Quando pensamos em memória, temos de começar pelo esquecimento. A dinâmica da memória individual consiste numa interação perpétua entre lembrar e esquecer. Lembrar algumas coisas implica esquecer outras (...). Podemos distinguir entre duas formas de esquecimento, uma mais ativa, a outra, mais passiva. O esquecimento ativo está ligado a atos intencionais, como o de jogar fora ou destruir. (...) A forma passiva do esquecimento relaciona-se, por outro lado, a atos não intencionais, como os de perder, esconder, dispersar, negligenciar, abandonar ou deixar algo para trás. Nesses casos, os objetos não são destruídos; apenas saem dos quadros de atenção, valoração ou utilidade.
ASSMANN, Aleida. Canon and archive. ERLL, Astrid e NÜNNING, Ansgar. Cultural memory studies: an international and interdisciplinary handbook. (Orgs.): Berlim: Walter de Gruyter, 2008, p. 97-8 (trecho traduzido e adaptado).
Com respeito à produção da memória por diferentes sociedades em diferentes épocas, um processo de esquecimento passivo, tal como descrito no trecho anterior, remete à