Para responder às questão, examine a tirinha de Tom Gauld, publicada em sua conta no Instagram em 19.04.2021.
Contribui decisivamente para o efeito de humor da tirinha o recurso
Leia o soneto “Não comerei da alface a verde pétala”, de Vinicius de Moraes, para responder à questão.
Não comerei da alface a verde pétala
Nem da cenoura as hóstias desbotadas
Deixarei as pastagens às manadas
E a quem mais aprouver fazer dieta.
Cajus hei de chupar, mangas-espadas
Talvez pouco elegantes para um poeta
Mas peras e maçãs, deixo-as ao esteta
Que acredita no cromo das saladas.
Não nasci ruminante como os bois
Nem como os coelhos, roedor; nasci
Omnívoro; deem-me feijão com arroz
E um bife, e um queijo forte, e parati
E eu morrerei, feliz, do coração
De ter vivido sem comer em vão.
(Vinicius de Moraes. Livro de sonetos, 2009.)
No soneto, o autor emprega o pronome “as” para se referir a
Leia o soneto “Não comerei da alface a verde pétala”, de Vinicius de Moraes, para responder à questão.
Não comerei da alface a verde pétala
Nem da cenoura as hóstias desbotadas
Deixarei as pastagens às manadas
E a quem mais aprouver fazer dieta.
Cajus hei de chupar, mangas-espadas
Talvez pouco elegantes para um poeta
Mas peras e maçãs, deixo-as ao esteta
Que acredita no cromo das saladas.
Não nasci ruminante como os bois
Nem como os coelhos, roedor; nasci
Omnívoro; deem-me feijão com arroz
E um bife, e um queijo forte, e parati
E eu morrerei, feliz, do coração
De ter vivido sem comer em vão.
(Vinicius de Moraes. Livro de sonetos, 2009.)
Verifica-se o emprego de vírgula para assinalar a elipse de um verbo no seguinte verso:
Objeto direto enfático: Por ênfase ou realce, é lícito repetir o objeto direto por meio de um pronome oblíquo.
(Domingos Paschoal Cegalla. Dicionário de dificuldades da língua portuguesa, 2009. Adaptado.)
Ocorre objeto direto enfático no seguinte verso:
Leia o artigo intitulado “Tempus fugit”, de Hélio Schwartsman, para responder à questão.
Depois de nos privar de Plutão, que teve sua planetariedade cassada em 2006, cientistas agora ameaçam bagunçar o tempo.
Pretendem eliminar os segundos bissextos ocasionalmente introduzidos no calendário para fazer com que o tempo dos relógios atômicos (oficialmente, 1 segundo equivale a 9.192.631.770 ciclos de radiação emitidos pelo césio-133) não se divorcie de vez do tempo astronômico, em que o segundo vale 1/86.400 do dia.
Até os anos 60, a astronomia era a guardiã absoluta do tempo, mas aí descobrimos que o planeta é pouco pontual: a velocidade da rotação terrestre atrasa um número variável de milissegundos a cada ano.
Se os segundos corretivos forem de fato eliminados [...], o tempo se tornará mais abstrato. Não dirá mais respeito à noite, ao dia, às estações e aos anos.
Os cientistas, é claro, têm suas razões. O problema é que nossos corações são insensíveis a elas. O tempo encerra uma dimensão psicológica à qual não podemos escapar.
Nas “Confissões”, santo Agostinho vislumbrou o tamanho da encrenca: “Se nada sobreviesse, não haveria tempo futuro, e se agora nada houvesse, não existiria o tempo presente. De que modo existem aqueles dois tempos — o passado e o futuro —, se o passado já não existe e o futuro ainda não veio? Quanto ao presente, se fosse sempre presente, e não passasse para o pretérito, já não seria tempo, mas eternidade.”
Não é por acaso que, além de Agostinho, vários filósofos se apressaram a concluir que o tempo não passa de uma ilusão. Mesmo que ele seja uma realidade ontológica, como querem os físicos, continua despertando perplexidades e até paixões.
Nem toda ciência, filosofia e poesia do mundo nos fazem deixar de lamentar o passado e temer o futuro. Quem traduziu bem esse sentimento foi Virgílio: “Sed fugit interea, fugit irreparabile tempus” (mas ele foge: foge irreparavelmente o tempo).
(Folha de S.Paulo, 20.01.2012.)
No texto, está empregado em sentido figurado o seguinte termo:
Leia o artigo intitulado “Tempus fugit”, de Hélio Schwartsman, para responder à questão.
Depois de nos privar de Plutão, que teve sua planetariedade cassada em 2006, cientistas agora ameaçam bagunçar o tempo.
Pretendem eliminar os segundos bissextos ocasionalmente introduzidos no calendário para fazer com que o tempo dos relógios atômicos (oficialmente, 1 segundo equivale a 9.192.631.770 ciclos de radiação emitidos pelo césio-133) não se divorcie de vez do tempo astronômico, em que o segundo vale 1/86.400 do dia.
Até os anos 60, a astronomia era a guardiã absoluta do tempo, mas aí descobrimos que o planeta é pouco pontual: a velocidade da rotação terrestre atrasa um número variável de milissegundos a cada ano.
Se os segundos corretivos forem de fato eliminados [...], o tempo se tornará mais abstrato. Não dirá mais respeito à noite, ao dia, às estações e aos anos.
Os cientistas, é claro, têm suas razões. O problema é que nossos corações são insensíveis a elas. O tempo encerra uma dimensão psicológica à qual não podemos escapar.
Nas “Confissões”, santo Agostinho vislumbrou o tamanho da encrenca: “Se nada sobreviesse, não haveria tempo futuro, e se agora nada houvesse, não existiria o tempo presente. De que modo existem aqueles dois tempos — o passado e o futuro —, se o passado já não existe e o futuro ainda não veio? Quanto ao presente, se fosse sempre presente, e não passasse para o pretérito, já não seria tempo, mas eternidade.”
Não é por acaso que, além de Agostinho, vários filósofos se apressaram a concluir que o tempo não passa de uma ilusão. Mesmo que ele seja uma realidade ontológica, como querem os físicos, continua despertando perplexidades e até paixões.
Nem toda ciência, filosofia e poesia do mundo nos fazem deixar de lamentar o passado e temer o futuro. Quem traduziu bem esse sentimento foi Virgílio: “Sed fugit interea, fugit irreparabile tempus” (mas ele foge: foge irreparavelmente o tempo).
(Folha de S.Paulo, 20.01.2012.)
“Mesmo que ele seja uma realidade ontológica, como querem os físicos, continua despertando perplexidades e até paixões.” (7º parágrafo)
Considerada no contexto, a oração “Mesmo que ele seja uma realidade ontológica” expressa ideia de