Psicologia da composição
O poeta articula lentamente as palavras e a gente parece perceber
entre uma e outra longos espaços de reflexão e silêncio
O poeta articula lentamente as palavras e a gente percebe entre uma
e outra longos espaços de salivação e silêncio
O poeta procura lentamente as palavras e a gente percebe entre uma
e outra longos espaços de salivação
O poeta fala com dificuldade parecendo mastigar e salivar as
palavras
O poeta fala com muita dificuldade e a boca cheia de saliva
O poeta não sabe falar e mastiga jocosamente as palavras
O poeta masca as palavras como se mascasse chicletes
O POETA É UM RUMINANTE DE PALAVRAS
Affonso Ávila. Homem ao termo – poesia reunida: 1949-2005. Belo Horizonte: UFMG, 2008, p. 341.
Considerando o poema acima, de Affonso Ávila, julgue os item seguinte.
Os “espaços de salivação e silêncio” podem ser interpretados como os espaços deixados pelo poeta entre um verso e outro e, ainda, por meio da diminuição gradativa do tamanho de cada verso do poema.