Questões de Português - Gramática - Semântica - Intertextualidade
Ler não é decifrar, como num jogo de adivinhações, o sentido de um texto. É, a partir do texto, ser capaz de atribuir-lhe significado, conseguir relacioná-lo a todos os outros textos significativos para cada um, reconhecer nele o tipo de leitura que o seu autor pretendia e, dono da própria vontade, entregar-se a essa leitura, ou rebelar-se contra ela, propondo uma outra não prevista.
LAJOLO, M. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. São Paulo: Ática, 1993
Nesse texto, a autora apresenta reflexões sobre o processo de produção de sentidos, valendo-se da metalinguagem. Essa função da linguagem torna-se evidente pelo fato de o texto
Hipertextualidade
O papel do hipertexto é exatamente o de reunir, não apenas os textos, mas também as redes de associações, anotações e comentários às quais eles são vinculados pelas pessoas. Ao mesmo tempo, a construção do senso comum encontra-se exposta e como que materializada: a elaboração coletiva de um hipertexto.
Trabalhar, viver, conversar fraternalmente com outros seres, cruzar um pouco por sua história, isto significa, entre outras coisas, construir uma bagagem de referências e associações comuns, uma rede hipertextual unificada, um texto compartilhado, capaz de diminuir os riscos de incompreensão.
LEVY, P. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. São Paulo: Editora 34, 1992 (adaptado).
O texto evidencia uma relação entre o hipertexto e a sociedade em que essa tecnologia se insere.
Constata-se que, nessa relação, há uma
HIPERTEXTUALIDADE
O papel do hipertexto é exatamente o de reunir, não apenas os textos, mas também as redes de associações, anotações e comentários às quais eles são vinculados pelas pessoas. Ao mesmo tempo, a construção do senso comum encontra-se exposta e como que materializada: a elaboração coletiva de um hipertexto.
Trabalhar, viver, conversar fraternalmente com outros seres, cruzar um pouco por sua história, isto significa, entre outras coisas, construir uma bagagem de referências e associações comuns, uma rede hipertextual unificada, um texto compartilhado, capaz de diminuir os riscos de incompreensão.
LEVY, P. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. São Paulo: Editora 34, 1992 (adaptado).
O texto evidencia uma relação entre o hipertexto e a sociedade em que essa tecnologia se insere. Constata-se que, nessa relação, há uma
Interfaces
Um dos mais importantes componentes do hipertexto é a sua interface. As interfaces permitem a visualização do conteúdo, determinam o tipo de interação que se estabelece entre as pessoas e a informação, direcionando sua escolha e o acesso ao conteúdo.
O hipertexto retoma e transforma antigas interfaces da escrita (a noção de interface não dever ser limitada às técnicas de comunicação contemporânea). Constitui-se, na verdade, em uma poderosa rede de interfaces que se conectam a partir de príncipios básicos e que permitem um "interação amigável".
As particularidades do hipertexto virtual, como sua dinamicidade e seus aspectos multimidiátricos, devem-se ao seu suporte ótico, magnético, digital e à sua interface amigável. A influência do hipertexto é tanta que as representações de tipo cartográfico ganham cada vez mais importância nas tecnologias intelectuais de suporte informático.
Esta influência também é devida ao fato de a memória humana, segundo estudos da psicologia cognitiva, compreender e reter melhor as informações organizadas, especialmente em diagramas e em mapas conceituais manipuláveis. Por isso, imagina-se que o hipertexto deva favorecer o domínio mais rápido e fácil das informações em contrapondo a um audiovisual tradicional, por exemplo.
Disponível em: visites.unb.br. Acesso em: 1 ago 2012.
O texto informa como as interfaces são reaproveitadas pelo hipertexto virtual, influenciado as tecnologias de informação e comunicação. De acordo com o texto, qual é a finalidade do uso do hipertexto quanto à absorção e manipulação das informações?
Examine o cartum de Rafael Corrêa, publicado em sua conta no Instagram em 15.04.2022.
Na construção de seu sentido, o cartum mobiliza fundamentalmente o seguinte recurso expressivo:
Leia o excerto de O garimpeiro para responder à questão.
O jovem negociante era de conversação jovial e zombe-
teira. Para se inculcar1 de fina e polida educação, escarnecia
de tudo quanto era do sertão, e naquela ocasião, para dar
mostras de seu espírito, começou pelas cavalhadas.
[5] — Na corte ninguém iria ver cavalhadas senão para
rir-se. É um divertimento do tempo de El-Rei nosso senhor.
Que papel ridículo não fazem esses papalvos2 que ali vão
galopar enfeitados de chapéus armados, bandas, fitas e
ouropéis como figuras de entremez3 !... E a embaixada, Santo
[10] Deus! Há nada mais estúpido! Admira que ainda haja homens
sérios, que assim se atrevam a prestar-se ao debique4 em
público sobre um cavalo dançador, repetindo de boca cheia
umas asneiras que ninguém entende! É espetáculo próprio
só para bobos ou crianças. [...]
[15] — Perdão — replicou Elias com polidez — não lhe acho
razão, meu senhor, e entendo que a cavalhada é um diverti-
mento muito nobre, muito agradável, e muito útil.
— Deveras! E não me fará o favor de dizer em quê?...
— Em quê? Em muita coisa. O senhor bem sabe que
[20] as cavalhadas não são mais do que uma imagem, um simu-
lacro das antigas justas e torneios. Mas esses divertimentos
bárbaros, em que se derramava sangue, e que muitas vezes
custavam a vida aos justadores, não podem compadecer-se
com as luzes e costumes da civilização atual, e admira que,
[25] mesmo nos sanguinários tempos da média idade, fossem
tolerados entre povos cristãos. A cavalhada, porém, ficou
como uma imitação daquelas lutas cavalheirescas, que,
não custando o sangue nem a vida a ninguém, oferece um
brilhante e nobre espetáculo aos olhos do povo. A equitação é
[30] uma arte útil, necessária mesmo; ninguém o pode contestar.
A cavalhada produz estímulo e emulação entre os moços
para se exercerem nesta vantajosa e nobre arte, dando-lhes
ocasião de alardear o seu garbo e destreza em dirigir um
possante e fogoso ginete5 aos olhos do público, e às vezes
[35] também de uma amante querida, que do fundo do seu palan-
que o anima com um olhar, ou com um sorriso.
Dizendo estas últimas palavras, Elias lançou furtivamente
sobre Lúcia um olhar rápido. [...]
— Oh! meu senhor! Já lá se foi o tempo dos D. Quixote e
[40] das Dulcineias — disse o negociante.
(Bernardo Guimarães. O garimpeiro.)
1 inculcar: dar a entender.
2 papalvo: pessoa boba, tola, pateta.
3 entremez: apresentação de jograis ou bufões, realizada nos banquetes da Idade Média.
4 debique: ação ou resultado de debicar, debochar; escárnio, zombaria.
5 ginete: cavalo de boa raça, bem adestrado.
A intertextualidade presente no trecho “Já lá se foi o tempo dos D. Quixote e das Dulcineias” (7º parágrafo) tem como objetivo
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