Pela necessidade de alargar o horizonte literário, este movimento dirigiu-se para fontes de inspiração nacional e local, em oposição à inspiração greco-romana que dominou a poética neoclássica. O primeiro passo nessa busca de novas dimensões foi dado no sentido interior, na direção da natureza do coração e do espírito, de que resultou o primado do lirismo, como a forma natural e primitiva da poesia, e o estabelecimento de um tipo de realismo baseado na verdade interior e na efusão do coração. O outro passo orientou-se para a valorização da “cor local” e do pitoresco, procurando, em virtude do princípio relativista de que o homem varia conforme os tempos e lugares, captar a sua verdade na diversidade exterior e interior — costumes, sentimentos, linguagem — que o tornam típico. Essa teoria encontrou clima sobretudo no romance, mas serviu de base também para a valorização da história local e das criações populares ou folclore.
(Afrânio Coutinho. Introdução à literatura no Brasil, 1976. Adaptado.)
O texto trata do movimento