A reação de Calvin, no último quadrinho,
Texto para a questão
TALENTOS DESVALORIZADOS
Em meio ao furor gerado pelos escândalos de assédio sexual nos Estados Unidos – assédio, não galanteios –, perdida ficou uma discussão para lá de
urgente: o papel da mulher na academia, sobretudo na Economia. Na última reunião da American Economic Association, houve uma sessão especialmente
dedicada ao papel da mulher na economia e às evidências de discriminação que saltam aos olhos na profissão.
Betsey Stevenson, professora da Universidade de Michigan, analisou a ocorrência de nomes e pronomes masculinos nos exemplos dos livros-texto mais
[5] utilizados nos cursos básicos de Economia. Seus achados? Cerca de 77% das vezes, os principais livros de economia valem-se de exemplos com homens para
explicar conceitos fundamentais: “Fulano de tal é um fazendeiro que vende trigo em um mercado onde há concorrência perfeita. Ele é, portanto, um
tomador de preços”.
As mulheres aparecem apenas 18% das vezes, e, quando aparecem, são consumidoras, donas de casa, ou pessoas que sofrem a ação de outras – elas
raramente aparecem como tomadoras de decisão e quase nunca são citadas como gestoras de política econômica.
[10] Erin Hengel, da Universidade de Cambridge, examinou o tratamento conferido às mulheres nas principais publicações científicas. Artigos acadêmicos de
autoria de mulheres levam, em média, seis meses a mais para passar pelo processo de peer review – o controle de qualidade da academia. Ou seja,
mulheres que produzem artigos com a mesma qualidade e importância que os homens enfrentam critérios mais rigorosos na avaliação de sua pesquisa.
Como a publicação em uma revista científica de ponta é a métrica fundamental a partir da qual a competência de um pesquisador acadêmico é avaliada,
não surpreende que haja menos mulheres com status de professoras titulares nos principais departamentos de economia das mais importantes
[15] universidades americanas do que homens.
Monica de Bolle, O Estado de S.Paulo, 17.01.2018. Adaptado.
Está de acordo com o texto a seguinte afirmação:
Texto para a questão
TALENTOS DESVALORIZADOS
Em meio ao furor gerado pelos escândalos de assédio sexual nos Estados Unidos – assédio, não galanteios –, perdida ficou uma discussão para lá de
urgente: o papel da mulher na academia, sobretudo na Economia. Na última reunião da American Economic Association, houve uma sessão especialmente
dedicada ao papel da mulher na economia e às evidências de discriminação que saltam aos olhos na profissão.
Betsey Stevenson, professora da Universidade de Michigan, analisou a ocorrência de nomes e pronomes masculinos nos exemplos dos livros-texto mais
[5] utilizados nos cursos básicos de Economia. Seus achados? Cerca de 77% das vezes, os principais livros de economia valem-se de exemplos com homens para
explicar conceitos fundamentais: “Fulano de tal é um fazendeiro que vende trigo em um mercado onde há concorrência perfeita. Ele é, portanto, um
tomador de preços”.
As mulheres aparecem apenas 18% das vezes, e, quando aparecem, são consumidoras, donas de casa, ou pessoas que sofrem a ação de outras – elas
raramente aparecem como tomadoras de decisão e quase nunca são citadas como gestoras de política econômica.
[10] Erin Hengel, da Universidade de Cambridge, examinou o tratamento conferido às mulheres nas principais publicações científicas. Artigos acadêmicos de
autoria de mulheres levam, em média, seis meses a mais para passar pelo processo de peer review – o controle de qualidade da academia. Ou seja,
mulheres que produzem artigos com a mesma qualidade e importância que os homens enfrentam critérios mais rigorosos na avaliação de sua pesquisa.
Como a publicação em uma revista científica de ponta é a métrica fundamental a partir da qual a competência de um pesquisador acadêmico é avaliada,
não surpreende que haja menos mulheres com status de professoras titulares nos principais departamentos de economia das mais importantes
[15] universidades americanas do que homens.
Monica de Bolle, O Estado de S.Paulo, 17.01.2018. Adaptado.
O sentido assumido no texto pela palavra sublinhada está corretamente indicado em:
Texto para a questão
TALENTOS DESVALORIZADOS
Em meio ao furor gerado pelos escândalos de assédio sexual nos Estados Unidos – assédio, não galanteios –, perdida ficou uma discussão para lá de
urgente: o papel da mulher na academia, sobretudo na Economia. Na última reunião da American Economic Association, houve uma sessão especialmente
dedicada ao papel da mulher na economia e às evidências de discriminação que saltam aos olhos na profissão.
Betsey Stevenson, professora da Universidade de Michigan, analisou a ocorrência de nomes e pronomes masculinos nos exemplos dos livros-texto mais
[5] utilizados nos cursos básicos de Economia. Seus achados? Cerca de 77% das vezes, os principais livros de economia valem-se de exemplos com homens para
explicar conceitos fundamentais: “Fulano de tal é um fazendeiro que vende trigo em um mercado onde há concorrência perfeita. Ele é, portanto, um
tomador de preços”.
As mulheres aparecem apenas 18% das vezes, e, quando aparecem, são consumidoras, donas de casa, ou pessoas que sofrem a ação de outras – elas
raramente aparecem como tomadoras de decisão e quase nunca são citadas como gestoras de política econômica.
[10] Erin Hengel, da Universidade de Cambridge, examinou o tratamento conferido às mulheres nas principais publicações científicas. Artigos acadêmicos de
autoria de mulheres levam, em média, seis meses a mais para passar pelo processo de peer review – o controle de qualidade da academia. Ou seja,
mulheres que produzem artigos com a mesma qualidade e importância que os homens enfrentam critérios mais rigorosos na avaliação de sua pesquisa.
Como a publicação em uma revista científica de ponta é a métrica fundamental a partir da qual a competência de um pesquisador acadêmico é avaliada,
não surpreende que haja menos mulheres com status de professoras titulares nos principais departamentos de economia das mais importantes
[15] universidades americanas do que homens.
Monica de Bolle, O Estado de S.Paulo, 17.01.2018. Adaptado.
Sobre as seguintes expressões utilizadas pela autora em sua argumentação, entendidas no contexto em que ocorrem, a única afirmação correta é:
Das frases abaixo, a única a que NÃO se aplica o defeito de redação indicado entre parênteses é:
Texto para a questão
Capítulo XLVIII
Um primo de Virgília
- Sabe quem chegou ontem de São Paulo? perguntou-me uma noite Luís
Dutra.
Luís Dutra era um primo de Virgília, que também privava com as musas. Os
versos dele agradavam e valiam mais do que os meus; mas ele tinha
necessidade da sanção de alguns, que lhe confirmasse o aplauso dos outros.
Como fosse acanhado, não interrogava a ninguém; mas deleitava-se com
ouvir alguma palavra de apreço; então criava novas forças e arremetia
juvenilmente ao trabalho.
Pobre Luís Dutra! Apenas publicava alguma cousa, corria à minha casa, e
entrava a girar em volta de mim, à espreita de um juízo, de uma palavra, de
um gesto, que lhe aprovasse a recente produção, e eu falava-lhe de mil cousas
diferentes, -- do último baile do Catete, da discussão das câmaras, de
berlindas e cavalos, - de tudo, menos dos seus versos ou prosas. Ele respondia-
me, a princípio com animação, depois mais frouxo, torcia a rédea da conversa
para o assunto dele, abria um livro, perguntava-me se tinha algum trabalho
novo, e eu dizia-lhe que sim ou que não, mas torcia a rédea para o outro lado,
e lá ia ele atrás de mim, até que empacava de todo e saía triste. Minha
intenção era fazê-lo duvidar de si mesmo, desanimá-lo, eliminá-lo. E tudo isto
a olhar para a ponta do nariz...
Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas.
As orações “Como fosse acanhado” e “Apenas publicava alguma cousa” expressam, respectivamente, ideia de