Prova EBMSP 2014/1 Medicina
50 Questões
Pacotinhos de prazer
A sensação de estar por fora é consequência da
hiperconectividade, um conceito elaborado por dois
pesquisadores canadenses, Anabel Quan-Haase
e Barry Wellman. Não há fronteiras entre indivíduo,
5 seus amigos e o restante do mundo – com exceção
(maldição!) de locais em que o sinal é fraco ou
(pesadelo!) não chega. Um dos efeitos colaterais
da hiperconectividade é ser altamente viciante.
Dispositivos eletrônicos, como os celulares, geram
10 a sensação de prazer para o cérebro, porque
ele se sente recompensado a cada novidade
recebida. Uma mensagem é um pacotinho
de prazer. A descarga de uma substância
estimulante para nossos neurônios, a dopamina,
15 encarrega-se de gerar a sensação agradável.
O comportamento dos adolescentes é
particularmente preocupante por dois motivos:
primeiro, porque eles estão aprendendo hábitos que
levarão para a vida adulta. Uma pesquisa do órgão
20 regulador de telecomunicações do Reino Unido, a
Ofcom, sugere que 15% leem menos livros por causa
do tempo que gastam conectados. A maioria (60%)
se diz altamente viciada, quase o dobro dos adultos
(37%). Em segundo lugar, por razões biológicas,
25 os jovens têm menos controle sobre seus impulsos
e, portanto, mais dificuldade para dosar o uso do
smartphone. O amadurecimento cerebral acontece em
etapas. A última parte a maturar é a região responsável
pelo autocontrole, chamada córtex pré-frontal. “Até
30 lá, essa parte do cérebro funciona como um fio
desencapado”, diz o psicólogo americano Larry Rosen.
Algumas atitudes simples podem ajudar
a diminuir a dependência. Quando for usar o
smartphone, pergunte-se se é realmente necessário
35 ou se é apenas impulso ou hábito. Estabeleça
limites, como proibir o uso durante as refeições
ou após um determinado momento da noite.
Considerar apenas os aspectos negativos da
convivência com os celulares seria injusto ou inocente.
40 Eles só viraram problema porque são um enorme
sucesso, e isso acontece porque têm vantagens
objetivas, inclusive emocionais. Mitigam a solidão,
nos colocam num mundo que funciona 24 horas por
dia, permitem ordenar informações em meio a um
45 oceano caótico de novidades. Os relacionamentos
que se davam por conveniência geográfica – fazíamos
amizade com quem encontrávamos no trabalho,
na escola, na academia, na vizinhança – agora
se transformaram em contato entre pessoas que
50 realmente partilham os mesmos interesses. A
localização física é um detalhe.
BARIFOUSE, Rafael; AYUB, Isabella. Pacotinhos de prazer. Disponível em: <http://revistaepoca.globo.com/vida/ noticia/2012/06/o-celular-que-escraviza.html>. Acesso em: 19 set. 2013. Adaptado.
A leitura do texto permite afirmar que a hiperconectividade
Pacotinhos de prazer
A sensação de estar por fora é consequência da
hiperconectividade, um conceito elaborado por dois
pesquisadores canadenses, Anabel Quan-Haase
e Barry Wellman. Não há fronteiras entre indivíduo,
5 seus amigos e o restante do mundo – com exceção
(maldição!) de locais em que o sinal é fraco ou
(pesadelo!) não chega. Um dos efeitos colaterais
da hiperconectividade é ser altamente viciante.
Dispositivos eletrônicos, como os celulares, geram
10 a sensação de prazer para o cérebro, porque
ele se sente recompensado a cada novidade
recebida. Uma mensagem é um pacotinho
de prazer. A descarga de uma substância
estimulante para nossos neurônios, a dopamina,
15 encarrega-se de gerar a sensação agradável.
