplamente esperta, a volta do mundo, a passagem de
[13] campo a campo, fogo, ar, terra, água, éter, verdade
transmutada, forma. (...)
A escrita não substitui o cinema nem o imita, mas a
[16] técnica do cinema, enquanto ofício propiciatório, suscita
modos esferográficos de fazer e celebrar. Olhos
contempladores e pensadores, mão em mãos seriais,
[19] movimento, montagem da sensibilidade, música vista (ouçam
também com os olhos!) (...) O arroubo é uma atenção votada às
miúdas cumplicidades com o mundo, o mundo em frases, em
[22] linhas fosforescentes, em texto revelado, como se diz que se
revela uma fotografia ou se revela um segredo. O poema, o
cinema, são inspirados porque se fundam na minúcia e no rigor
[25] das técnicas da atenção ardente.
Alimentamo-nos de imagens emendadas,
representações conjugadas simbolicamente, pontos fortes e
[28] luminosos, pensamentos bucais (...). A imagem é um ato pelo
qual se transforma a realidade, é uma gramática profunda no
sentido em que refere que o desejo é profundo, e profunda a
[31] morte, e a vida ressurrecta.
Herberto Helder Cinemas In: Relâmpago: Revista de Poesia n º 3, 1998, p 7-8 (com adaptações)
Com relação ao texto Cinemas, do poeta português Herberto Helder, e a aspectos a ele relacionados, julgue o item.
De acordo com o segundo parágrafo, o cinema é uma arte mais complexa do que as artes exclusivamente verbais ou sonoras, uma vez que, nos filmes, o texto é declarado e a música pode ser vista.
[1] Comunidade das pequenas salas de cinema, não muita
gente, e a que houver tocada em cheio como o coração tocado
por um dedo vibrante, tocada, a pequena assembleia humana,
[4] por um sopro noturno, uma ação estelar. Não se vai lá em
busca de catarse direta, mas de arrebatamento, cegueira, transe.
Vão alguns em busca de beleza, dizem. É uma ciência de ritmo,
[7] ciclo, luz miraculosamente regulada, uma ciência de espessura
e transparência da matéria? De todos os pontos da trama
luminosa, ao fundo da assembleia sentadamente muda
[10] morrendo e ressuscitando segundo a respiração na noite das
salas, a mão instruída nas coisas mostra, rodando
quintuplamente esperta, a volta do mundo, a passagem de
[13] campo a campo, fogo, ar, terra, água, éter, verdade
transmutada, forma. (...)
A escrita não substitui o cinema nem o imita, mas a
[16] técnica do cinema, enquanto ofício propiciatório, suscita
modos esferográficos de fazer e celebrar. Olhos
contempladores e pensadores, mão em mãos seriais,
[19] movimento, montagem da sensibilidade, música vista (ouçam
também com os olhos!) (...) O arroubo é uma atenção votada às
miúdas cumplicidades com o mundo, o mundo em frases, em
[22] linhas fosforescentes, em texto revelado, como se diz que se
revela uma fotografia ou se revela um segredo. O poema, o
cinema, são inspirados porque se fundam na minúcia e no rigor
[25] das técnicas da atenção ardente.
Alimentamo-nos de imagens emendadas,
representações conjugadas simbolicamente, pontos fortes e
[28] luminosos, pensamentos bucais (...). A imagem é um ato pelo
qual se transforma a realidade, é uma gramática profunda no
sentido em que refere que o desejo é profundo, e profunda a
[31] morte, e a vida ressurrecta.
Herberto Helder Cinemas In: Relâmpago: Revista de Poesia n º 3, 1998, p 7-8 (com adaptações)
Com relação ao texto Cinemas, do poeta português Herberto Helder, e a aspectos a ele relacionados, julgue o item.
Depreende-se do emprego da primeira pessoa do plural no trecho “Alimentamo-nos” (l.26) que o autor inclui-se entre os espectadores de cinema.
[1] Comunidade das pequenas salas de cinema, não muita
gente, e a que houver tocada em cheio como o coração tocado
por um dedo vibrante, tocada, a pequena assembleia humana,
[4] por um sopro noturno, uma ação estelar. Não se vai lá em
busca de catarse direta, mas de arrebatamento, cegueira, transe.
Vão alguns em busca de beleza, dizem. É uma ciência de ritmo,
[7] ciclo, luz miraculosamente regulada, uma ciência de espessura
e transparência da matéria? De todos os pontos da trama
luminosa, ao fundo da assembleia sentadamente muda
[10] morrendo e ressuscitando segundo a respiração na noite das
salas, a mão instruída nas coisas mostra, rodando
quintuplamente esperta, a volta do mundo, a passagem de
[13] campo a campo, fogo, ar, terra, água, éter, verdade
transmutada, forma. (...)
A escrita não substitui o cinema nem o imita, mas a
[16] técnica do cinema, enquanto ofício propiciatório, suscita
modos esferográficos de fazer e celebrar. Olhos
contempladores e pensadores, mão em mãos seriais,
[19] movimento, montagem da sensibilidade, música vista (ouçam
também com os olhos!) (...) O arroubo é uma atenção votada às
miúdas cumplicidades com o mundo, o mundo em frases, em
[22] linhas fosforescentes, em texto revelado, como se diz que se
revela uma fotografia ou se revela um segredo. O poema, o
cinema, são inspirados porque se fundam na minúcia e no rigor
[25] das técnicas da atenção ardente.
Alimentamo-nos de imagens emendadas,
representações conjugadas simbolicamente, pontos fortes e
[28] luminosos, pensamentos bucais (...). A imagem é um ato pelo
qual se transforma a realidade, é uma gramática profunda no
sentido em que refere que o desejo é profundo, e profunda a
[31] morte, e a vida ressurrecta.
Herberto Helder Cinemas In: Relâmpago: Revista de Poesia n º 3, 1998, p 7-8 (com adaptações)
Com relação ao texto Cinemas, do poeta português Herberto Helder, e a aspectos a ele relacionados, julgue o item.
A partir da construção de cenários artificiais ou virtuais ou por meio da utilização de lugares reais, o cinema se apropria do espaço geográfico para criar novas possibilidades de leituras, permitindo compreender a organização socioespacial das sociedades, sejam elas reais ou fictícias.