Ler por prazer é o X da questão
Correr os olhos pelos livros dispostos numa prateleira, escolher um deles e dirigir-se à poltrona mais
próxima, na biblioteca, na livraria ou na sala de casa. Melhor ainda: deixar-se escolher por uma obra literária.
À medida que as páginas são viradas, o leitor vê-se transportado para uma espécie de realidade paralela −
um mundo inteiramente novo, repleto de descobertas, encantamento e diversão. Pouco importa se quem lê é
criança, jovem ou adulto. Menos ainda se o que está sendo lido é poesia, romance ou um livro de autoajuda. O
que realmente interessa é a cumplicidade entre o leitor e a obra, alicerçada no prazer que só a leitura é capaz
de proporcionar.
Ler por prazer é o X da questão. Há quem leia, por exemplo, apenas para informar-se, dedicando, regulamente,
algumas horas de seu tempo a jornais e revistas − como você, caro leitor, está fazendo neste exato
momento. Trata-se de um hábito mais que saudável, a ser preservado e disseminado, e de suma importância
na chamada "sociedade da informação" em que vivemos. Mas ele não necessariamente irá transformar você
num apaixonado pela palavra escrita. Da mesma forma, a leitura com a finalidade de estudar parte da rotina
nas salas de aula, tem suas funções pedagógicas, mas não faz despertar a paixão pela literatura. Quem descobre
prazer numa obra literária nunca mais para de ler. Quando chega ao fim de um livro, já está louco para
abrir o próximo. E só tem a ganhar com isso.
O papel da escola é fundamental nesse processo. E quem melhor que o professor para despertar em
seus alunos o prazer da leitura? São muitas as atividades que podem ser desenvolvidas em sala de aula com
esse objetivo. "Promover um debate, por exemplo, para discutir cenas ou situações presentes num livro que
acabou de ser lido pela turma, é uma prática importante e muitas vezes esquecida", afirma a educadora Maria
José Nóbrega. O problema é que o profissional de educação nem sempre conta com os recursos necessários
para concretizar essas atividades ou, simplesmente, não sabe como implementá-las.
Num país que ainda sofre com deficiências no ensino público e com o alto índice de analfabetos funcionais
(aqueles que, embora tenham aprendido a decodificar a escrita, não desenvolveram a habilidade de interpretação
de texto), qualquer iniciativa que vise a transformar brasileiros em leitores é extremamente bem-vinda.
(Excerto de reportagem escrita por Fred Linardi, com a colaboração de Eduardo Lima. Publicado na revista Nova Escola, em edição especial sobre leitura, jul. 2008. Disponível em http://revistaescola.abril.com.br/lingua-portuguesa/pratica-pedagogica/x-questao-423887.shtml. Acesso em 29 set. 2013. Adaptação.)
Assinale a única alternativa correta em relação ao emprego de sinais de pontuação no texto, considerando as regras da variante linguística culta e o sentido do texto.