Prova UNIVAG 2015/1
60 Questões
E se a gordura fizer bem?
O conceito de alimentação saudável flutua há décadas ao sabor de condenações e absolvições. Novos estudos põem em xeque alimentos considerados saudáveis, ao mesmo tempo que resgatam outros, até então contraindicados. Entre os nutrientes que consumimos frequentemente, a gordura foi o menos atingido por essa montanha-russa de reputações. Desde que seu consumo foi associado a problemas do coração, há mais de 50 anos, a recomendação nunca mudou: gordura deve ser consumida com moderação; gordura saturada faz mal.
No entanto, pela primeira vez, essa imagem de vilã é contestada pelo livro The big fat surprise (A grande e gorda surpresa, em tradução livre), da jornalista americana Nina Teicholz. O livro esmiúça a história da gordura na alimentação ocidental com base em pesquisas, números e fatos, para defender uma tese provocativa: a gordura foi injustamente vilipendiada. Para a jornalista, a diminuição do consumo de gordura por recomendação médica contribuiu para que uma epidemia de obesidade e de diabetes do tipo 2 surgisse nos Estados Unidos e em outros países.
The big fat surprise parte de um paradoxo real e preocupante. Desde os anos 1970, formou-se um consenso: a gorduraé a principal responsável por sobrepeso e por doenças do coração. A partir daí, a onda de alimentos sem gordura, comidas light e orientação médica para cortar manteiga e bacon fez com que o consumo diminuísse em 11% nos Estados Unidos – enquanto a ingestão de carboidratos aumentou 26%, entre 1970 e 2010.
No livro, a primeira ideia defendida pela jornalista é simples: ao comermos menos gordura, comemos mais carboidrato e, consequentemente, passamos a ingerir mais alimentos de baixo teor de gordura fornecidos pela indústria alimentícia, como massas, biscoitos e barras de cereais. Para Nina, as campanhas de saúde pública erram ao se concentrarem na gordura como alvo e ignorarem os riscos dos carboidratos e açúcares em excesso presentes nesses alimentos industrializados.
De acordo com Marion Nestle, professora da Universidade de Nova Iorque, “quanto mais processado um alimento, menos nutrientes ele terá, portanto, para se aproximar de uma alimentação saudável, distancie-se do que é industrializado”.
(Flávia Yuri Oshima e Natália Spinacé. Época, 04.08.2014. Adaptado.)
Uma das ideias defendidas por Nina Teicholz em seu livro é a de que
E se a gordura fizer bem?
O conceito de alimentação saudável flutua há décadas ao sabor de condenações e absolvições. Novos estudos põem em xeque alimentos considerados saudáveis, ao mesmo tempo que resgatam outros, até então contraindicados. Entre os nutrientes que consumimos frequentemente, a gordura foi o menos atingido por essa montanha-russa de reputações. Desde que seu consumo foi associado a problemas do coração, há mais de 50 anos, a recomendação nunca mudou: gordura deve ser consumida com moderação; gordura saturada faz mal.
No entanto, pela primeira vez, essa imagem de vilã é contestada pelo livro The big fat surprise (A grande e gorda surpresa, em tradução livre), da jornalista americana Nina Teicholz. O livro esmiúça a história da gordura na alimentação ocidental com base em pesquisas, números e fatos, para defender uma tese provocativa: a gordura foi injustamente vilipendiada. Para a jornalista, a diminuição do consumo de gordura por recomendação médica contribuiu para que uma epidemia de obesidade e de diabetes do tipo 2 surgisse nos Estados Unidos e em outros países.
The big fat surprise parte de um paradoxo real e preocupante. Desde os anos 1970, formou-se um consenso: a gorduraé a principal responsável por sobrepeso e por doenças do coração. A partir daí, a onda de alimentos sem gordura, comidas light e orientação médica para cortar manteiga e bacon fez com que o consumo diminuísse em 11% nos Estados Unidos – enquanto a ingestão de carboidratos aumentou 26%, entre 1970 e 2010.
No livro, a primeira ideia defendida pela jornalista é simples: ao comermos menos gordura, comemos mais carboidrato e, consequentemente, passamos a ingerir mais alimentos de baixo teor de gordura fornecidos pela indústria alimentícia, como massas, biscoitos e barras de cereais. Para Nina, as campanhas de saúde pública erram ao se concentrarem na gordura como alvo e ignorarem os riscos dos carboidratos e açúcares em excesso presentes nesses alimentos industrializados.
De acordo com Marion Nestle, professora da Universidade de Nova Iorque, “quanto mais processado um alimento, menos nutrientes ele terá, portanto, para se aproximar de uma alimentação saudável, distancie-se do que é industrializado”.
(Flávia Yuri Oshima e Natália Spinacé. Época, 04.08.2014. Adaptado.)
Analisando esse texto jornalístico, pode-se constatar o predomínio da
E se a gordura fizer bem?
O conceito de alimentação saudável flutua há décadas ao sabor de condenações e absolvições. Novos estudos põem em xeque alimentos considerados saudáveis, ao mesmo tempo que resgatam outros, até então contraindicados. Entre os nutrientes que consumimos frequentemente, a gordura foi o menos atingido por essa montanha-russa de reputações. Desde que seu consumo foi associado a problemas do coração, há mais de 50 anos, a recomendação nunca mudou: gordura deve ser consumida com moderação; gordura saturada faz mal.
No entanto, pela primeira vez, essa imagem de vilã é contestada pelo livro The big fat surprise (A grande e gorda surpresa, em tradução livre), da jornalista americana Nina Teicholz. O livro esmiúça a história da gordura na alimentação ocidental com base em pesquisas, números e fatos, para defender uma tese provocativa: a gordura foi injustamente vilipendiada. Para a jornalista, a diminuição do consumo de gordura por recomendação médica contribuiu para que uma epidemia de obesidade e de diabetes do tipo 2 surgisse nos Estados Unidos e em outros países.
The big fat surprise parte de um paradoxo real e preocupante. Desde os anos 1970, formou-se um consenso: a gorduraé a principal responsável por sobrepeso e por doenças do coração. A partir daí, a onda de alimentos sem gordura, comidas light e orientação médica para cortar manteiga e bacon fez com que o consumo diminuísse em 11% nos Estados Unidos – enquanto a ingestão de carboidratos aumentou 26%, entre 1970 e 2010.
No livro, a primeira ideia defendida pela jornalista é simples: ao comermos menos gordura, comemos mais carboidrato e, consequentemente, passamos a ingerir mais alimentos de baixo teor de gordura fornecidos pela indústria alimentícia, como massas, biscoitos e barras de cereais. Para Nina, as campanhas de saúde pública erram ao se concentrarem na gordura como alvo e ignorarem os riscos dos carboidratos e açúcares em excesso presentes nesses alimentos industrializados.
De acordo com Marion Nestle, professora da Universidade de Nova Iorque, “quanto mais processado um alimento, menos nutrientes ele terá, portanto, para se aproximar de uma alimentação saudável, distancie-se do que é industrializado”.
(Flávia Yuri Oshima e Natália Spinacé. Época, 04.08.2014. Adaptado.)
Assinale a afirmação correta sobre as expressões destacadas.
Eu devia ter nesse tempo dez anos. Era menina prestimosa e trabalhadeira à moda do tempo.
Tinha ajudado a fazer aquela cocada. Tinha areado o tacho de cobre e ralado o coco. Acompanhei rente à fornalha todo o serviço, desde a escumação da calda até a apuração do ponto. Vi quando foi batida e estendida na tábua, vi quando foi cortada em losangos. Saiu uma cocada morena, de ponto brando atravessada de paus de canela cheirosa. O coco era gordo, carnudo e leitoso, o doce ficou excelente. Minha prima me deu duas cocadas e guardou tudo mais numa terrina* grande, funda e de tampa pesada. Botou no alto da prateleira.
Duas cocadas só... Eu esperava quatro e comeria de uma assentada oito, dez, mesmo. Dias seguidos namorei aquela terrina, inacessível. De noite, sonhava com as cocadas. De dia as cocadas dançavam pequenas piruetas na minha frente. Sempre eu estava por ali perto, ajudando: batia os ovos, segurava gamela, untava as formas, arrumava nas assadeiras, entregava na boca do forno e socava cascas no pesado almofariz de bronze.
Estávamos nessa lida e minha prima precisou de uma vasilha para bater um pão de ló. Tudo ocupado. Entrou na copa e desceu a terrina, botou em cima da mesa, deslembrada do seu conteúdo. Levantou a tampa e só fez: Hiiii... Apanhou um papel pardo sujo, estendeu no chão, no canto da varanda e despejou de uma vez a terrina.
As cocadas moreninhas, atravessadas aqui e ali de paus de canela e feitas de coco leitoso e carnudo guardadas ainda mornas e esquecidas, tinham se recoberto de uma penugem cinzenta, macia e aveludada de bolor.
Aí minha prima chamou o cachorro: Trovador... Trovador... e veio o Trovador, um perdigueiro lerdo, preguiçoso, nutrido, abanando a cauda. Farejou os doces sem interesse e passou a lamber, assim de lado, com o maior pouco caso.
Eu olhando com uma vontade louca de avançar nas cocadas.
Até hoje, quando me lembro disso, sinto dentro de mim uma revolta – má e dolorida – de não ter enfrentado decidida, resoluta, malcriada e cínica, aqueles adultos negligentes e partilhado das cocadas bolorentas com o cachorro.(O tesouro da casa velha, 1989. Adaptado.)
De acordo com o texto, a narradora
Eu devia ter nesse tempo dez anos. Era menina prestimosa e trabalhadeira à moda do tempo.