O comportamento dos adolescentes é
particularmente preocupante por dois motivos:
primeiro, porque eles estão aprendendo hábitos que
levarão para a vida adulta. Uma pesquisa do órgão
20 regulador de telecomunicações do Reino Unido, a
Ofcom, sugere que 15% leem menos livros por causa
do tempo que gastam conectados. A maioria (60%)
se diz altamente viciada, quase o dobro dos adultos
(37%). Em segundo lugar, por razões biológicas,
25 os jovens têm menos controle sobre seus impulsos
e, portanto, mais dificuldade para dosar o uso do
smartphone. O amadurecimento cerebral acontece em
etapas. A última parte a maturar é a região responsável
pelo autocontrole, chamada córtex pré-frontal. “Até
30 lá, essa parte do cérebro funciona como um fio
desencapado”, diz o psicólogo americano Larry Rosen.
Algumas atitudes simples podem ajudar
a diminuir a dependência. Quando for usar o
smartphone, pergunte-se se é realmente necessário
35 ou se é apenas impulso ou hábito. Estabeleça
limites, como proibir o uso durante as refeições
ou após um determinado momento da noite.
Considerar apenas os aspectos negativos da
convivência com os celulares seria injusto ou inocente.
40 Eles só viraram problema porque são um enorme
sucesso, e isso acontece porque têm vantagens
objetivas, inclusive emocionais. Mitigam a solidão,
nos colocam num mundo que funciona 24 horas por
dia, permitem ordenar informações em meio a um
45 oceano caótico de novidades. Os relacionamentos
que se davam por conveniência geográfica – fazíamos
amizade com quem encontrávamos no trabalho,
na escola, na academia, na vizinhança – agora
se transformaram em contato entre pessoas que
50 realmente partilham os mesmos interesses. A
localização física é um detalhe.
BARIFOUSE, Rafael; AYUB, Isabella. Pacotinhos de prazer. Disponível em: <http://revistaepoca.globo.com/vida/ noticia/2012/06/o-celular-que-escraviza.html>. Acesso em: 19 set. 2013. Adaptado.
Contextualizado os fatos, o que se afirma do fragmento destacado está correto em
Pacotinhos de prazer
A sensação de estar por fora é consequência da
hiperconectividade, um conceito elaborado por dois
pesquisadores canadenses, Anabel Quan-Haase
e Barry Wellman. Não há fronteiras entre indivíduo,
5 seus amigos e o restante do mundo – com exceção
(maldição!) de locais em que o sinal é fraco ou
(pesadelo!) não chega. Um dos efeitos colaterais
da hiperconectividade é ser altamente viciante.
Dispositivos eletrônicos, como os celulares, geram
10 a sensação de prazer para o cérebro, porque
ele se sente recompensado a cada novidade
recebida. Uma mensagem é um pacotinho
de prazer. A descarga de uma substância
estimulante para nossos neurônios, a dopamina,
15 encarrega-se de gerar a sensação agradável.
O comportamento dos adolescentes é
particularmente preocupante por dois motivos:
primeiro, porque eles estão aprendendo hábitos que
levarão para a vida adulta. Uma pesquisa do órgão
20 regulador de telecomunicações do Reino Unido, a
Ofcom, sugere que 15% leem menos livros por causa
do tempo que gastam conectados. A maioria (60%)
se diz altamente viciada, quase o dobro dos adultos
(37%). Em segundo lugar, por razões biológicas,
25 os jovens têm menos controle sobre seus impulsos
e, portanto, mais dificuldade para dosar o uso do
smartphone. O amadurecimento cerebral acontece em
etapas. A última parte a maturar é a região responsável
pelo autocontrole, chamada córtex pré-frontal. “Até
30 lá, essa parte do cérebro funciona como um fio
desencapado”, diz o psicólogo americano Larry Rosen.
Algumas atitudes simples podem ajudar
a diminuir a dependência. Quando for usar o
smartphone, pergunte-se se é realmente necessário
35 ou se é apenas impulso ou hábito. Estabeleça
limites, como proibir o uso durante as refeições
ou após um determinado momento da noite.
Considerar apenas os aspectos negativos da
convivência com os celulares seria injusto ou inocente.
