Leia o texto a seguir, que compõe um box da matéria “Cidadania e Protagonismo”, publicada na revista Conhecimento prático: Língua Portuguesa e Literatura (Ano 8, Edição 80)
Línguas Brasileiras
Embora se tenham por um longo período silenciado as vozes dissonantes, existem hoje no Brasil mais de 200 línguas faladas por povos de origem e etnias diversas.
São línguas indígenas, de imigração, de sinais, crioulas e afro-brasileiras, que somadas às múltiplas variedades do português brasileiro, constituem um amplo patrimônio cultural e sociolinguístico que não pode nem deve ser desprezado.
O decreto Lei nº 7.387, de 9 de dezembro de 2010, instituiu o Inventário Nacional de Diversidade Linguística (INDL) como “instrumento de identificação, de documentação, de reconhecimento e de valorização das línguas portadoras de referência à identidade, à ação e à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira”.
A partir da instituição desse instrumento, foi possível não apenas estabelecer políticas públicas de fortalecimento e de promoção da diversidade linguística do país, mas também criar mecanismos para reconhecimento das línguas minoritárias brasileiras, reforçando a orientação da Declaração Universal do Direitos Linguísticos.
Sob essa perspectiva, a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), como uma língua minoritária, ganha legitimidade e garante o direito de educação bilíngue e igualitária para seus usuários.
FREITAS, Abrahão Costa de. Cidadania e protagonismo. Conhecimento prático: Língua Portuguesa e Literatura. Ano 8, Edição 80. São Paulo: Editora Escala, 2020, p. 29.
A locução verbal na voz passiva (“se tenham... silenciado”), negritada no primeiro parágrafo, tem como efeito indeterminar o agente da ação, de modo que não se pode saber indubitavelmente por quem “as vozes dissonantes” foram silenciadas.
O uso desse recurso linguístico da indeterminação, no texto considerado, é uma estratégia de modalização, por meio da qual o autor