O_________ tende para uma visão social do homem: o__________ encaminha-se para uma visão patológica do homem.
As lacunas do texto devem ser preenchidas, respectivamente, por
Leia a crônica “Enquanto os mineiros jogavam”, de Carlos Drummond de Andrade, para responder a questão.
Domingo, à tarde, na forma do antigo costume, eu ia ver os bichos do Parque Municipal (cansado de lidar com gente nos outros dias da semana), quando avistei grande multidão parada na avenida Afonso Pena. Meu primeiro pensamento foi continuar no bonde; o segundo foi descer e perguntar as causas da aglomeração. Desci, e soube que toda aquela gente estava acompanhando, pelo telefone, o jogo dos mineiros na capital do país. Onze mineiros batiam bola no Rio de Janeiro; dois mil mineiros escutavam, em Belo Horizonte, o eco longínquo dessa bola e experimentavam uma patriótica emoção.
Quando chegou a notícia da vitória dos nossos patrícios, depois de encerrado o expediente, isto é, depois de terminado o segundo tempo, vi, claramente visto, chapéus de palha que subiam para o ar e não voltavam, adjetivos que se chocavam no espaço com explosões inglesas de entusiasmo, botões que se desprendiam dos paletós, lenços que palpitavam como asas, enquanto gargantas enrouqueciam e outras perdiam o dom humano da palavra. Vi tudo isso e tive, não sei se inveja, se admiração ou se espanto pelos valentes chutadores de Minas, que surraram por 4 a 3 os bravos futebolistas fluminenses.
Não posso atinar bem como uma bola, jogada à distância, alcance tanta repercussão no centro de Minas. Que um indivíduo se eletrize diante da bola e do jogador, quando este joga bem, é coisa de fácil compreensão. Mas contemplar, pelo fio, a parábola que a esfera de couro traça no ar, o golpe do center-half investindo contra o zagueiro, a pegada soberba deste, e extasiar-se diante desses feitos, eis o que excede de muito a minha imaginação.
Para mim, o melhor jogador do mundo, chutando fora do meu campo de visão, deixa-me frio e silencioso.
Os meus patrícios, porém, rasgaram-se anteontem de gozo, imaginando os tiros de Nariz, e sentiram na espinha o frio clássico da emoção, quando o telefone anunciou que Carlos Brant, machucando-se no joelho, deixara o combate. Alguns pensaram em comprar iodo para o herói e outros gritavam para Carazzo que não chutasse fora. A centenas de quilômetros, eles assistiam ao jogo sem pagar entrada. E havia quem reclamasse contra o juiz, acusando-o de venal. Um sujeito puxou-me pelo paletó, indignado, e declarou-me: “O senhor está vendo que pouca-vergonha. Aquela penalidade de Evaristo não foi marcada.” Eu olhei para os lados, à procura de Evaristo e da penalidade; vi apenas a multidão de cabeças e de entusiasmos; e fugi.
(Carlos Drummond de Andrade. Quando é dia de futebol, 2014.)
Em relação a seus patrícios, o cronista mostra-se, sobretudo,
A verve satírica do poeta Gregório de Matos está bem exemplificada nos seguintes versos:
Para responder a questão, leia o soneto de Luís de Camões.
Busque Amor novas artes, novo engenho1,
Para matar-me, e novas esquivanças2;
Que não pode tirar-me as esperanças,
Que mal me tirará o que eu não tenho.
Olhai de que esperanças me mantenho!
Vede que perigosas seguranças!
Que não temo contrastes3
nem mudanças,
Andando em bravo mar, perdido o lenho4.
Mas, conquanto não pode haver desgosto
Onde esperança falta, lá me esconde
Amor um mal, que mata e não se vê;
Que dias há5
que na alma me tem posto
Um não sei quê, que nasce não sei onde,
Vem não sei como, e dói não sei por quê.
(Luís de Camões. Lírica, 1991.)
1 engenho: artimanha.
2 esquivanças: maus-tratos, desprezos.
3 contrastes: adversidades, contrariedades.
4 lenho: embarcação.
5 dias há: faz tempo.
Na primeira estrofe, o sentimento expresso pelo eu lírico é de
Para responder a questão, leia o soneto de Luís de Camões.
Busque Amor novas artes, novo engenho1,
Para matar-me, e novas esquivanças2;
Que não pode tirar-me as esperanças,
Que mal me tirará o que eu não tenho.
Olhai de que esperanças me mantenho!
Vede que perigosas seguranças!
Que não temo contrastes3
nem mudanças,
Andando em bravo mar, perdido o lenho4.
Mas, conquanto não pode haver desgosto
Onde esperança falta, lá me esconde
Amor um mal, que mata e não se vê;
Que dias há5
que na alma me tem posto
Um não sei quê, que nasce não sei onde,
Vem não sei como, e dói não sei por quê.
(Luís de Camões. Lírica, 1991.)
1 engenho: artimanha.
2 esquivanças: maus-tratos, desprezos.
3 contrastes: adversidades, contrariedades.
4 lenho: embarcação.
5 dias há: faz tempo.
No soneto, o eu lírico dirige-se explicitamente a seu leitor
Para responder a questão, leia o soneto de Luís de Camões.
Busque Amor novas artes, novo engenho1,
Para matar-me, e novas esquivanças2;
Que não pode tirar-me as esperanças,
Que mal me tirará o que eu não tenho.
Olhai de que esperanças me mantenho!
Vede que perigosas seguranças!
Que não temo contrastes3
nem mudanças,
Andando em bravo mar, perdido o lenho4.
Mas, conquanto não pode haver desgosto
Onde esperança falta, lá me esconde
Amor um mal, que mata e não se vê;
Que dias há5
que na alma me tem posto
Um não sei quê, que nasce não sei onde,
Vem não sei como, e dói não sei por quê.
(Luís de Camões. Lírica, 1991.)
1 engenho: artimanha.
2 esquivanças: maus-tratos, desprezos.
3 contrastes: adversidades, contrariedades.
4 lenho: embarcação.
5 dias há: faz tempo.
No soneto, o eu lírico ressalta que o sentimento de desgosto pressupõe