40 Eles só viraram problema porque são um enorme
sucesso, e isso acontece porque têm vantagens
objetivas, inclusive emocionais. Mitigam a solidão,
nos colocam num mundo que funciona 24 horas por
dia, permitem ordenar informações em meio a um
45 oceano caótico de novidades. Os relacionamentos
que se davam por conveniência geográfica – fazíamos
amizade com quem encontrávamos no trabalho,
na escola, na academia, na vizinhança – agora
se transformaram em contato entre pessoas que
50 realmente partilham os mesmos interesses. A
localização física é um detalhe.
BARIFOUSE, Rafael; AYUB, Isabella. Pacotinhos de prazer. Disponível em: <http://revistaepoca.globo.com/vida/ noticia/2012/06/o-celular-que-escraviza.html>. Acesso em: 19 set. 2013. Adaptado.
Sobre a análise dos aspectos linguísticos que estruturam o texto, está correto o que se afirma em
Com a explosão dos smartphones, cerca de 10% dos brasileiros já são viciados digitais a ponto de não ficarem sem o aparelho e não pensarem em outra coisa. M é uma dessas pessoas que, ávida por novidades, está sempre de olho nos novos modelos lançados, sendo o tempo médio t, em anos, que ela leva para fazer a troca do aparelho em uso por um modelo mais avançado pode ser estimado pela soma das raízes do polinômio P(x) = 2x4 + mx3 – 7x2 + 12x + n, em que m e n são constantes reais.
Sabendo-se que P(x) é divisível por Q(x) = x2 – 3x + 2, pode-se afirmar que t é igual a
Desde que os microchips se tornaram menores e mais poderosos, eles se infiltraram, praticamente, em todos os espaços da sociedade, de smartphones a dispositivos médicos, aos controles que regulam linhas férreas, usinas elétricas e instalações de tratamento de água. Especialistas em segurança de computadores vêm alertando que esses equipamentos integrados são altamente vulneráveis a ataques porque estão cada vez mais ligados a outros computadores, e porque, praticamente, não têm defesas protegendo seu firmware, os programas impressos no chip. Em outubro passado, seguindo uma onda de ataques a redes, que se acredita ter origem no Irã, o secretário de defesa americano, Leon Panetta, alertou que um “Pear Harbor cibernético” poderia ser iminente.
Engenheiros estão fazendo progressos na proteção desses chips. Uma nova abordagem, descrita durante uma conferência de segurança computacional em julho, é um programa que escaneia trechos aleatórios do código do firmware para procurar sinais de invasão.
CKOI, C. Q. Perigo digital. Scientific American Brasil. São Paulo: Duetto, n. 128, ano 11, jan. 2013, p. 10. Adaptado.
Considerando-se as informações do texto, pode-se inferir:
Desde que os microchips se tornaram menores e mais poderosos, eles se infiltraram, praticamente, em todos os espaços da sociedade, de smartphones a dispositivos médicos, aos controles que regulam linhas férreas, usinas elétricas e instalações de tratamento de água. Especialistas em segurança de computadores vêm alertando que esses equipamentos integrados são altamente vulneráveis a ataques porque estão cada vez mais ligados a outros computadores, e porque, praticamente, não têm defesas protegendo seu firmware, os programas impressos no chip. Em outubro passado, seguindo uma onda de ataques a redes, que se acredita ter origem no Irã, o secretário de defesa americano, Leon Panetta, alertou que um “Pear Harbor cibernético” poderia ser iminente.
Engenheiros estão fazendo progressos na proteção desses chips. Uma nova abordagem, descrita durante uma conferência de segurança computacional em julho, é um programa que escaneia trechos aleatórios do código do firmware para procurar sinais de invasão.
CKOI, C. Q. Perigo digital. Scientific American Brasil. São Paulo: Duetto, n. 128, ano 11, jan. 2013, p. 10. Adaptado.
Um sistema de defesa, que se admite necessário para os programas impressos em chips, já é uma realidade bem sucedida na espécie humana. Esse sistema biológico de defesa, desenvolvido ao longo da história evolutiva dos seres vivos, em sua dinâmica envolve, entre outras atividades, a