Questões de Português - Gramática - Figuras de Linguagem - Paradoxo
Leia a letra da Canção pra Amazônia, composta por Nando Reis e Carlos Rennó, para responder à questão.
Maior floresta tropical da Terra
a toda hora sofre um duro golpe.
Contra trator, corrente, motosserra,
a bela flora clama em vão: “Me poupe!”
[5] Porém tem uma gente surda e cega
para a beleza e o valor da mata,
embora o mundo grite que já chega,
pois é a vida que o desmate mata.
Mais vasta ainda todavia é a devastação e o trauma:
[10] focos de fogo nos sufocam fauna, flora e até a alma.
Amazônia!
Razão de tanta insânia e tanta insônia!
Objeto de omissão e ação errônea!
É sem igual, sem plano B nem clone a
[15] Amazônia!
[...]
Dos povos da floresta sob pressão,
o indígena, seu grande guardião,
em comunhão com ela há milênios,
nos últimos e trágicos decênios,
[20] vem vendo a mata sendo ameaçada
e cada terra deles atacada
por levas de peões de poderosos
com planos de riqueza horrorosos.
É invasão!, destruição!, ódio a quem são seus empecilhos!
[25] Eles não pensam no amanhã nem do planeta nem dos próprios filhos!
https://tinyurl.com/wk2zp473%20Acesso%20em:%2016.08.2023.%20Adaptado.
Na letra dessa canção, ocorre
Leia a tirinha de Laerte para responder a questão.
A figura de pensamento presente na tirinha denominada paradoxo também pode ser encontrada no seguinte excerto
Para responder à questão, leia o texto a seguir.
BUSCA DA PERFEIÇÃO PELOS ATLETAS DE ALTO NÍVEL ME LEMBRA “O MITO DE SÍSIFO”
A excepcional ginasta Simone Biles, ao desistir das competições por equipes e das finais individuais, nas quais era favorita, conseguiu sua grande vitória no esporte.
Ela expôs, com sobriedade, clareza e coragem, suas fraquezas, ao dizer que não suportava mais a pressão para ganhar a medalha de ouro e que já estava assim há vários anos.
Além do sofrimento emocional, Simone falou que a queda no salto, durante as eliminatórias, foi resultante da falta de simetria entre a mente e o corpo. Simone humanizou as Olimpíadas.
A decisão da ginasta abre um importante debate sobre os problemas emocionais dos atletas de alto rendimento.
O fato é também importante para enfatizar a necessidade da presença rotineira de profissionais de psicologia no acompanhamento de atletas.
Os campeões, com prazer e, às vezes, sofrimento mental, buscam a perfeição, que não existe. Quanto mais o atleta treina, mais brilha, mais evolui e mais ele tenta chegar a um limite técnico inalcançável.
Isso me lembra “O Mito de Sísifo”, obra do genial Albert Camus, que conta a absurda tarefa humana, em que uma pessoa tenta carregar uma enorme pedra até o pico de uma montanha, sem conseguir. A pedra volta, e ele tenta, ininterruptamente, o impossível, até a eternidade.
CORRER E SONHAR
Era a véspera da disputa pela medalha de ouro na prova de maratona entre mulheres. Joana era a esperança brasileira. Antes de dormir, lembrou-se de sua infância pobre no interior. Era conhecida como a menina que corria. Na adolescência, Joana foi para a capital, onde começou a treinar. Ganhou várias competições e chegou à Olimpíada de Tóquio.
Joana demorou para dormir. Adormeceu e sonhou que, na hora da largada, seus pés estavam colados ao chão. Não saía do lugar. Foi eliminada. Acordou aliviada e percebeu que era um sonho. Pensou que deveria ser o medo de fracassar. Sentiu-se mais forte e mais resistente. Correu como nunca e ganhou, com facilidade, a medalha de ouro.
Após a comemoração, junto com outros atletas, Joana foi para o quarto, telefonou para os familiares, chorou abraçada à medalha, dormiu e sonhou com o ouro em Paris, em 2024. Depois disso, poderia parar de correr e fazer outras coisas que sonhava. A vida continuava.
TOSTÃO. Folha de São Paulo, 01/08/2021. (Disponível em https://www1.folha.uol.com.br/colunas/tostao/2021/07/busca-da-perfeicao. Acesso em 01/10/2021.)
Segundo o dicionário Michaelis, paradoxo é:
“Opinião ou proposição contrária ao senso comum; contrassenso, disparate; falta de coerência ou de lógica; pensamento ou argumento que contraria os princípios que costumam nortear o pensamento humano ou desafia o conhecimento e a crença da maioria dos seres humanos.”
(Disponível em https://michaelis.uol.com.br/palavra/8ad32/paradoxo/. Acesso em 05/10/2021.)
Assinale o trecho transcrito da primeira parte do texto que apresenta um paradoxo.
Os pilotos podem ser dispensados do dever de combate se forem inaptos psicologicamente, mas alguém que tente ver-se livre do dever de combate prova a sua sanidade.
Disponível em: https://pt-br.ihodl.com/analytics/2015-02-11. Acesso em: out. 2021.
A regra descrita nomeia a situação
Leia a crônica “Caso de justiceiro”, de Carlos Drummond de Andrade, para responder à questão.
Mercadinho é imagem de confusão organizada. Todos comprando tudo ao mesmo tempo em corredores estreitos, carrinhos e pirâmides de coisas se comprimindo, apalpamento, cheiração e análise visual de gêneros pelas madamas, e, a dominar o vozerio, o metralhar contínuo das registradoras. Um olho invisível, múltiplo e implacável, controla os menores movimentos da freguesia, devassa o mistério de bolsas e bolsos, quem sabe se até o pensamento. Parece o caos; contudo nada escapa à fiscalização. Aquela velhinha estrangeira, por exemplo, foi desmascarada.
— A senhora não pagou a dúzia de ovos quebrados.
— Paguei.
Antes que o leitor suponha ter a velhinha quebrado uma dúzia de ovos, explico que eles estão à venda assim mesmo, trincados. Por isso são mais baratos, e muita gente os prefere; casca é embalagem. A senhora ia pagar a dúzia de ovos perfeitos, comprada depois; mas e os quebrados, que ela comprara antes?
A velhinha se zanga e xinga em ótimo português-carioca o rapaz da caixa. O qual lhe responde boas, no mesmo idioma, frisando que gringo nenhum viria lá de sua terra da peste para dar prejuízo no Brasil, que ele estava ali para defender nosso torrão contra piratas da estranja. A mulher, fula de indignação, foi perdendo a voz. Caixeiros acorreram, tomando posição em defesa da pátria ultrajada na pessoa do colega; entre eles, alguns portugueses. A freguesia fez bolo. O mercadinho parou.
Eis que irrompe o tarzã de calção de banho ainda rorejante e berra para o caixa:
— Para com isso, que eu não conheço essa dona mas vê-se pela cara que é distinta.
— Distinta? Roubou cem cruzeiros à casa e insultou a gente feito uma danada.
— Roubou coisa nenhuma, e o que ela disse de você eu não ouvi mas subscrevo. O que você é, é um calhorda e quer fazer média com o patrão à custa de uma pobre mulher.
O outro ia revidar à altura, mas o tarzã não era de cinema, era de verdade, o que aliás não escapou à percepção de nenhum dos presentes. De modo que enquanto uns socorriam a velhinha, que desmaiava, outros passavam a apoiá- -la moralmente, querendo arrebentar aquela joça. O partido nacionalista acoelhou-se. Foram tratando de cerrar as portas, para evitar a repetição de Caxias. Quem estava lá dentro que morresse de calor; enquanto não viessem a radiopatrulha e a ambulância, a questão dos ovos ficava em suspenso.
— Ah, é? — disse o vingador. — Pois eu pago os cem cruzeiros pelos ovos mas você tem de engolir a nota.
Tirou-a do bolso do calção, fez uma bolinha, puxou para baixo, com dedos de ferro, o queixo do caixa, e meteu-lhe o dinheiro na boca.
Assistência deslumbrada, em silêncio admiracional. Não é todos os dias que se vê engolir dinheiro. O caixa começou a mastigar, branco, nauseado, engasgado.
Uma voz veio do setor de ovos:
— Ela não roubou mesmo não! Olha o dinheiro embaixo do pacote!
Outras vozes se altearam: “Engole mais os outros cem!” “Os ovos também!” “Salafra” “Isso!” “Aquilo!”.
A onda era tamanha que o tarzã, instrumento da justiça divina, teve de restabelecer o equilíbrio.
— Espera aí. Este aqui já pagou. Agora vocês é que vão engolir tudo, se maltratarem este rapaz.
(Carlos Drummond de Andrade. Cadeira de balanço, 2020.)
Observa-se um paradoxo entre os termos que compõem a seguinte expressão:
ATENÇÃO: A QUESTÃO DEVE SER RESPONDIDA A PARTIR DO TEXTO.
TEXTO
Uma reunião por computador é paradoxalmente mais distante e mais próxima do que um encontro presencial. Mais distante por razões óbvias: as pessoas estão reduzidas a duas dimensões, presas em quadradinhos numa tela. Por outro lado, somos brindados com uma pequena moldura de intimidade alheia que não seria revelada em torno da mesa de um escritório.
Vemos a sala ou o quarto dos outros. A estante de livros. Vejo pendurada uma boina no cabide de um colega de trabalho, a quem sempre atribuí um caráter discreto e austero. Em que ocasião ele usa essa boina? Será que meu colega não é careta e austero coisa nenhuma e, aos domingos, veste a boina, acende um cachimbo e pinta telas com nus gigantes?
Em contrapartida, li no jornal The New York Times uma matéria, a qual tratava da importância que damos, em nossas interações sociais, às imediatas respostas faciais e corporais das outras pessoas. A cada instante, vamos moldando nosso discurso pelos sorrisos, sobrancelhas arqueadas ou braços cruzados dos nossos interlocutores.
Numa reunião on-line, cada um tem uma qualidade de conexão diferente e as reações chegam embaralhadas, às vezes com vários segundos de atraso. Ao vivo é quando podemos interpretar perfeitamente o fluxo da conversa. Lemos no outro a antecipação de uma pausa, num outro a intenção de uma fala, num outro, ainda, a disposição para a briga. Uma conversa de várias pessoas é uma sinfonia emocional, cuja partitura a seleção natural nos moldou, por milhares de anos, para ler.
PRATA, Antônio. Zoom. www1.folha.uol.com.br, 14/06/2020. Adaptado.
Considere o fragmento a seguir.
Uma reunião por computador é paradoxalmente mais distante e mais próxima do que um encontro presencial.
Ao empregar o vocábulo destacado, o autor
Faça seu login GRÁTIS
Minhas Estatísticas Completas
Estude o conteúdo com a Duda
Estude com a Duda
Selecione um conteúdo para aprender mais: