A questão refere-se ao texto seguinte.
A “língua” do pensamento
[1] Por mais distintas que as línguas sejam,
praticamente tudo o que pode ser dito em uma língua
[3] pode ser dito nas demais. Certas palavras não encontram
equivalentes exatos em outros idiomas, as estruturas
[5] sintáticas são muito diferentes, mas o sentido geral das
frases tende a permanecer o mesmo. Tanto que, salvo em
[7] traduções de poesia, em que a expressão é tão
importante quanto o conteúdo, o que se traduz num texto
[9] é o seu sentido geral e não o significado termo a termo, a
chamada tradução literal, que muitas vezes conduz a
[11] enunciados sem sentido.
Essa possibilidade quase irrestrita de tradução é
[13] possível porque o “sentido geral” a que estou me referindo
é algo que transcende a língua. Trata
[15] representação mental que fazemos da realidade e
prescinde de palavras. Mas tampouco se dá por imagens
[17] ou outros símbolos dotados de um significante material.
Tanto que cegos de nascença, surdos-mudos e indivíduos
[19] privados da linguagem por alguma patologia são
perfeitamente capazes de pensar e compreender a
[21] realidade.
(BIZZOCCHI, Aldo. Língua. Jan. 2012. p. 54.)
Das as inferências seguintes, quanto ao texto,
I. Em decorrência da distinção existente entre as línguas, somente os textos poéticos podem ser entendidos de maneira universal.
II. As particularidades linguísticas podem causar entraves na comunicação com outros sistemas idiomáticos.
III. É discutível a ideia de que somente é possível pensar por meio de algum tipo de linguagem, já que o pensamento transcende a língua.
IV. A representação mental, que é puramente abstrata, vai além da palavra e pode estabelecer a comunicação, como ocorre em outros sistemas simbólicos (gestos, desenhos etc.).
verifica-se que