TEXTO
Vivia longe dos homens, só se dava bem com animais. Os seus pés duros quebravam espinhos e não sentiam a quentura da terra. Montado, confundia-se com o cavalo, grudava-se a ele. E falava uma linguagem cantada, monossilábica e gutural, que o companheiro entendia. A pé, não se aguentava bem. Pendia para um lado, para o outro lado, cambaio, torto e feio. Às vezes utilizava nas relações com as pessoas a mesma língua com que se dirigia aos brutos – exclamações, onomatopéias. Na verdade falava pouco. Admirava as palavras compridas e difíceis da gente da cidade, tentava reproduzir algumas, em vão, mas sabia que elas eram inúteis e talvez perigosas.
(RAMOS, 1992, p. 20)
Ainda sobre o texto, analisando por uma vertente gramatical a última frase do trecho, assinale o item que contém a declaração verdadeira.
TEXTO
O bicho
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem
Manuel Bandeira
Sobre o poema, podemos assinalar como declaração verdadeira, exceto:
TEXTO
CAPÍTULO I
[...]
No cabeço saturado de sangue, nu e árido, destacando-se do perfil verde-escuro da serra Meruoca, e dominando o vale, onde repousava, reluzente ao sol, a formosa cidade intelectual, a casaria branca alinhada em ruas extensas e largas, os telhados vermelhos e as altas torres dos templos, rebrilhando em esplendores abrasados, surgia em linhas severas e fortes, o castelo da prisão, traçado pelo engenho de João Braga, massa ainda informe, áspera e escura, de muralhas sem reboco, enteadas em confusa floresta de andaimes a esgalharem e crescerem, dia a dia, numa exuberância fantástica de vegetação despida de folhas, de flores e frutos. Pela encosta de cortante piçarra, desagregado em finíssimo pó, subia e descia, em fileiras tortuosas, o formigueiro de retirantes, velhos e moços, mulheres e meninos, conduzindo materiais para a obra. Era um incessante vai e vem de figuras pitorescas, esquálidas, pacientes, recordando os heróicos povos cativos, erguendo monumentos imortais ao vencedor.
Acertara a Comissão de Socorros em substituir a esmola depressora pelo salário emulativo, pago em rações de farinha de mandioca, arroz, carne de charque, feijão e bacalhau, verdadeiras gulodices para infelizes criaturas, açoitadas pelo flagelo da seca, a calamidade estupenda e horrível que devastava o sertão combusto. Vinham de longe aqueles magotes heróicos, atravessando montanhas e planícies, por estradas ásperas, quase nus, nutridos de cardos, raízes intoxicantes e palmitos amargos, devoradas as entranhas pela sede, a pele curtida pelo implacável sol incandescente.
Na construção da cadeia havia trabalho para todos. Os mais fracos, debilitados pela idade ou pelo sofrimento, carregavam areia e água; aqueles que não suportavam mais a fadiga de andar amoleciam cipós para amarradio de andaimes; outros menos escarvados amassavam cal; os moços ainda robustos, homens de rija têmpera, superiores às inclemências, sóbrios e valentes, reluziam de suor britando pedra, guindando material aos pedreiros, ou conduzindo às costas, de longe, das matas do sobpé da serra, grossos madeiros enfeitados de palmas virentes, de ramos de pereiro de um verde fresco e brilhante, em festivo contraste com o sítio ressequido e desolado. E davam conta da tarefa, suave ou rude, uns gemendo, outros cantando álacres, numa expansão de alívio, de esperança renascida, velhas canções, piedosas trovas inolvidáveis, ou contemplando com tristeza nostálgica, o céu impassível, sempre límpido e azul, deslumbrante de luz.
Esse concerto esdrúxulo de vozes humanas em cânticos e queixumes, de rugidos da matéria transformando-se aos dentes dos instrumentos, aos golpes dos martelos, de brados de comando dos mestres e feitores, essa melopéia do trabalho amargurado ou feliz, era, às vezes, interrompido por estrídulos assobios, alarido de gritos, gargalhadas rasgadas e as vaias de meninos que se esganiçavam: era uma velha alquebrada que deixara cair a trouxa de areia; um cabra alto de hirsuta cabeleira marrafenta, lambuzado de cal, que escorregara ao galgar uma desconjuntada e vacilante escada, e lançava olhares ferozes à turba que o chasqueava, era a carreira constante das moças e meninas para as quais o trabalho era um brinquedo; eram gritos de dor de um machucado, rodeado pela multidão curiosa e compassiva, ou os gemidos de algum infeliz, tombando prostrado de fadiga, pedindo pelo amor de Deus, no estertor da hora extrema, não o deixassem morrer sem confissão, sem luz, como um bicho.
[...]
http://www.biblio.com.br/defaultz.asp?link=http: //www.biblio.com.br/conteudo/domingosolimpio /luziahomem.htm
Ainda sobre o texto, aponte de que maneira podemos reescrever o trecho sem que haja qualquer alteração no sentido.
