UECE 2014/2
66 Questões
TEXTO I
O ESCRETE DO SONHO
Nélson Rodrigues
[1] Quem devia escrever a história do
tricampeonato era Mário Filho. Só ele teria a
visão homérica do maior feito do futebol
brasileiro e mundial. Nunca houve, na face da
[5] terra, um escrete tão humilhado e tão ofendido.
Vocês se lembram do que aconteceu no
Morumbi.
Sempre digo que a torcida vaia até minuto
de silêncio. Mas em São Paulo foi demais. A
[10] torcida queria Edu, e Zagallo escalou Paulo
César. A vaia começou antes do jogo, continuou
durante e depois do jogo. Até hoje, não sei
como Paulo César sobreviveu ao próprio
massacre. Há um tipo de vaia que explode como
[15] uma força da natureza. Sim. Uma vaia que
venta, chove, troveja e relampeja.
Os jogadores se entreolhavam, sem entender
que os tratassem, no Brasil, como o inimigo,
como o estrangeiro. Mas não era só a multidão.
[20] Também a imprensa, fora algumas exceções,
dizia horrores do técnico, do time, dos
jogadores.
Todavia, ninguém contava com o homem
brasileiro. Cada um de nós é um pouco como o
[25] Zé do Patrocínio. O “Tigre da Abolição” era
suscetível às mais cavas e feias depressões. Sua
retórica sempre começava fria, gaguejante.
Seus amigos, porém, iam para o meio da massa
e começavam a berrar: — “Negro burro, negro
[30] analfabeto, negro ordinário!” E, então,
Patrocínio pegava fogo. Dizia coisas assim: —
“Sou negro, sim, Deus deu-me sangue de Otelo
para ter ciúmes de minha pátria”. Para assumir
a sua verdadeira dimensão, o escrete precisava
[35] ser mordido pelas vaias. Foi toda uma
maravilhosa ressurreição.
A Copa do México desmontou a gigantesca
impostura que a maioria criava em torno do
futebol europeu. Os virtuosos, os estilistas,
[40] éramos nós; nós, os goleadores; nós, os
inventores. E a famosa velocidade? Meu Deus,
ganhamos andando.
Pelé, maravilhosamente negro, poderia
erguer o gesto, gritando: — “Deus deu-me
[45] sangue de Otelo para ter ciúmes da minha
pátria”. E assim, brancos ou pretos, somos 90
milhões de otelos incendiados de ciúme pela
pátria.
(Brasil 4 x 1 Itália, 21/6/1970, na Cidade do México. Brasil tricampeão mundial.)
RODRIGUES, Nélson. In: A pátria em chuteiras: novas crônicas de futebol. São Paulo: Companhia das Letras, 1984. p. 158-160. Texto adaptado.
A pátria em chuteiras é o título do livro de crônicas de Nélson Rodrigues, sobre futebol, de onde foi retirada a crônica “O escrete do sonho”. O título do livro é também o título de uma das crônicas que compõem a obra. No início da crônica “A pátria em chuteiras”, Nélson Rodrigues faz a seguinte interrogação: “Pergunto: — para nós, o que é o escrete? — Digamos: é a pátria em calções e chuteiras, a dar rútilas botinadas, em todas as direções. O escrete representa os nossos defeitos e as nossas virtudes. Em suma: — o escrete chuta por 100 milhões de brasileiros. E cada gol do escrete é feito por todos nós”.
Assinale a afirmação correta em relação ao título do livro.
TEXTO I
O ESCRETE DO SONHO
Nélson Rodrigues
[1] Quem devia escrever a história do
tricampeonato era Mário Filho. Só ele teria a
visão homérica do maior feito do futebol
brasileiro e mundial. Nunca houve, na face da
[5] terra, um escrete tão humilhado e tão ofendido.
Vocês se lembram do que aconteceu no
Morumbi.
Sempre digo que a torcida vaia até minuto
de silêncio. Mas em São Paulo foi demais. A
[10] torcida queria Edu, e Zagallo escalou Paulo
César. A vaia começou antes do jogo, continuou
durante e depois do jogo. Até hoje, não sei
como Paulo César sobreviveu ao próprio
massacre. Há um tipo de vaia que explode como
[15] uma força da natureza. Sim. Uma vaia que
venta, chove, troveja e relampeja.
Os jogadores se entreolhavam, sem entender
que os tratassem, no Brasil, como o inimigo,
como o estrangeiro. Mas não era só a multidão.
[20] Também a imprensa, fora algumas exceções,
dizia horrores do técnico, do time, dos
jogadores.
Todavia, ninguém contava com o homem
brasileiro. Cada um de nós é um pouco como o
[25] Zé do Patrocínio. O “Tigre da Abolição” era
suscetível às mais cavas e feias depressões. Sua
retórica sempre começava fria, gaguejante.
Seus amigos, porém, iam para o meio da massa
e começavam a berrar: — “Negro burro, negro
[30] analfabeto, negro ordinário!” E, então,
Patrocínio pegava fogo. Dizia coisas assim: —
“Sou negro, sim, Deus deu-me sangue de Otelo
para ter ciúmes de minha pátria”. Para assumir
a sua verdadeira dimensão, o escrete precisava
[35] ser mordido pelas vaias. Foi toda uma
maravilhosa ressurreição.
A Copa do México desmontou a gigantesca
impostura que a maioria criava em torno do
futebol europeu. Os virtuosos, os estilistas,
[40] éramos nós; nós, os goleadores; nós, os
inventores. E a famosa velocidade? Meu Deus,
ganhamos andando.
Pelé, maravilhosamente negro, poderia
erguer o gesto, gritando: — “Deus deu-me
[45] sangue de Otelo para ter ciúmes da minha
pátria”. E assim, brancos ou pretos, somos 90
milhões de otelos incendiados de ciúme pela
pátria.
(Brasil 4 x 1 Itália, 21/6/1970, na Cidade do México. Brasil tricampeão mundial.)
RODRIGUES, Nélson. In: A pátria em chuteiras: novas crônicas de futebol. São Paulo: Companhia das Letras, 1984. p. 158-160. Texto adaptado.
Mário Rodrigues Filho (*Recife, 1908 †Rio de Janeiro, 1966), ou apenas Mário Filho, era irmão de Nélson Rodrigues. Tido como o maior jornalista esportivo brasileiro de todos os tempos, inovou a maneira de descrever as partidas e falar dos jogadores. Deu nome ao antigo Estádio Municipal do Maracanã, que oficialmente passou a chamar-se Estádio Jornalista Mário Filho. Segundo o cronista, Mário Filho é que deveria escrever a história do tricampeonato: “Só ele teria a visão homérica do maior feito do futebol brasileiro e mundial” (linhas 2- 4). Com o enunciado entre aspas, o cronista quer dizer que Mário Filho
TEXTO I
O ESCRETE DO SONHO
Nélson Rodrigues
[1] Quem devia escrever a história do
tricampeonato era Mário Filho. Só ele teria a
visão homérica do maior feito do futebol
brasileiro e mundial. Nunca houve, na face da
[5] terra, um escrete tão humilhado e tão ofendido.
Vocês se lembram do que aconteceu no
Morumbi.
Sempre digo que a torcida vaia até minuto
de silêncio. Mas em São Paulo foi demais. A
[10] torcida queria Edu, e Zagallo escalou Paulo
César. A vaia começou antes do jogo, continuou
durante e depois do jogo. Até hoje, não sei
como Paulo César sobreviveu ao próprio
massacre. Há um tipo de vaia que explode como
[15] uma força da natureza. Sim. Uma vaia que
venta, chove, troveja e relampeja.
Os jogadores se entreolhavam, sem entender
que os tratassem, no Brasil, como o inimigo,
como o estrangeiro. Mas não era só a multidão.
[20] Também a imprensa, fora algumas exceções,
dizia horrores do técnico, do time, dos
jogadores.
Todavia, ninguém contava com o homem
brasileiro. Cada um de nós é um pouco como o
[25] Zé do Patrocínio. O “Tigre da Abolição” era
suscetível às mais cavas e feias depressões. Sua
retórica sempre começava fria, gaguejante.
Seus amigos, porém, iam para o meio da massa
e começavam a berrar: — “Negro burro, negro
[30] analfabeto, negro ordinário!” E, então,
Patrocínio pegava fogo. Dizia coisas assim: —
“Sou negro, sim, Deus deu-me sangue de Otelo
para ter ciúmes de minha pátria”. Para assumir
a sua verdadeira dimensão, o escrete precisava
[35] ser mordido pelas vaias. Foi toda uma
maravilhosa ressurreição.
A Copa do México desmontou a gigantesca
impostura que a maioria criava em torno do
futebol europeu. Os virtuosos, os estilistas,
[40] éramos nós; nós, os goleadores; nós, os
inventores. E a famosa velocidade? Meu Deus,
ganhamos andando.
Pelé, maravilhosamente negro, poderia
erguer o gesto, gritando: — “Deus deu-me
[45] sangue de Otelo para ter ciúmes da minha
pátria”. E assim, brancos ou pretos, somos 90
milhões de otelos incendiados de ciúme pela
pátria.
(Brasil 4 x 1 Itália, 21/6/1970, na Cidade do México. Brasil tricampeão mundial.)
RODRIGUES, Nélson. In: A pátria em chuteiras: novas crônicas de futebol. São Paulo: Companhia das Letras, 1984. p. 158-160. Texto adaptado.
Assinale a opção que apresenta uma voz que NÃO é a voz do enunciador.
TEXTO I
O ESCRETE DO SONHO
Nélson Rodrigues
[1] Quem devia escrever a história do
tricampeonato era Mário Filho. Só ele teria a
visão homérica do maior feito do futebol
brasileiro e mundial. Nunca houve, na face da
[5] terra, um escrete tão humilhado e tão ofendido.
Vocês se lembram do que aconteceu no
Morumbi.
Sempre digo que a torcida vaia até minuto
de silêncio. Mas em São Paulo foi demais. A
[10] torcida queria Edu, e Zagallo escalou Paulo
César. A vaia começou antes do jogo, continuou
durante e depois do jogo. Até hoje, não sei
como Paulo César sobreviveu ao próprio
massacre. Há um tipo de vaia que explode como
[15] uma força da natureza. Sim. Uma vaia que
venta, chove, troveja e relampeja.
Os jogadores se entreolhavam, sem entender
que os tratassem, no Brasil, como o inimigo,
como o estrangeiro. Mas não era só a multidão.
[20] Também a imprensa, fora algumas exceções,
dizia horrores do técnico, do time, dos
jogadores.
Todavia, ninguém contava com o homem
brasileiro. Cada um de nós é um pouco como o
[25] Zé do Patrocínio. O “Tigre da Abolição” era
suscetível às mais cavas e feias depressões. Sua
retórica sempre começava fria, gaguejante.
Seus amigos, porém, iam para o meio da massa
e começavam a berrar: — “Negro burro, negro
[30] analfabeto, negro ordinário!” E, então,
Patrocínio pegava fogo. Dizia coisas assim: —
“Sou negro, sim, Deus deu-me sangue de Otelo
para ter ciúmes de minha pátria”. Para assumir
a sua verdadeira dimensão, o escrete precisava
[35] ser mordido pelas vaias. Foi toda uma
maravilhosa ressurreição.
A Copa do México desmontou a gigantesca
impostura que a maioria criava em torno do
futebol europeu. Os virtuosos, os estilistas,
[40] éramos nós; nós, os goleadores; nós, os
inventores. E a famosa velocidade? Meu Deus,
ganhamos andando.
Pelé, maravilhosamente negro, poderia
erguer o gesto, gritando: — “Deus deu-me
[45] sangue de Otelo para ter ciúmes da minha
pátria”. E assim, brancos ou pretos, somos 90
milhões de otelos incendiados de ciúme pela
pátria.
(Brasil 4 x 1 Itália, 21/6/1970, na Cidade do México. Brasil tricampeão mundial.)
RODRIGUES, Nélson. In: A pátria em chuteiras: novas crônicas de futebol. São Paulo: Companhia das Letras, 1984. p. 158-160. Texto adaptado.
Atente ao que se diz sobre o enunciado que vai da linha 33 à linha 35.
I. O vocábulo “mordido”, no texto, é particípio do verbo morder e entra na composição da voz passiva.
II. Na voz ativa, teríamos a seguinte estrutura: (...) as vaias precisavam morder o escrete.
III. Se o cronista optasse pelo uso da voz ativa, mantendo a primeira oração no início, o sentido do enunciado continuaria o mesmo.
Está correto o que se diz apenas em
TEXTO I
O ESCRETE DO SONHO
Nélson Rodrigues
[1] Quem devia escrever a história do
tricampeonato era Mário Filho. Só ele teria a
visão homérica do maior feito do futebol
brasileiro e mundial. Nunca houve, na face da
[5] terra, um escrete tão humilhado e tão ofendido.
Vocês se lembram do que aconteceu no
Morumbi.
Sempre digo que a torcida vaia até minuto
de silêncio. Mas em São Paulo foi demais. A
[10] torcida queria Edu, e Zagallo escalou Paulo
César. A vaia começou antes do jogo, continuou
durante e depois do jogo. Até hoje, não sei
como Paulo César sobreviveu ao próprio
massacre. Há um tipo de vaia que explode como
[15] uma força da natureza. Sim. Uma vaia que
venta, chove, troveja e relampeja.
Os jogadores se entreolhavam, sem entender
que os tratassem, no Brasil, como o inimigo,
como o estrangeiro. Mas não era só a multidão.
[20] Também a imprensa, fora algumas exceções,
dizia horrores do técnico, do time, dos
jogadores.
Todavia, ninguém contava com o homem
brasileiro. Cada um de nós é um pouco como o
[25] Zé do Patrocínio. O “Tigre da Abolição” era
suscetível às mais cavas e feias depressões. Sua
retórica sempre começava fria, gaguejante.
Seus amigos, porém, iam para o meio da massa
e começavam a berrar: — “Negro burro, negro
[30] analfabeto, negro ordinário!” E, então,
Patrocínio pegava fogo. Dizia coisas assim: —
“Sou negro, sim, Deus deu-me sangue de Otelo
para ter ciúmes de minha pátria”. Para assumir
a sua verdadeira dimensão, o escrete precisava
[35] ser mordido pelas vaias. Foi toda uma
maravilhosa ressurreição.
A Copa do México desmontou a gigantesca
impostura que a maioria criava em torno do
futebol europeu. Os virtuosos, os estilistas,
[40] éramos nós; nós, os goleadores; nós, os
inventores. E a famosa velocidade? Meu Deus,
ganhamos andando.
Pelé, maravilhosamente negro, poderia
erguer o gesto, gritando: — “Deus deu-me
[45] sangue de Otelo para ter ciúmes da minha
pátria”. E assim, brancos ou pretos, somos 90
milhões de otelos incendiados de ciúme pela
pátria.
(Brasil 4 x 1 Itália, 21/6/1970, na Cidade do México. Brasil tricampeão mundial.)
RODRIGUES, Nélson. In: A pátria em chuteiras: novas crônicas de futebol. São Paulo: Companhia das Letras, 1984. p. 158-160. Texto adaptado.
Sobre o trecho seguinte: “Há um tipo de vaia que explode como uma força da natureza. Sim. Uma vaia que venta, chove, troveja e relampeja” (linhas 14-16), é INCORRETO afirmar que
TEXTO I
O ESCRETE DO SONHO
Nélson Rodrigues
[1] Quem devia escrever a história do
tricampeonato era Mário Filho. Só ele teria a
visão homérica do maior feito do futebol
brasileiro e mundial. Nunca houve, na face da
[5] terra, um escrete tão humilhado e tão ofendido.
Vocês se lembram do que aconteceu no
Morumbi.
Sempre digo que a torcida vaia até minuto
de silêncio. Mas em São Paulo foi demais. A
[10] torcida queria Edu, e Zagallo escalou Paulo
César. A vaia começou antes do jogo, continuou
durante e depois do jogo. Até hoje, não sei
como Paulo César sobreviveu ao próprio
massacre. Há um tipo de vaia que explode como
[15] uma força da natureza. Sim. Uma vaia que
venta, chove, troveja e relampeja.
Os jogadores se entreolhavam, sem entender
que os tratassem, no Brasil, como o inimigo,
como o estrangeiro. Mas não era só a multidão.
[20] Também a imprensa, fora algumas exceções,
dizia horrores do técnico, do time, dos
jogadores.
Todavia, ninguém contava com o homem
brasileiro. Cada um de nós é um pouco como o
[25] Zé do Patrocínio. O “Tigre da Abolição” era
suscetível às mais cavas e feias depressões. Sua
retórica sempre começava fria, gaguejante.
Seus amigos, porém, iam para o meio da massa
e começavam a berrar: — “Negro burro, negro
[30] analfabeto, negro ordinário!” E, então,
Patrocínio pegava fogo. Dizia coisas assim: —
“Sou negro, sim, Deus deu-me sangue de Otelo
para ter ciúmes de minha pátria”. Para assumir
a sua verdadeira dimensão, o escrete precisava
[35] ser mordido pelas vaias. Foi toda uma
maravilhosa ressurreição.
A Copa do México desmontou a gigantesca
impostura que a maioria criava em torno do
futebol europeu. Os virtuosos, os estilistas,
[40] éramos nós; nós, os goleadores; nós, os
inventores. E a famosa velocidade? Meu Deus,
ganhamos andando.
Pelé, maravilhosamente negro, poderia
erguer o gesto, gritando: — “Deus deu-me
[45] sangue de Otelo para ter ciúmes da minha
pátria”. E assim, brancos ou pretos, somos 90
milhões de otelos incendiados de ciúme pela
pátria.
(Brasil 4 x 1 Itália, 21/6/1970, na Cidade do México. Brasil tricampeão mundial.)
RODRIGUES, Nélson. In: A pátria em chuteiras: novas crônicas de futebol. São Paulo: Companhia das Letras, 1984. p. 158-160. Texto adaptado.
O cronista faz alusão a Otelo, personagem da tragédia shakespeariana intitulada “Otelo, o Mouro de Veneza”. Otelo, o protagonista, apaixona-se por uma jovem de família nobre, Desdêmona, com quem se casa. Insuflado por Iago, acaba matando a amada por ciúme. Nas linhas 32 e 45, o cronista escreve Otelo, com a inicial maiúscula. Na linha 47, põe o vocábulo no plural e o grafa com inicial minúscula. Atente para o que se diz sobre o uso das iniciais maiúsculas e minúsculas, nesse caso.
I. A maiúscula se justifica por ser a palavra um substantivo próprio, no caso, um antropônimo, que individualiza um ser humano.
II. A minúscula, por seu lado, justifica-se porque o vocábulo Otelo não mais nomeia um homem em particular, mas um conjunto de sujeitos que representam um tipo, no texto, o ciumento. Migrou, pois, da categoria de substantivo próprio para a de substantivo comum.
III. A grafia otelos é opcional. O cronista poderia ter escrito com maiúscula: somos 90 milhões de Otelos.
Está correto o que se diz em