UNIFENAS 2014/2 Manhã
42 Questões
Observação:
O conjunto de textos abaixo foi extraído da obra de Oswald de Andrade, um dos criadores do Modernismo no Brasil. Os poemas foram transcritos na íntegra, portanto não constituem fragmentos ou excertos.
o violeiro
Vi a saída da lua
Tive um gosto singulá
Em frente da casa tua
São vortas que o mundo dá
Ideal bandeirante
Tome este automóvel
E vá ver o Jardim New-Garden
Depois volte à Rua da Boa Vista
Compre o seu lote
Registre a escritura
Boa firme e valiosa
E more nesse bairro romântico
Equivalente ao célebre
Bois de Bolougne
Prestações mensais
Sem juros
a laçada
O Bento caiu como um touro
No terreiro
E o médico veio de Chevrolé
Trazendo um prognóstico
E toda a minha infância nos olhos
erro de português
Quando o português chegou
Debaixo duma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português
Canto do regresso à pátria
Minha terra tem palmares
Onde gorjeia o mar
Os passarinhos daqui
Não cantam como os de lá
Minha terra tem mais rosas
E quase que mais amores
Minha terra tem mais ouro
Minha terra tem mais terra
Ouro terra amor e rosa
Eu quero tudo de lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte pra São Paulo
Sem que veja a Rua 15
E o progresso de São Paulo
pronominais
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Na Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
nova Iguaçu
Confeitaria Três Nações
Importações e Exportação
Açougue Ideal
Leiteria Moderna
Café do Papagaio
Armarinho União
No país sem pecados
Me dá um cigarro
as meninas da gare
Eram três ou quatro moças bem moças e
/bem gentis
Com cabelos mui pretos pelas espáduas
E suas vergonhas tão altas e tão saradinhas
Que de nós as muito bem olharmos
Não tínhamos nenhuma vergonha
(ANDRADE, Oswald de. Poesias Reunidas. São Paulo. Círculo do Livro. s/d)
Avalie as afirmações sobre os textos de Oswald de Andrade.
I – No seu conjunto, os poemas confirmam a disposição dos primeiros modernistas brasileiros (que têm em Oswald de Andrade seu mais radical representante) de combater o tradicionalismo e o academicismo literários, especialmente no que têm de pomposo e discursivo.
II – Chama a atenção nos poemas o seu aspecto linguístico, o qual representa um “questionamento da retórica em sua base”, cujo resultado é o emprego, por parte do autor, de uma linguagem em que predomina o falar cotidiano, ou seja, bem próxima da língua do povo.
III – Oswald de Andrade é bastante coerente com a intenção manifestada por ele de erradicar de sua poesia qualquer elemento que contraria uma atitude racional e antilírica. Por isso, a ausência nos textos em questão de qualquer traço de lirismo.
IV – Como escritor da fase demolidora e iconoclasta do Modernismo brasileiro, Oswald não se preocupa com a correção linguística. O poema “violeiro”, inclusive, pode ser visto com exaltação do erro como forma de criatividade.
V – A leitura desses poemas permite-nos afirmar que a intenção dessacralizante do autor não se resume à proposta de reabilitação do nosso falar cotidiano; também, como se vê no poema “ideal bandeirante”, admite a incorporação de certos estrangeirismos como forma de adequação ao dinamismo da civilização moderna.
Observação:
O conjunto de textos abaixo foi extraído da obra de Oswald de Andrade, um dos criadores do Modernismo no Brasil. Os poemas foram transcritos na íntegra, portanto não constituem fragmentos ou excertos.
