O que assegura o reconhecimento desse texto em quadrinhos como prefácio é o(a)
Um asteroide de cerca de um mil metros de diâmetro, viajando a 288 mil quilômetros por hora, passou a uma distância insignificante — em termos cósmicos — da Terra, pouco mais do dobro da distância que nos separa da Lua. Segundo os cálculos matemáticos, o asteroide cruzou a órbita da Terra e somente não colidiu porque ela não estava naquele ponto de interseção. Se ele tivesse sido capturado pelo campo gravitacional do nosso planeta e colidido, o impacto equivaleria a 40 bilhões de toneladas de TNT, ou o equivalente à explosão de 40 mil bombas de hidrogênio, conforme calcularam os computadores operados pelos astrônomos do programa de Exploração do Sistema Solar da Nasa; se caísse no continente, abriria uma cratera de cinco quilômetros, no mínimo, e destruiria tudo o que houvesse num raio de milhares de outros: se desabasse no oceano, provocaria maremotos que devastariam imensas regiões costeiras. Enfim, uma visão do Apocalipse.
Disponível em. http://bdjur.stj.jus.br. Acesso em: 23 abr. 2010.
Qual estratégia caracteriza o texto como uma notícia alarmante?
A draga
A gente não sabia se aquela draga tinha nascido ai, no
Porto, como um pé de árvore ou uma duna.
— E que fosse uma casa de peixes?
meia dúzia de loucos e bêbados moravam dentro dela,
enraizados em suas ferragens.
Dos viventes da draga era um o meu amigo Mário-pega-
-sapo.
[...]
Quando Mário morreu, um literato oficial, em necrológio
caprichado, chamou-o de Mário-Captura-Sapo! Ai que dor!
Ao literato cujo fazia-lhe nojo a forma coloquial.
Queria captura em vez de pega para não macular (sic) a
língua nacional lá dele...
[...]
Da velha draga
Abrigo de vagabundos e de bêbados, restaram as
expressões: estar na draga, viver na draga por estar sem
dinheiro, viver na miséria
Que ora ofereço ao filólogo Aurélio Buarque de Hollanda
Para que as registre em seus léxicos
Pois que o povo já as registrou.
BARROS, M. Gramática expositiva do chão poesia quase toda Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1990 (fragmento)
Ao criticar o preciosismo linguístico do literato e ao sugerir a dicionarização de expressões locais, o poeta expressa uma concepção de língua que
O documentário O menino que fez um museu, direção de Sérgio Utsch, produção independente de brasileiros e britânicos, gravado no Nordeste em 2016, mais precisamente no distrito Dom Quintino, zona rural do Crato, foi premiado em Londres, pela Foreign Press Association (FPA), a associação de correspondentes estrangeiros mais antiga do mundo, fundada em 1888.
De acordo com o diretor, O menino que fez um museu foi o único trabalho produzido por equipes fora do eixo Estados Unidos-Europa entre os finalistas. O documentário conta a história de um Brasil profundo, desconhecido até mesmo por muitos brasileiros. É apresentado com o carisma de Pedro Lucas Feitosa, 11 anos.
Quando tinha 10 anos, Pedro Lucas criou o Museu de Luiz Gonzaga, que fica no distrito de Dom Quintino. A ideia surgiu após uma visita que o garoto fez, em 2013, quando tinha 8 anos, ao Museu do Gonzagão, em Exu, Pernambuco. Pedro decidiu criar o próprio lugar de exposição para homenagear o rei e o local escolhido foi a casa da sua bisavó já falecida, que fica ao lado da casa dele, na rua Alto de Antena.
Disponível em www.opovo.com.br. Acesso em 18 abr 2018
No segundo parágrafo, uma citação afirma que o documentário “foi o único trabalho produzido por equipes fora do eixo Estados Unidos-Europa entre os finalistas”.
No texto, esse recurso expressa uma estratégia argumentativa que reforça a
Intenso e original, Son of Saul retrata horror do holocausto
Centenas de filmes sobre o holocausto já foram produzidos em diversos países do mundo, mas nenhum é tão intenso como o húngaro Son of Saul, do estreante em longa-metragens Lászió Nemes, vencedor do Grande Prêmio do Júri no último Festival de Cannes.
Ao contrário da grande maioria das produções do gênero, que costuma oferecer uma variedade de Informações didáticas e não raro cruza diferentes pontos de vista sobre o horror do campo de concentração, o filme acompanha apenas um personagem.
Ele é Saul (Géza Róhrig), um dos encarregados de conduzir as execuções de judeus como ele que, por um dia e meio, luta obsessivamente para que um menino já morto — que pode ou não ser seu filho — tenha um enterro digno e não seja simplesmente incinerado.
O acompanhamento da jornada desse prisioneiro é no sentido mais literal que o cinema pode proporcionar: a câmera está o tempo todo com o personagem, seja por sobre seus ombros, seja com um close em primeiro plano ou em sua visão subjetiva. O que se passa ao seu redor é secundário, muitas vezes desfocado.
Saul percorre diferentes divisões de Auschwitz à procura de um rabino que possa conduzir o enterro da criança, e por isso pouco se envolve nos planos de fuga que os companheiros tramam e, quando o faz, geralmente atrapalha. “Você abandonou os vivos para cuidar de um morto”, acusa um deles.
Ver toda essa via crucis é por vezes duro e exige certa entrega do espectador, mas certamente é daquelas experiências cinematográficas que permanecem na cabeça por muito tempo.
O longa já está sendo apontado como o grande favorito ao Oscar de filme estrangeiro. Se levar a estatueta, certamente não faltará quem diga que a Academia tem uma preferência por quem aborda a 2a Guerra. Por mais que exista uma dose de verdade na afirmação, premiar uma abordagem tão ousada e radical como Son of Saul não deixaria de ser um passo à frente dos votantes.
Carta Capital, n 873, 22 out 2015
A resenha é, normalmente, um texto de base argumentativa.
Na resenha do filme Son of Saul, o trecho da sequência argumentativa que se constitui como opinião implicita é
A associação entre o texto verbal e as imagens da garrafa e do cão configura recurso expressivo que busca