"O núcleo da nova Estratégia de Segurança Nacional dos Estados Unidos é baseado no direito de fazer guerras preventivas, unilateralmente, inclusive com o uso de armas nucleares contra países não nucleares. Esta estratégia fortaleceu o unilateralismo como princípio orientador da política externa norteamericana em relação à prevenção e ao Eixo do Mal". (MONIZ BANDEIRA, Luiz Alberto. A desordem mundial – o espectro da total dominação. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2016).
Esse texto refere-se à Doutrina
Leia o texto a seguir para responder à questão.
Imaginário e contágio psíquico
Segundo o documentário "The town that nearly danced itself to death" (2016) da BBC e a Revista Galileu (2016), no ano de 1518, na cidade de Estrasburgo, na França, uma mulher chamada Frau Troffea iniciou passos de dança no meio de uma rua. Em uma semana, 34 indivíduos, mulheres, homens e crianças, estavam contagiados pela dança que a mulher iniciara; em um mês, cerca de quatrocentos indivíduos ainda continuavam a dançar, tomando ruas adjacentes. Inicialmente, "médicos e astrônomos da época concluíram que a epidemia era uma doença natural, causada por "sangue quente". Sem que se soubesse como lidar com a situação, consta que "os habitantes saudáveis construíram palcos e levaram músicos ao local, pensando que a crise cessaria se fosse estimulada".
Entretanto, a estimulação por meio da música agravou o contágio, e a certo ponto da epidemia, os indivíduos já não dançavam mais por prazer, mas era impossível parar de dançar. Os relatos afirmam que, por não conseguirem parar de dançar, diversos indivíduos morreram de ataque cardíaco, derrame cerebral ou exaustão. A Revista Galileu ainda menciona que um jornal da época noticiou que cerca de quinze indivíduos morreram por dia durante esse estranho evento.
Esse caso, que poderia ser chamado de possessão coletiva, ocorrido em Estrasburgo, durou quatro meses, até cessar sem nenhuma causa aparente. Os indivíduos que sobreviveram voltaram a suas vidas cotidianas, enquanto "especialistas discutiram se a epidemia era uma doença real ou um fenômeno social. As evidências acabaram apontando que a epidemia era uma espécie de contágio cultural". O termo "contágio cultural", escolhido para designar o ocorrido, não poderia ser mais feliz, e se fôssemos buscar um nome mais apropriado, a partir do que hoje conhecemos sobre Psicologia Arquetípica, poderia ser designado por contágio psíquico.
Compreender de que forma esses contágios se dão alarga a discussão relativa aos fenômenos das massas. Desloca a atenção para o momento contemporâneo, no qual as massas, como tradicionalmente eram compreendidas, dissolvem-se, enquanto processos rizomáticos tomam seu lugar.
Na era das redes, em que cada nodo abriga potencialmente uma outra rede e em que as redes se entrelaçam de maneira complexa e não causal, problematizar o conceito de rede para pensar os fenômenos culturais, buscando por uma noção de rede mais complexa e menos tecno-funcional, nos aproxima, inevitavelmente, do Inconsciente Coletivo, como proposto por Jung.
É nesse sentido que não se pode considerar superados os fenômenos das massas, ainda que revisitemos toda a teoria sobre a qual suas análises se assentem até o final do século XX, sendo prudente não menosprezarmos os movimentos coletivos e o potencial de ressurgimento de um Leviatã, que agora se ergue de uma nova maneira.
(Malena Contrera & Leonardo Torres. Imaginário e contágio psíquico. Intexto, Porto Alegre, n. 40, pp. 11-22, 2017 [excerto]).
O texto de Contrera e Torres apresenta a ocorrência de uma estranha epidemia de dança na França no séc. XVI, o que levou pessoas à exaustão e à morte. A seguir, você tem frases extraídas do texto ―Histeria coletiva pode atacar em qualquer lugar, a qualquer hora‖, com um conjunto de informações oferecidas por um psiquiatra do Hospital Santa Mônica, de São Paulo, mostrando as causas da histeria coletiva e as estratégias para se evitarem seus possíveis surtos durante a pandemia de covid-19
(Disponível em https://hospitalsantamonica.com.br/a-histeria-coletiva-pode-atacar-em-qualquer-lugar-a-qualquer-hora/).
I. "Surtos de doenças misteriosas são mais comuns do que pensamos – muitas vezes um culpado é descoberto, mas o estresse psicológico e a ansiedade às vezes são as piores causas".
II. "Desde a Idade Média até hoje, temos registro das epidemias de histeria. Ocasionalmente, a doença persiste por dias; mas geralmente, quando a multidão aflita se dispersa, os sintomas tendem a desaparecer, provavelmente porque só são contagiosas quando novas vítimas ficam observando outras adoecendo".
III. "Os ingredientes essenciais – grupos sob estresse psicológico e físico, geralmente com fome, cansado ou ambos – se reúnem quase diariamente em todo o mundo".
IV. "A força e o poder da dinâmica de grupo tendem a assumir o controle, e as pessoas são absorvidas pelos sintomas da multidão".
A partir da análise das frases, pode-se afirmar que aquelas que identificam e explicam as motivações que levaram à "epidemia de dança" na França renascentista são
"Um balanço historiográfico dos estudos sobre política externa brasileira certamente revelará que estes têm se concentrado, quase sempre, sobre os processos de implementação de nossa diplomacia procurando circunscrever os diversos fatores de natureza política, econômica e mesmo geopolítica que favoreceram a adoção de diferentes estratégias de atuação externa". (SILVA, Alexandra de Mello e. O Brasil no continente e no mundo: atores e imagens na política externa brasileira contemporânea. Rio de Janeiro: Revista Estudos Históricos, vol. 8, n. 15, 1995. p. 95). Sobre as estratégias da Política Externa Brasileira contemporânea, julgue as considerações a seguir:
I. A política externa do governo Jânio Quadros, conduzida pelo Ministro Afonso Arinos de Melo Franco (UDN), foi preconizada como de alinhamento automático aos Estados Unidos.
II. A Política Externa Independente do governo João Goulart, tendo à frente San Thiago Dantas, caracterizou-se pelo não alinhamento e uma posição de neutralidade no que concerne à Guerra Fria, buscando ampliar as parcerias econômicas e políticas para além das duas superpotências.
III. A política externa do governo JK, inicialmente, pode ser caracterizada como de alinhamento aos Estados Unidos e, num segundo momento, de revisão do alinhamento, com a implantação da OPA, a partir de 1958, quando se aprofunda e consolida o multilateralismo.
IV. A política externa do governo Lula pautou-se por meio da formação de alianças estratégicas, a priorização da América do Sul, a preferência pelo eixo Sul-Sul e foi estruturada em torno da temática do desenvolvimento como um valor universal.
São considerações CORRETAS:
"Este Plano inaugurou o Consenso de Washington entre nós, com a abertura da economia brasileira ao capital estrangeiro, o bloqueio dos ativos financeiros, o aperto fiscal, as privatizações indiscriminadas, o arrocho salarial e os cortes dos gastos públicos que derrubaram fortemente a demanda, resultando num processo recessivo". (SOUZA, Nilson Araújo de. Economia Brasileira Contemporânea – de Getúlio a Lula. São Paulo: Atlas, 2008. p. 206).
De acordo com o texto, as medidas acima se referem ao
"A base moderna das ideias mercantilistas consiste na atuação de dois novos fatores: os Estados modernos nacionais, ou seja, as monarquias absolutistas, e os efeitos de toda ordem provocados pelas grandes navegações e descobrimentos sobre a vida das sociedades europeias. (...) Em termos conceituais, o mercantilismo é uma designação que tenta emprestar uma certa coerência a determinadas ideias político-econômicas e às práticas delas decorrentes, típicas da Idade Moderna europeia, e que demonstram ser bastante variáveis conforme consideremos épocas e lugares distintos". (FALCON, Francisco. Mercantilismo e Transição. São Paulo: Brasiliense, 1981. p. 52). Sobre as tipologias do Mercantilismo e as características principais das ideias e práticas mercantilistas, julgue as considerações a seguir.
I. O mercantilismo francês é caracterizado como metalista ou bullionista, isto é, com forte intervenção do Estado nas transações mercantis e exercendo total monopólio sobre os negócios ultramarinos.
II. O mercantilismo adotou o princípio de que o saldo da balança de comércio deve ser favorável, a fim de que aumente o acúmulo de metais preciosos.
III. Por meio dos Atos de Navegação, o mercantilismo inglês ou "comercialismo" garantiu à burguesia mercantil o controle de parte exponencial do comércio marítimo mundial.
IV. O mercantilismo ibérico tomou a forma do industrialismo, preconizado por forte intervenção do Estado nas atividades manufatureiras e no âmbito de uma política essencialmente protecionista.
É CORRETO apenas o que se afirma em
Texto I - "Em meados do século XVIII, Portugal era um país atrasado, em relação às grandes potências europeias. Com a ascensão do rei Dom José I ao trono (1750) foi nomeado ministro Sebastião José de Carvalho, futuro Marquês de Pombal. (...) A Reforma Pombalina representou um grande esforço no sentido de tornar mais eficaz a administração portuguesa, ao introduzir modificações no relacionamento Metrópole-Colônia. A reforma combinava o absolutismo ilustrado com a tentativa de uma aplicação consequente das doutrinas mercantilistas".
(FAUSTO, Boris. História do Brasil. 9. Ed. São Paulo: Edusp, 2001. p. 110).
Texto II – "A partir do início do reinado de José I (1750-1777), Portugal viveu a ‗era das reformas pombalinas‘, pois uma parte significativa da vida da metrópole e de suas colônias sofreu o impacto da ação do todo-poderoso ministro do rei. Com a ascensão do futuro marquês de Pombal ao ministério, ele foi o responsável por uma nova visão do papel do Estado e sua reforma deveria revigorar a política mercantilista monopolista, com rigoroso controle da administração, do orçamento, da polícia e da Justiça".
(MOTA, Carlos Guilherme; LOPEZ, Adriana. História do Brasil – uma interpretação. São Paulo: Editora 34, 2015, p. 184).
A partir dos textos I e II, sobre as medidas das reformas pombalinas, julgue as considerações a seguir.
I. Pombal tentou proibir o contrabando de diamantes e ouro e, por isso, em Minas Gerais, o imposto de capitação foi substituído pelo antigo quinto do ouro.
II. Uma das medidas polêmicas de Pombal foi a expulsão da Companhia de Jesus de todos os territórios portugueses e inclusive com o confisco de seus bens.
III. Pombal buscou promover a integração efetiva dos indígenas como colonos à civilização portuguesa e por isso extinguiu a escravidão dos mesmos tornando o índio um súdito como qualquer outro habitante livre da colônia.
IV. A revolução cultural pombalina, inspirada nos ideais iluministas, se deu através da instituição de uma reforma educacional que substituía a tradicional organização da educação jesuítica, por meio de uma nova metodologia educacional, considerada moderna. Assim, em Portugal, o ensino público passou a ser mantido pelo Estado e, no Brasil, desapareceu o curso de humanidades, substituído pelas "aulas régias".
São considerações CORRETAS: