Acirramento político e ‘textão’ fazem usuários abandonarem redes sociais
A história da internet no Brasil é recheada de momentos mais acirrados, diz Fábio Malini, do laboratório de cibercultura da Universidade Federal do Espírito Santo. “Em 2002, as brigas eram em listas de e-mail. Em 2006, no Orkut; em 2010, no Twitter e, em 2014, já no Facebook”, diz, destacando só as eleições presidenciais.(...)
Mas, no Facebook, há “uma cultura do revide”, diz Malini, por causa da possibilidade de comentar nas postagens de outros usuários - que, “cada vez mais, têm uma ‘linha editorial política’”.
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CHATO DE INTERNET
O ambiente virtual se torna agressivo porque a personalidade eletrônica é mais insubordinada, grossa, desbocada e sexualizada, segundo o psicólogo Cristiano Nabuco, coordenador do programa de Dependências Tecnológicas do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo.
Na vida virtual, explica, não há expressões, gestos e retorno imediato da opinião do outro. Para compensar, o cérebro cria um mecanismo para exagerar a intensidade do que quer transmitir. “As pessoas são mais intensas do que são no cotidiano.”
Isso afastou o professor Matheus Piai, 24, de Bauru (a 329 km de SP), que não deletou sua conta, mas diminuiu a frequência.” As redes são ótimas maneiras para debater, mas os usuários fazem isso de maneira excessiva, para atacar uns aos outros.”
Nabuco diz que, “se a pessoa se torna chata na internet, possivelmente é chata na vida real”, já que não tem inteligência emocional para regular a frequência com a qual comenta determinado assunto.
O artista Rafael Amambahy, 27, chama o Facebook de “black hole” (buraco negro). Ele saiu dessa rede. “Estão gritando para ninguém. Não são discussões. Na efervescência política, você tem que postar e, às vezes, nem sabe sobre o que está falando”, diz.
(Juliana Gragnani, Folha de SP, 13/03/2016, adaptado)
Das expressões abaixo, assinale a que não representa um jargão na temática do texto: