INSTRUÇÃO: Leia os trechos da obra Vidas Secas do escritor alagoano Graciliano Ramos, destaque da chamada 'geração de 30º, e responda à questão.
CONTAS
Fabiano recebia na partilha a quarta parte dos bezerros e a terça dos cabritos. Mas como não tinha roça e
apenas se limitava a semear na vazante uns punhados de feijão e milho, comia da feira, desfazia-se dos animais, não
chegava a ferrar um bezerro ou assinar a orelha de um cabrito.
Se pudesse economizar durante alguns meses, levantaria a cabeça. Forjara planos. Tolice, quem é do chão
[5] não se trepa. Consumidos os legumes, roidas as espigas de milho, recorria à gaveta do amo, cedia por preço baixo o
produto das sortes. Resmungava, rezingava, numa aflição tentando espichar os recursos minguados, engasgava-se,
engolia em seco. Transigindo com outro, não seria roubado tão descaradamente. Mas reccava ser expulso da
fazenda. E rendia-se. Aceitava o cobre e ouvia conselhos. Era bom pensar no futuro, criar juizo. Ficava de boca
aberta, vermelho, o pescoço inchando. De repente estourava:
[10] - Conversa. Dinheiro anda num cavalo e ninguém pode viver sem comer. Quem é do chão não se trepa.
Pouco a pouco o ferro do proprietário queimava os bichos de Fabiano. E quando não tinha mais nada para
vender, o sertanejo endividava-se. Ao chegar a partilha, estava encalacrado, e na hora das contas davam-lhe uma
ninharia. [...)
FUGA
A vida na fazenda se tornara dificil. Sinhá Vitória benzia-se tremendo, manejava o rosário, mexia os beiços
[15] rezando rezas desesperadas. Encolhido no banco do copiar, Fabiano espiava a caatinga amarela, onde as folhas
secas se pulverizavam, trituradas pelos redemoinhos, e os garranchos se torciam negros, torrados. No céu azul as
últimas arribações tinham desaparecido. Pouco a pouco os bichos se finavam devorados pelo carrapato. Fabiano
resistia, pedindo a Deus um milagre.
Mas quando a fazenda se despovoou, viu que tudo estava perdido, combinou a viagem com a mulher,
[20] matou o bezerro morrinhento que possuiam, salgou a carne, largou-se com a família, sem se despedir do amo. Não
poderia nunca liquidar aquela divida exagerada. Só lhe restava jogar-se ao mundo, como negro fugido.
(RAMOS, Graciliano. Vidas Secas. São Paulo: Editora Record, 1994, p. 92 e 116.)
Considerando a análise de Antonio Candido e a leitura dos trechos acima, que idéia NÃO se justifica pela construção da obra?
INSTRUÇÃO: Leia os trechos da obra Vidas Secas do escritor alagoano Graciliano Ramos, destaque da chamada 'geração de 30º, e responda à questão.
CONTAS
Fabiano recebia na partilha a quarta parte dos bezerros e a terça dos cabritos. Mas como não tinha roça e
apenas se limitava a semear na vazante uns punhados de feijão e milho, comia da feira, desfazia-se dos animais, não
chegava a ferrar um bezerro ou assinar a orelha de um cabrito.
Se pudesse economizar durante alguns meses, levantaria a cabeça. Forjara planos. Tolice, quem é do chão
[5] não se trepa. Consumidos os legumes, roidas as espigas de milho, recorria à gaveta do amo, cedia por preço baixo o
produto das sortes. Resmungava, rezingava, numa aflição tentando espichar os recursos minguados, engasgava-se,
engolia em seco. Transigindo com outro, não seria roubado tão descaradamente. Mas reccava ser expulso da
fazenda. E rendia-se. Aceitava o cobre e ouvia conselhos. Era bom pensar no futuro, criar juizo. Ficava de boca
aberta, vermelho, o pescoço inchando. De repente estourava:
[10] - Conversa. Dinheiro anda num cavalo e ninguém pode viver sem comer. Quem é do chão não se trepa.
Pouco a pouco o ferro do proprietário queimava os bichos de Fabiano. E quando não tinha mais nada para
vender, o sertanejo endividava-se. Ao chegar a partilha, estava encalacrado, e na hora das contas davam-lhe uma
ninharia. [...)
FUGA
A vida na fazenda se tornara dificil. Sinhá Vitória benzia-se tremendo, manejava o rosário, mexia os beiços
[15] rezando rezas desesperadas. Encolhido no banco do copiar, Fabiano espiava a caatinga amarela, onde as folhas
secas se pulverizavam, trituradas pelos redemoinhos, e os garranchos se torciam negros, torrados. No céu azul as
últimas arribações tinham desaparecido. Pouco a pouco os bichos se finavam devorados pelo carrapato. Fabiano
resistia, pedindo a Deus um milagre.
Mas quando a fazenda se despovoou, viu que tudo estava perdido, combinou a viagem com a mulher,
[20] matou o bezerro morrinhento que possuiam, salgou a carne, largou-se com a família, sem se despedir do amo. Não
poderia nunca liquidar aquela divida exagerada. Só lhe restava jogar-se ao mundo, como negro fugido.
(RAMOS, Graciliano. Vidas Secas. São Paulo: Editora Record, 1994, p. 92 e 116.)
A expressividade da linguagem de Graciliano também se revela pelo uso de personificação e aliteração. Marque o exemplo em que estão presentes as duas figuras.
INSTRUÇÃO: Leia os trechos da obra Vidas Secas do escritor alagoano Graciliano Ramos, destaque da chamada 'geração de 30º, e responda à questão.