o violeiro
Vi a saída da lua
Tive um gosto singulá
Em frente da casa tua
São vortas que o mundo dá
Ideal bandeirante
Tome este automóvel
E vá ver o Jardim New-Garden
Depois volte à Rua da Boa Vista
Compre o seu lote
Registre a escritura
Boa firme e valiosa
E more nesse bairro romântico
Equivalente ao célebre
Bois de Bolougne
Prestações mensais
Sem juros
a laçada
O Bento caiu como um touro
No terreiro
E o médico veio de Chevrolé
Trazendo um prognóstico
E toda a minha infância nos olhos
erro de português
Quando o português chegou
Debaixo duma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português
Canto do regresso à pátria
Minha terra tem palmares
Onde gorjeia o mar
Os passarinhos daqui
Não cantam como os de lá
Minha terra tem mais rosas
E quase que mais amores
Minha terra tem mais ouro
Minha terra tem mais terra
Ouro terra amor e rosa
Eu quero tudo de lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte pra São Paulo
Sem que veja a Rua 15
E o progresso de São Paulo
pronominais
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Na Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
nova Iguaçu
Confeitaria Três Nações
Importações e Exportação
Açougue Ideal
Leiteria Moderna
Café do Papagaio
Armarinho União
No país sem pecados
Me dá um cigarro
as meninas da gare
Eram três ou quatro moças bem moças e
/bem gentis
Com cabelos mui pretos pelas espáduas
E suas vergonhas tão altas e tão saradinhas
Que de nós as muito bem olharmos
Não tínhamos nenhuma vergonha
(ANDRADE, Oswald de. Poesias Reunidas. São Paulo. Círculo do Livro. s/d)
Assinale a alternativa que não interpreta corretamente o poema destacado.
Observação:
O conjunto de textos abaixo foi extraído da obra de Oswald de Andrade, um dos criadores do Modernismo no Brasil. Os poemas foram transcritos na íntegra, portanto não constituem fragmentos ou excertos.
o violeiro
Vi a saída da lua
Tive um gosto singulá
Em frente da casa tua
São vortas que o mundo dá
Ideal bandeirante
Tome este automóvel
E vá ver o Jardim New-Garden
Depois volte à Rua da Boa Vista
Compre o seu lote
Registre a escritura
Boa firme e valiosa
E more nesse bairro romântico
Equivalente ao célebre
Bois de Bolougne
Prestações mensais
Sem juros
a laçada
O Bento caiu como um touro
No terreiro
E o médico veio de Chevrolé
Trazendo um prognóstico
E toda a minha infância nos olhos
erro de português
Quando o português chegou
Debaixo duma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português
Canto do regresso à pátria
Minha terra tem palmares
Onde gorjeia o mar
Os passarinhos daqui
Não cantam como os de lá
Minha terra tem mais rosas
E quase que mais amores
Minha terra tem mais ouro
Minha terra tem mais terra
Ouro terra amor e rosa
Eu quero tudo de lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte pra São Paulo
Sem que veja a Rua 15
E o progresso de São Paulo
pronominais
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Na Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
nova Iguaçu
Confeitaria Três Nações
Importações e Exportação
Açougue Ideal
Leiteria Moderna
Café do Papagaio
Armarinho União
No país sem pecados
Me dá um cigarro
as meninas da gare
Eram três ou quatro moças bem moças e
/bem gentis
Com cabelos mui pretos pelas espáduas
E suas vergonhas tão altas e tão saradinhas
Que de nós as muito bem olharmos
Não tínhamos nenhuma vergonha
(ANDRADE, Oswald de. Poesias Reunidas. São Paulo. Círculo do Livro. s/d)
Avalie as afirmações feitas sobre o conjunto de textos apresentado.
I - Deve-se deduzir que o título “canto do regresso à pátria”, paródia de “Canção do Exílio”, de Gonçalves Dias, é extremamente irônico, já que o autor evidencia forte intenção antinacionalista, tendência de sua geração.
II – A intenção de Oswald de Andrade em “canto do regresso à pátria” é a de propor uma visão mais real e objetiva do Brasil, ofuscada pelo ufanismo romântico.
III – Em “ as meninas da gare”, o poeta apropria-se de fragmento da Carta, de Pero Vaz de Caminha. Atualiza um episódio histórico e induz o leitor à ideia de que as índias eram vistas pelos portugueses como objetos de prazer tal como se veem as prostitutas das estações ferroviárias (gares).
IV – Com o emprego da palavra “gare”, Oswald sugere que a nova terra descoberta seria um mero lugar de embarque e desembarque de pessoas e mercadorias, como numa estação de ferro.
V- Comparando com a Canção do Exílio, os versos da primeira estrofe de “canto de regresso à pátria” aproximam-se, pelo imprevisto, da técnica surrealista quando fazem alusão a palmares (esperava-se palmeiras) e, sobretudo, o emprego de mar (que gorjeia!?) no lugar de sabiá.
Observação:
O conjunto de textos abaixo foi extraído da obra de Oswald de Andrade, um dos criadores do Modernismo no Brasil. Os poemas foram transcritos na íntegra, portanto não constituem fragmentos ou excertos.
o violeiro
Vi a saída da lua
Tive um gosto singulá
Em frente da casa tua
São vortas que o mundo dá
Ideal bandeirante
Tome este automóvel
E vá ver o Jardim New-Garden
Depois volte à Rua da Boa Vista
Compre o seu lote
Registre a escritura
Boa firme e valiosa
E more nesse bairro romântico
Equivalente ao célebre
Bois de Bolougne
Prestações mensais
Sem juros
a laçada
O Bento caiu como um touro
No terreiro
E o médico veio de Chevrolé
Trazendo um prognóstico
E toda a minha infância nos olhos
erro de português
Quando o português chegou
Debaixo duma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português
Canto do regresso à pátria
Minha terra tem palmares
Onde gorjeia o mar
Os passarinhos daqui
Não cantam como os de lá
Minha terra tem mais rosas
E quase que mais amores
Minha terra tem mais ouro
Minha terra tem mais terra
Ouro terra amor e rosa
Eu quero tudo de lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte pra São Paulo
Sem que veja a Rua 15
E o progresso de São Paulo
pronominais
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Na Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
nova Iguaçu
Confeitaria Três Nações
Importações e Exportação
Açougue Ideal
Leiteria Moderna
Café do Papagaio
Armarinho União
No país sem pecados
Me dá um cigarro
as meninas da gare
Eram três ou quatro moças bem moças e
/bem gentis
Com cabelos mui pretos pelas espáduas
E suas vergonhas tão altas e tão saradinhas
Que de nós as muito bem olharmos
Não tínhamos nenhuma vergonha
(ANDRADE, Oswald de. Poesias Reunidas. São Paulo. Círculo do Livro. s/d)
Assinale a alternativa incorreta quanto à análise de aspectos presentes nos textos em questão.
Observação: O conjunto de textos abaixo foi extraído da obra de Oswald de Andrade, um dos criadores do Modernismo no Brasil. Os poemas foram transcritos na íntegra, portanto não constituem fragmentos ou excertos.
o violeiro
Vi a saída da lua
Tive um gosto singulá
Em frente da casa tua
São vortas que o mundo dá
Ideal bandeirante
Tome este automóvel
E vá ver o Jardim New-Garden
Depois volte à Rua da Boa Vista
Compre o seu lote
Registre a escritura
Boa firme e valiosa
E more nesse bairro romântico
Equivalente ao célebre
Bois de Bolougne
Prestações mensais
Sem juros
a laçada
O Bento caiu como um touro
No terreiro
E o médico veio de Chevrolé
Trazendo um prognóstico
E toda a minha infância nos olhos
erro de português
Quando o português chegou
Debaixo duma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português
Canto do regresso à pátria
Minha terra tem palmares
Onde gorjeia o mar
Os passarinhos daqui
Não cantam como os de lá
Minha terra tem mais rosas
E quase que mais amores
Minha terra tem mais ouro
Minha terra tem mais terra
Ouro terra amor e rosa
Eu quero tudo de lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte pra São Paulo
Sem que veja a Rua 15
E o progresso de São Paulo
pronominais
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Na Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
nova Iguaçu
Confeitaria Três Nações
Importações e Exportação
Açougue Ideal
Leiteria Moderna
Café do Papagaio
Armarinho União
No país sem pecados
Me dá um cigarro
as meninas da gare
Eram três ou quatro moças bem moças e
/bem gentis
Com cabelos mui pretos pelas espáduas
E suas vergonhas tão altas e tão saradinhas
Que de nós as muito bem olharmos
Não tínhamos nenhuma vergonha
(ANDRADE, Oswald de. Poesias Reunidas. São Paulo. Círculo do Livro. s/d)
Avalie as seguintes afirmações relativas a fatos presentes nos textos em questão.
I - “Depois volte à Rua Boa Vista” (“ideal bandeirante”)
- A partícula destacada acima se repetirá, sem nenhuma alteração, em todas as seguintes ocorrências: Volte sempre __ alegre Lisboa. / Volte __ a terra após deixar o barco. / Volte, sem demora, __ casa em que você nasceu. / Volte __ a vida campestre e viva feliz. / Nunca volte __ esta cidade sem lei.
II – “São vortas que o mundo dá” ( o violeiro)
- A forma verbal destacada nesse verso poderá ser mantida, sem nenhuma alteração, em todos os períodos seguintes: Somos nós quem ___ as cartas neste lugar. / Vossa Santidade ___ importância a tais fatos? / Andar e nadar ___ às pessoas muita saúde. / Você, assim como eu, ___muito valor à vida/ A maior parte dos brasileiros ___ importância a fofocas.
III – “E more neste bairro romântico” (“ideal bandeirante)
- A palavra destacada acima poderá preencher todas as lacunas seguintes sem nenhuma alteração: Trocamos entre nós novela e romance _______ / Estou lendo neste momento _____romance e novela. / Confesso que li um ou outro romance _________. / Acho esta novela e romance ________. / Considero ________ o romance e a novela.
IV – “Em frente da casa tua / São vortas que o mundo dá” (“o violeiro)
- Destacou-se nesses versos uma função sintática que será mantida em todos os períodos seguintes: O anel que me deste quebrou. / Conto nos dedos as alegrias que me proporcionaste. / O livro que ora escrevo será editado por amigos. / O cantor que o consideram deixa-o vaidoso. / Há saudades que a gente nunca esquece.
V – “Fosse uma manhã de sol” (“erro de português”)
- A função sintática assinalada nesse verso ocorre em todos os seguintes versos: “Tome este automóvel” / “Minha terra tem mais rosas” / “Eram três ou quatro moças bem gentis.” / “Com cabelos muito pretos pelas espáduas “.
Observação:
O conjunto de textos abaixo foi extraído da obra de Oswald de Andrade, um dos criadores do Modernismo no Brasil. Os poemas foram transcritos na íntegra, portanto não constituem fragmentos ou excertos.
o violeiro
Vi a saída da lua
Tive um gosto singulá
Em frente da casa tua
São vortas que o mundo dá
Ideal bandeirante
Tome este automóvel
E vá ver o Jardim New-Garden
Depois volte à Rua da Boa Vista
Compre o seu lote
Registre a escritura
Boa firme e valiosa
E more nesse bairro romântico
Equivalente ao célebre
Bois de Bolougne
Prestações mensais
Sem juros
a laçada
O Bento caiu como um touro
No terreiro
E o médico veio de Chevrolé
Trazendo um prognóstico
E toda a minha infância nos olhos
erro de português
Quando o português chegou
Debaixo duma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português
Canto do regresso à pátria
Minha terra tem palmares
Onde gorjeia o mar
Os passarinhos daqui
Não cantam como os de lá
Minha terra tem mais rosas
E quase que mais amores
Minha terra tem mais ouro
Minha terra tem mais terra
Ouro terra amor e rosa
Eu quero tudo de lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte pra São Paulo
Sem que veja a Rua 15
E o progresso de São Paulo
pronominais
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Na Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
nova Iguaçu
Confeitaria Três Nações
Importações e Exportação
Açougue Ideal
Leiteria Moderna
Café do Papagaio
Armarinho União
No país sem pecados
Me dá um cigarro
as meninas da gare
Eram três ou quatro moças bem moças e
/bem gentis
Com cabelos mui pretos pelas espáduas
E suas vergonhas tão altas e tão saradinhas
Que de nós as muito bem olharmos
Não tínhamos nenhuma vergonha
(ANDRADE, Oswald de. Poesias Reunidas. São Paulo. Círculo do Livro. s/d)
Avalie as seguintes afirmações sobre aspectos presentes nos textos em questão, assinalando, em seguida, a alternativa incorreta