Leia o texto.
HORA DE FECHAR A BOCA?
Gláucia Leal
Há séculos nossa espécie convive com a prática do jejum – seja por necessidade, em razão de tempos de grande escassez, por opção, em razão de motivos religiosos ou, mais recentemente, adotando a abstenção alimentar (e em muitos casos a restrição calórica intensa) para perda de peso ou até motivo de saúde. A questão, porém, é polêmica.
Especialistas reconhecem que o fasting induz a um processo chamado autofagia, importante na reciclagem de material intracelular, capaz de contribuir para manter positivamente o metabolismo energético, evitando a degradação e favorecendo a reciclagem de proteínas, glicogênio ou lipídeos, relacionados com doenças neurodegenerativas como Parkinson e Alzheimer. Mas essa é só uma parte da história.
Estudos apontam também que o jejum prolongado pode causar graves danos ao nosso corpo quando feito de maneira desregulada. Alguns profissionais são assertivos: ficar muitas horas sem comer faz mal, asseguram. Outros alertam para o fato de que a prática não é para qualquer pessoa: idosos e doentes, crianças, gestantes, lactantes e pessoas propensas a distúrbios alimentares não devem aderir. Quando ficamos várias horas sem nos alimentar, as reservas de glicose do organismo diminuem e outras fontes de energia, como proteína e gordura, passam a ser utilizadas pelo organismo. Dentro de um longo período, uma alteração grave pode ser a hipoglicemia rebote. Jejuar por muitos dias pode ocasionar, ainda, queda de resistência imunológica e infecções.
(“Carta da Editora”. Revista Scientific American – Mente Cérebro. Ano XII, n. 292. São Paulo: Segmento, maio de 2017, p. 3. Adaptado.)
Em qual período se confrontam adequadamente alguns aspectos positivos e negativos da prática de jejum apresentados no texto?