CONTAS
Fabiano recebia na partilha a quarta parte dos bezerros e a terça dos cabritos. Mas como não tinha roça e
apenas se limitava a semear na vazante uns punhados de feijão e milho, comia da feira, desfazia-se dos animais, não
chegava a ferrar um bezerro ou assinar a orelha de um cabrito.
Se pudesse economizar durante alguns meses, levantaria a cabeça. Forjara planos. Tolice, quem é do chão
[5] não se trepa. Consumidos os legumes, roidas as espigas de milho, recorria à gaveta do amo, cedia por preço baixo o
produto das sortes. Resmungava, rezingava, numa aflição tentando espichar os recursos minguados, engasgava-se,
engolia em seco. Transigindo com outro, não seria roubado tão descaradamente. Mas reccava ser expulso da
fazenda. E rendia-se. Aceitava o cobre e ouvia conselhos. Era bom pensar no futuro, criar juizo. Ficava de boca
aberta, vermelho, o pescoço inchando. De repente estourava:
[10] - Conversa. Dinheiro anda num cavalo e ninguém pode viver sem comer. Quem é do chão não se trepa.
Pouco a pouco o ferro do proprietário queimava os bichos de Fabiano. E quando não tinha mais nada para
vender, o sertanejo endividava-se. Ao chegar a partilha, estava encalacrado, e na hora das contas davam-lhe uma
ninharia. [...)
FUGA
A vida na fazenda se tornara dificil. Sinhá Vitória benzia-se tremendo, manejava o rosário, mexia os beiços
[15] rezando rezas desesperadas. Encolhido no banco do copiar, Fabiano espiava a caatinga amarela, onde as folhas
secas se pulverizavam, trituradas pelos redemoinhos, e os garranchos se torciam negros, torrados. No céu azul as
últimas arribações tinham desaparecido. Pouco a pouco os bichos se finavam devorados pelo carrapato. Fabiano
resistia, pedindo a Deus um milagre.
Mas quando a fazenda se despovoou, viu que tudo estava perdido, combinou a viagem com a mulher,
[20] matou o bezerro morrinhento que possuiam, salgou a carne, largou-se com a família, sem se despedir do amo. Não
poderia nunca liquidar aquela divida exagerada. Só lhe restava jogar-se ao mundo, como negro fugido.
(RAMOS, Graciliano. Vidas Secas. São Paulo: Editora Record, 1994, p. 92 e 116.)
No parágrafo: Fabiano recebia na partilha a quarta parte dos bezerros e a terça dos cabritos. Mas como não tinha roça e apenas se limitava a semear na vazante uns punhados de feijão e milho, comia da feira, desfazia-se dos animais, não chegava a ferrar um bezerro ou assinar a orelha de um cabrito., a conjunção Mas introduz o segundo período com idéia de oposição ao anterior.
Que oração apresenta o correspondente verbo antitético?
INSTRUÇÃO: Leia os trechos da obra Vidas Secas do escritor alagoano Graciliano Ramos, destaque da chamada 'geração de 30º, e responda à questão.
CONTAS
Fabiano recebia na partilha a quarta parte dos bezerros e a terça dos cabritos. Mas como não tinha roça e
apenas se limitava a semear na vazante uns punhados de feijão e milho, comia da feira, desfazia-se dos animais, não
chegava a ferrar um bezerro ou assinar a orelha de um cabrito.
Se pudesse economizar durante alguns meses, levantaria a cabeça. Forjara planos. Tolice, quem é do chão
[5] não se trepa. Consumidos os legumes, roidas as espigas de milho, recorria à gaveta do amo, cedia por preço baixo o
produto das sortes. Resmungava, rezingava, numa aflição tentando espichar os recursos minguados, engasgava-se,
engolia em seco. Transigindo com outro, não seria roubado tão descaradamente. Mas reccava ser expulso da
fazenda. E rendia-se. Aceitava o cobre e ouvia conselhos. Era bom pensar no futuro, criar juizo. Ficava de boca
aberta, vermelho, o pescoço inchando. De repente estourava:
[10] - Conversa. Dinheiro anda num cavalo e ninguém pode viver sem comer. Quem é do chão não se trepa.
Pouco a pouco o ferro do proprietário queimava os bichos de Fabiano. E quando não tinha mais nada para
vender, o sertanejo endividava-se. Ao chegar a partilha, estava encalacrado, e na hora das contas davam-lhe uma
ninharia. [...)
FUGA
A vida na fazenda se tornara dificil. Sinhá Vitória benzia-se tremendo, manejava o rosário, mexia os beiços
[15] rezando rezas desesperadas. Encolhido no banco do copiar, Fabiano espiava a caatinga amarela, onde as folhas
secas se pulverizavam, trituradas pelos redemoinhos, e os garranchos se torciam negros, torrados. No céu azul as
últimas arribações tinham desaparecido. Pouco a pouco os bichos se finavam devorados pelo carrapato. Fabiano
resistia, pedindo a Deus um milagre.
Mas quando a fazenda se despovoou, viu que tudo estava perdido, combinou a viagem com a mulher,
[20] matou o bezerro morrinhento que possuiam, salgou a carne, largou-se com a família, sem se despedir do amo. Não
poderia nunca liquidar aquela divida exagerada. Só lhe restava jogar-se ao mundo, como negro fugido.
(RAMOS, Graciliano. Vidas Secas. São Paulo: Editora Record, 1994, p. 92 e 116.)
Indique a oração do excerto de CONTAS em que o conector e introduz idéia de conseqüência em relação à oração anterior.