Tinha ajudado a fazer aquela cocada. Tinha areado o tacho de cobre e ralado o coco. Acompanhei rente à fornalha todo o serviço, desde a escumação da calda até a apuração do ponto. Vi quando foi batida e estendida na tábua, vi quando foi cortada em losangos. Saiu uma cocada morena, de ponto brando atravessada de paus de canela cheirosa. O coco era gordo, carnudo e leitoso, o doce ficou excelente. Minha prima me deu duas cocadas e guardou tudo mais numa terrina* grande, funda e de tampa pesada. Botou no alto da prateleira.
Duas cocadas só... Eu esperava quatro e comeria de uma assentada oito, dez, mesmo. Dias seguidos namorei aquela terrina, inacessível. De noite, sonhava com as cocadas. De dia as cocadas dançavam pequenas piruetas na minha frente. Sempre eu estava por ali perto, ajudando: batia os ovos, segurava gamela, untava as formas, arrumava nas assadeiras, entregava na boca do forno e socava cascas no pesado almofariz de bronze.
Estávamos nessa lida e minha prima precisou de uma vasilha para bater um pão de ló. Tudo ocupado. Entrou na copa e desceu a terrina, botou em cima da mesa, deslembrada do seu conteúdo. Levantou a tampa e só fez: Hiiii... Apanhou um papel pardo sujo, estendeu no chão, no canto da varanda e despejou de uma vez a terrina.
As cocadas moreninhas, atravessadas aqui e ali de paus de canela e feitas de coco leitoso e carnudo guardadas ainda mornas e esquecidas, tinham se recoberto de uma penugem cinzenta, macia e aveludada de bolor.
Aí minha prima chamou o cachorro: Trovador... Trovador... e veio o Trovador, um perdigueiro lerdo, preguiçoso, nutrido, abanando a cauda. Farejou os doces sem interesse e passou a lamber, assim de lado, com o maior pouco caso.
Eu olhando com uma vontade louca de avançar nas cocadas.
Até hoje, quando me lembro disso, sinto dentro de mim uma revolta – má e dolorida – de não ter enfrentado decidida, resoluta, malcriada e cínica, aqueles adultos negligentes e partilhado das cocadas bolorentas com o cachorro.(O tesouro da casa velha, 1989. Adaptado.)
Analisando o quinto parágrafo, é correto afirmar que, para enfatizar seu apreço e desejo pelas cocadas, a narradora emprega
Eu devia ter nesse tempo dez anos. Era menina prestimosa e trabalhadeira à moda do tempo.
Tinha ajudado a fazer aquela cocada. Tinha areado o tacho de cobre e ralado o coco. Acompanhei rente à fornalha todo o serviço, desde a escumação da calda até a apuração do ponto. Vi quando foi batida e estendida na tábua, vi quando foi cortada em losangos. Saiu uma cocada morena, de ponto brando atravessada de paus de canela cheirosa. O coco era gordo, carnudo e leitoso, o doce ficou excelente. Minha prima me deu duas cocadas e guardou tudo mais numa terrina* grande, funda e de tampa pesada. Botou no alto da prateleira.
Duas cocadas só... Eu esperava quatro e comeria de uma assentada oito, dez, mesmo. Dias seguidos namorei aquela terrina, inacessível. De noite, sonhava com as cocadas. De dia as cocadas dançavam pequenas piruetas na minha frente. Sempre eu estava por ali perto, ajudando: batia os ovos, segurava gamela, untava as formas, arrumava nas assadeiras, entregava na boca do forno e socava cascas no pesado almofariz de bronze.
Estávamos nessa lida e minha prima precisou de uma vasilha para bater um pão de ló. Tudo ocupado. Entrou na copa e desceu a terrina, botou em cima da mesa, deslembrada do seu conteúdo. Levantou a tampa e só fez: Hiiii... Apanhou um papel pardo sujo, estendeu no chão, no canto da varanda e despejou de uma vez a terrina.
As cocadas moreninhas, atravessadas aqui e ali de paus de canela e feitas de coco leitoso e carnudo guardadas ainda mornas e esquecidas, tinham se recoberto de uma penugem cinzenta, macia e aveludada de bolor.
Aí minha prima chamou o cachorro: Trovador... Trovador... e veio o Trovador, um perdigueiro lerdo, preguiçoso, nutrido, abanando a cauda. Farejou os doces sem interesse e passou a lamber, assim de lado, com o maior pouco caso.
Eu olhando com uma vontade louca de avançar nas cocadas.
Até hoje, quando me lembro disso, sinto dentro de mim uma revolta – má e dolorida – de não ter enfrentado decidida, resoluta, malcriada e cínica, aqueles adultos negligentes e partilhado das cocadas bolorentas com o cachorro.(O tesouro da casa velha, 1989. Adaptado.)
Considere os trechos a seguir.
● “Farejou os doces sem interesse e passou a lamber, assim de lado, com o maior pouco caso.” (6.º parágrafo)
● “Eu olhando com uma vontade louca de avançar nas cocadas.” (7.º parágrafo)
Com as expressões em destaque, a narradora serviu-se da circunstância adverbial de