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Estudo alerta para impactos das mudanças climáticas na saúde (Adaptado).
Julia Dias
As mudanças climáticas são a maior preocupação na área de saúde do século 21. O aumento da temperatura global já é sentido nas atuais ondas de calor, nas doenças transmitidas por vetores e na segurança alimentar de populações de todas as regiões do mundo. Para monitorar essa questão, 27 instituições acadêmicas de todos os continentes, entre elas a Fiocruz, acabam de publicar o relatório Lancet Countdown (Contagem regressiva para a saúde e mudanças climáticas).O relatório, que existe desde 2016 e reúne um total de 41 indicadores, é um alerta para o risco que os sistemas de saúde de todo mundo correm se os governos e a sociedade não agirem rápido para frear o aquecimento global. “Até pouco tempo os impactos na saúde eram pouco estudados nesse campo, mas tudo recai sobre a saúde”, explica Sandra Hacon, pesquisadora da Escola Nacional da Saúde Pública. “As tendências nos impactos, exposições e vulnerabilidades da mudança climática mostram um nível inaceitavelmente alto de risco para a saúde atual e futura das populações em todo o mundo”, alerta o documento, que foi publicado pela mais importante revista europeia de medicina, a Lancet, no dia 28 de novembro e contou com a participação do Banco Mundial e da Organização Mundial da Saúde (OMS). A segurança alimentar é outra área atingida pelas mudanças climáticas, com a diminuição do rendimento das colheitas em todas as regiões do mundo. “Não podemos esperar para agir, temos que ser proativos. Os prejuízos econômicos e na saúde são muito altos se esperarmos os desastres acontecerem”, considera a pesquisadora da Fiocruz.
O mundo ainda precisa reduzir efetivamente suas emissões de gases. A velocidade da mudança climática ameaça nossa vida e a vida de nossas crianças. Seguindo as tendências atuais, esgotamos a provisão de carbono necessária para manter o aquecimento abaixo de dois graus até 2032. Os impactos das alterações climáticas sobre a saúde acima deste nível ameaçam sobrecarregar nossos serviços de emergência e de saúde”, afirma o copresidente do Lancet Countdown e ex-diretor da OMS, Anthony Costello.
Em conjunto com o relatório global, foram lançadas recomendações específicas para alguns países, entre eles o Brasil. [Sobre esta questão afirma Sandra Hacon, pesquisadora da Fiocruz] “O Brasil lidera os estudos sobre mudanças climáticas, estamos à frente da América Latina nessa área tanto em saúde, como em recursos hídricos e agricultura. Temos a Amazônia, que é um laboratório natural. A Amazônia é um destaque não só para o Brasil, mas para o mundo”. Além disso, as queimadas e o desflorestamento já são uma das principais causas de adoecimento na região. A época das queimadas está associada ao nascimento de crianças com baixo peso e ao aumento das internações hospitalares e das doenças respiratórias, principalmente em crianças e idosos.
Disponível em: https://portal.fiocruz.br/noticia/estudo-alerta-para-impactos-das-mudancas-climaticas-na-saude. Acesso em 4 out. 2019.
Assinale a alternativa em que todas as palavras seguem a mesma regra de acentuação gráfica: