UEA - SIS 2014 2ª Etapa
64 Questões
Leia o trecho de Iracema, de José de Alencar.
Rumor suspeito quebra a doce harmonia da sesta. Ergue a virgem os olhos, que o sol não deslumbra; sua vista perturba-se.
Diante dela e todo a contemplá-la, está um guerreiro estranho, se é guerreiro e não algum mau espírito da floresta. Tem nas faces o branco das areias que bordam o mar; nos olhos o azul triste das águas profundas. Ignotas armas e tecidos ignotos cobrem-lhe o corpo.
Foi rápido, como o olhar, o gesto de Iracema. A flecha embebida no arco partiu. Gotas de sangue borbulham na face do desconhecido.
De primeiro ímpeto, a mão lesta caiu sobre a cruz da espada; mas logo sorriu. O moço guerreiro aprendeu na religião de sua mãe, onde a mulher é símbolo de ternura e amor. Sofreu mais d’alma que da ferida.
O sentimento que ele pôs nos olhos e no rosto, não o sei eu. Porém a virgem lançou de si o arco e a uiraçaba, e correu para o guerreiro, sentida da mágoa que causara.
(www.objdigital.bn.br)
O romance trata das consequências do encontro entre Iracema e Martim. Com o romance, José de Alencar tem a intenção de
Você sabia que algumas atitudes nas redes sociais são entendidas como narcisismo? Narcisismo é a paixão excessiva por si mesmo. Segundo a mitologia grega, um jovem rapaz chamado Narciso, por rejeitar uma moça que estava apaixonada por ele, foi condenado a se apaixonar incontrolavelmente por si mesmo. Essa paixão fez com que morresse afogado quando admirava sua imagem refletida na água.
As redes sociais são grandes murais, onde os usuários expõem suas ideias, opiniões e modo de viver para todo mundo. Os usuários querem aparecer, mostrar superioridade em relação aos demais. Usam as plataformas on-line para o exibicionismo, a fim de se satisfazerem com a superioridade sobre os demais.
As pessoas publicam algo para buscar vários compartilhamentos, vários likes, tudo para satisfazerem seus egos. Esse problema atinge principalmente os jovens, que acabam até fazendo disputas uns com os outros, para saber qual o mais influente, qual o mais acessado, o mais popular.
(www.portaleducacao.com.br. Adaptado.)
É correto afirmar que o texto
Leia o trecho do romance Quincas Borba, de Machado de Assis.
Queres o avesso disso, leitor curioso? Vê este outro convidado para o almoço, Carlos Maria. Se aquele tem os modos “expansivos e francos” – no bom sentido laudatório –, claro é que ele os tem contrários. Assim, não te custará nada vê-lo entrar na sala, lento, frio e superior, ser apresentado ao Freitas, olhando para outra parte. Freitas que já o mandou cordialmente ao diabo por causa da demora (é perto do meio-dia), corteja-o agora rasgadamente, com grandes aleluias íntimas.
Também podes ver por ti mesmo que o nosso Rubião, se gosta mais do Freitas, tem o outro em maior consideração; esperou-o até agora, e esperá-lo-ia até amanhã. Carlos Maria é que não tem consideração a nenhum deles. Examinai-o bem; é um galhardo rapaz de olhos grandes e plácidos, muito senhor de si, ainda mais senhor dos outros. Olha de cima; não tem o riso jovial, mas escarninho1 . Agora, ao sentar-se à mesa, ao pegar no talher, ao abrir o guardanapo, em tudo se vê que ele está fazendo um insigne2 favor ao dono da casa – talvez dois –, o de lhe comer o almoço, e o de lhe não chamar pascácio3 .
E, malgrado essa disparidade de caracteres, o almoço foi alegre.
(Quincas Borba, 2008.)
1 escarninho: que zomba de algo.
2 insigne: notável, significativo.
3 pascácio: tolo, simplório.
No trecho, é evidente uma característica presente em algumas narrativas de Machado de Assis:
Leia o trecho do romance O Cortiço, de Aluísio Azevedo.
De cada casulo espipavam homens armados de pau, achas de lenha, varais de ferro. Um empenho coletivo os agitava agora, a todos, numa solidariedade briosa, como se ficassem desonrados para sempre se a polícia entrasse ali pela primeira vez. Enquanto se tratava de uma simples luta entre dois rivais, estava direito! “Jogassem lá as cristas, que o mais homem ficaria com a mulher!” mas agora tratava-se de defender a estalagem, a comuna, onde cada um tinha a zelar por alguém ou alguma coisa querida.
− Não entra! Não entra!
[...]
A polícia era o grande terror daquela gente, porque, sempre que penetrava em qualquer estalagem, havia grande estropício; à capa de1 evitar e punir o jogo e a bebedeira, os urbanos invadiam os quartos, quebravam o que lá estava, punham tudo em polvorosa. Era uma questão de ódio velho.
[...]
– Fogo!
A esse grito um pânico geral apoderou-se dos moradores do cortiço. Um incêndio lamberia aquelas cem casinhas enquanto o diabo esfrega um olho!
Fez-se logo medonha confusão. Cada qual pensou em salvar o que era seu. E os polícias aproveitando o terror dos adversários, avançaram com ímpeto, levando na frente o que encontraram e penetrando enfim no infernal reduto, a dar espadeiradas para a direita e para a esquerda, como quem destroça uma boiada. A multidão atropelava-se, desembestando num alarido. Uns fugiam à prisão; outros cuidavam em defender a casa. Mas as praças2 , loucas de cólera, metiam dentro as portas e iam invadindo e quebrando tudo, sequiosas de vingança.
(O cortiço, 2008.)
1 à capa de: com o pretexto de.
2 praça: policial.
O trecho exemplifica uma característica do Naturalismo:
O Novo Acordo Ortográfico faz a seguinte distinção: são acentuados os ditongos abertos em palavras oxítonas, mas não nas paroxítonas. Exemplificam tal distinção e estão corretamente acentuadas as palavras:
Leia a notícia para responder à questão.
Menino que caiu de 3.° andar de shopping em Manaus recebe alta hospitalar sob forte emoção
Recebeu alta hospitalar nesta quinta-feira (31), em Manaus, o menino Pedro Trevisan Nereu, de 5 anos, que desde o dia 14 deste mês estava internado no Pronto- -Socorro da Criança da Zona Leste (Joãozinho), após sofrer uma grave queda, de uma altura de 15 metros, em um shopping da cidade. O garoto deixou o hospital andando, na companhia dos pais, e a despedida dele foi cercada de emoção por parte da equipe de profissionais do hospital.
Os pais do menino, Ricardo Trevisan e Núbia Nereu, estavam felizes com a alta hospitalar e fizeram questão de abraçar e se despedir de toda a equipe que os acompanhou no hospital. “Nós temos que agradecer, não só aos médicos, mas às enfermeiras, à nutricionista, que meu filho chama de ‘tia do macarrão’ (prato preferido do garoto), e a todo o hospital, pelo excelente atendimento e apoio que tivemos aqui”, ressaltou o pai. “Não sei se em outro lugar esse milagre aconteceria”, desabafou.
Ao sair do Pronto-Socorro Joãozinho, Pedro se despediu de toda a equipe que o atendeu, abraçando enfermeiras e médicos. De acordo a família Trevisan Nereu, eles irão a São Paulo na próxima semana, para dar continuidade ao tratamento ortopédico.
Outros pacientes e acompanhantes que estavam em tratamento na unidade de saúde também se emocionaram com a saída do garoto. “É um milagre esse menino ter caído de onde caiu e sair assim, caminhando, do hospital”, comentou Ana dos Santos, 72, que acompanhava a neta numa consulta.
O cirurgião geral Luis Alberto Rossel atribui a excelente recuperação do menino ao pronto atendimento que recebeu – tanto no local do acidente, pela equipe de socorro do shopping, quanto no Pronto-Socorro da Criança da Zona Oeste, para onde foi transferido primeiramente, antes de ir ao Joãozinho.
“Crianças têm uma facilidade de recuperação melhor que os adultos, e esse paciente, apesar do trauma gravíssimo que sofreu, teve o primeiro atendimento rápido e as cirurgias realizadas no momento certo”, afirmou Rossel.
(http://acritica.uol.com.br, 31.07.2014. Adaptado.)
Observa-se no primeiro parágrafo da notícia um recurso comum a este tipo de texto jornalístico. No início, o texto