Acertara a Comissão de Socorros em substituir a esmola depressora pelo salário emulativo, pago em rações de farinha de mandioca, arroz, carne de charque, feijão e bacalhau, verdadeiras gulodices para infelizes criaturas, açoitadas pelo flagelo da seca, a calamidade estupenda e horrível que devastava o sertão combusto.
Observe o quadro de Candido Portinari, pintado em 1944 em Petrópolis, no Rio de Janeiro. O painel é um óleo sobre tela e tem 190 X 180 cm. Faz parte do acervo do Museu de Arte de São Paulo (MASP).
A partir da ilustração, defina V, para as declarações verdadeiras, e F, para as declarações falsas.
1. A família de retirantes ao centro toma quase a totalidade da tela. O contorno escuro dos personagens dá um tom pesado à obra. Ao fundo se vê a paisagem do sertão.
2. O chão é duro, com pedras e ossos espalhados, e a única coisa no horizonte é o contorno quase indistinto de uma montanha. O horizonte é claro, mas o céu é escuro e cheio de aves negras que rodeiam a família como se estivessem esperando pela morte deles.
3. No primeiro plano vemos uma criança em pé, com a barriga saliente e o pescoço muito fino. O tamanho da barriga, desproporcional ao resto do corpo, indica que a criança tem barriga d'água. Essa doença é muito comum nos lugares com seca extrema, onde a única fonte de água vem de açudes e não é tratada. A presença dessa criança nos traz a imagem de uma extrema pobreza que também convive com a sede.
4. Podemos fazer relação entre a fundamentação da temática da pintura de Portinari com o viés temático do romance Luzia-Homem, mas jamais relacioná-la com a temática do romance Vidas Secas, de Graciliano Ramos.
Agora assinale o item que faz a relação entre declarações verdadeiras e falsas de maneira correta.
TEXTO
Brasil e FAO elaboram projeto de cooperação internacional de combate à fome e desnutrição
Publicado em 30/08/2018 Atualizado em 05/09/2018
O ministro do Desenvolvimento Social, Alberto Beltrame, anunciou na quarta-feira (29) em Santiago, no Chile, que o governo brasileiro e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) estão trabalhando na criação de um novo projeto de cooperação trilateral Sul-Sul com os países da América do Sul, focado em sistemas alimentares, combate à obesidade, fome e desnutrição.
O ministro explicou que o novo projeto deve refletir os compromissos assumidos pelos países no âmbito dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, especialmente o ODS 1 (erradicação da pobreza) e o ODS 2 (fome zero).
O ministro do Desenvolvimento Social, Alberto Beltrame, anunciou na quarta-feira (29) em Santiago, no Chile, que o governo brasileiro e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) estão trabalhando na criação de um novo projeto de cooperação trilateral Sul-Sul com os países da América do Sul, focado em sistemas alimentares, combate à obesidade, fome e desnutrição.
O ministro explicou que o novo projeto deve refletir os compromissos assumidos pelos países no âmbito dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, especialmente o ODS 1 (erradicação da pobreza) e o ODS 2 (fome zero).
“Pretendemos avançar nos novos desafios associados aos sistemas alimentares, à nutrição, à luta contra a obesidade, promovendo o intercâmbio de experiências e fortalecendo o diálogo sobre essas agendas em nível regional”, afirmou Beltrame.
“O Brasil tem compartilhado de maneira extraordinariamente generosa suas políticas públicas e oferecido considerável apoio financeiro para promover o desenvolvimento social em muitos países da região”, disse Julio Berdegué, representante regional da FAO.
“Centenas de milhares de famílias hoje vivem melhor graças à solidariedade do povo do Brasil. O desafio futuro é converter essa enorme experiência acumulada em políticas públicas que beneficiem todos os habitantes da América Latina e do Caribe ”, explicou Berdegué.
O anúncio do ministro foi feito durante um diálogo sobre cooperação internacional que ocorre no escritório regional da FAO e contou com a participação do embaixador do Brasil, Carlos Duarte, da subsecretária de Saúde Pública do Chile, Paula Daza, e da secretária-executiva do Sistema de Vida Saudável no Chile, Alejandra Domper Rodríguez.
O problema central da desnutrição é o sistema alimentar
Berdegué destacou as deficiências do atual sistema alimentar como um dos desafios do novo projeto de Cooperação Sul-Sul do Brasil e da FAO.
“Criamos um sistema alimentar falido: duas em cada três pessoas no mundo sofrem de alguma forma de desnutrição. É um problema que afeta nações ricas e pobres”, disse.
De acordo com o representante da FAO, 14 dos 33 países da região têm mais de 10% de sua população com fome, enquanto 12 têm uma carga tripla de desnutrição: fome, anemia ou obesidade.
“Nenhum país escapa à epidemia de obesidade. Afeta 23% da população regional. Quatro em cada dez pessoas são obesas. O problema central está no nosso sistema alimentar. Nunca houve tanta comida e nunca houve tal desnutrição. Algo está fundamentalmente errado. Temos de agir agora”, alertou Berdegué, que ressaltou que a Cooperação Sul-Sul será essencial para alcançar sistemas alimentares saudáveis que possam acabar com a fome, a desnutrição e a obesidade.
https://nacoesunidas.org/brasil-e-fao-elaboramprojeto-de-cooperacao-internacional-de-combatea-fome-e-desnutricao/
Analise a classificação sintática do trecho sublinhado no período abaixo e assinale o item em que está exposto período com trecho sublinhado que NÃO desempenha mesma função sintática.
“O Brasil tem compartilhado de maneira extraordinariamente generosa suas políticas públicas e oferecido considerável apoio financeiro para promover o desenvolvimento social em muitos países da região”, disse Julio Berdegué, representante regional da FAO. (TEXTO)
TEXTO
Brasil e FAO elaboram projeto de cooperação internacional de combate à fome e desnutrição
Publicado em 30/08/2018 Atualizado em 05/09/2018
O ministro do Desenvolvimento Social, Alberto Beltrame, anunciou na quarta-feira (29) em Santiago, no Chile, que o governo brasileiro e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) estão trabalhando na criação de um novo projeto de cooperação trilateral Sul-Sul com os países da América do Sul, focado em sistemas alimentares, combate à obesidade, fome e desnutrição.
O ministro explicou que o novo projeto deve refletir os compromissos assumidos pelos países no âmbito dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, especialmente o ODS 1 (erradicação da pobreza) e o ODS 2 (fome zero).
O ministro do Desenvolvimento Social, Alberto Beltrame, anunciou na quarta-feira (29) em Santiago, no Chile, que o governo brasileiro e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) estão trabalhando na criação de um novo projeto de cooperação trilateral Sul-Sul com os países da América do Sul, focado em sistemas alimentares, combate à obesidade, fome e desnutrição.
O ministro explicou que o novo projeto deve refletir os compromissos assumidos pelos países no âmbito dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, especialmente o ODS 1 (erradicação da pobreza) e o ODS 2 (fome zero).
“Pretendemos avançar nos novos desafios associados aos sistemas alimentares, à nutrição, à luta contra a obesidade, promovendo o intercâmbio de experiências e fortalecendo o diálogo sobre essas agendas em nível regional”, afirmou Beltrame.
“O Brasil tem compartilhado de maneira extraordinariamente generosa suas políticas públicas e oferecido considerável apoio financeiro para promover o desenvolvimento social em muitos países da região”, disse Julio Berdegué, representante regional da FAO.
“Centenas de milhares de famílias hoje vivem melhor graças à solidariedade do povo do Brasil. O desafio futuro é converter essa enorme experiência acumulada em políticas públicas que beneficiem todos os habitantes da América Latina e do Caribe ”, explicou Berdegué.
O anúncio do ministro foi feito durante um diálogo sobre cooperação internacional que ocorre no escritório regional da FAO e contou com a participação do embaixador do Brasil, Carlos Duarte, da subsecretária de Saúde Pública do Chile, Paula Daza, e da secretária-executiva do Sistema de Vida Saudável no Chile, Alejandra Domper Rodríguez.
O problema central da desnutrição é o sistema alimentar
Berdegué destacou as deficiências do atual sistema alimentar como um dos desafios do novo projeto de Cooperação Sul-Sul do Brasil e da FAO.
“Criamos um sistema alimentar falido: duas em cada três pessoas no mundo sofrem de alguma forma de desnutrição. É um problema que afeta nações ricas e pobres”, disse.
De acordo com o representante da FAO, 14 dos 33 países da região têm mais de 10% de sua população com fome, enquanto 12 têm uma carga tripla de desnutrição: fome, anemia ou obesidade.
“Nenhum país escapa à epidemia de obesidade. Afeta 23% da população regional. Quatro em cada dez pessoas são obesas. O problema central está no nosso sistema alimentar. Nunca houve tanta comida e nunca houve tal desnutrição. Algo está fundamentalmente errado. Temos de agir agora”, alertou Berdegué, que ressaltou que a Cooperação Sul-Sul será essencial para alcançar sistemas alimentares saudáveis que possam acabar com a fome, a desnutrição e a obesidade.
https://nacoesunidas.org/brasil-e-fao-elaboramprojeto-de-cooperacao-internacional-de-combatea-fome-e-desnutricao/
Faça a leitura analítica do parágrafo transcrito do texto.
“Nenhum país escapa à epidemia de obesidade. Afeta 23% da população regional. Quatro em cada dez pessoas são obesas. O problema central está no nosso sistema alimentar. Nunca houve tanta comida e nunca houve tal desnutrição. Algo está fundamentalmente errado. Temos de agir agora”, alertou Berdegué, que ressaltou que a Cooperação Sul-Sul será essencial para alcançar sistemas alimentares saudáveis que possam acabar com a fome, a desnutrição e a obesidade.
Assinale a opção correta para a classificação sintática dos termos ou orações indicadas nos itens.