Redação #1098523
Previsão: 28/07/2022
A falta de escolarização é um grande obstáculo para o cidadão que busca se inserir efetivamente numa sociedade de progressiva complexidade. Há também uma reserva de esforços dos governos para se elaborar uma educação mais consciente das necessidades de seus alunos, e que ensine conhecimentos modernos, ao mesmo tempo em que situa os alunos nos modos de se conduzir a vida em uma determinada época ou região. Tudo isso, entretanto, pode ser solucionado se elaborarmos uma metodologia que esteja em mais conformidade com essas demandas.
O domínio de uma grade curricular meramente teórica, de meros exercícios intelectuais e cognitivos que nada produzem, com disciplinas que nenhuma diferença podem fazer realmente na carreira profissional de qualque universal. Por exemplo, um jovem pobre de periferia que não enxerga na escola as respostas para seus problemas mais imediatos, possivelmente irá abandonar a escola. O aumento em 171% nos níveis de evasão escolar de 2019 até 2021 claramente se deve ao fato de muitas famílias terem passado dificuldades financeiras durante a pandemia do Covid-19; uma crise sanitária sem pressedentes que empobreceu a muitos devido às instabilidades nos mercados mundiais.
Se o nosso sistema educacional realmente nos preparasse para a vida em sociedade, com oficinas de produção que nos permitisse ensaiar a subsistência, o jovem pobre de periferia acima enxergaria vantagem em continuar na escola. Esse modelo de educação forneceria a possibilidade real de se cumprir o Art. 206 da Constituição Federal, que em seu artigo Iº preve a igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; nesse caso sendo fornecidas por ela própria. A maneira mais eficiente de se garantir algo na escola, é fazendo a própria instituição garantir isso.
Se o sistema educacional ensinasse, no ensino fundamental, a essência do quadrivium: aritmética, geometria e trigonometria, por exemplo. Numa fase posterior do ensino o aluno já teria toda a base teórica para começar a produzir com estes conhecimentos nas oficinas das escolas. Cada oficina específica poderia exigir conhecimentos mais especializados que seriam aprendidos simultaneamente. Ademais é praticando que realmente podemos esperar assimilar um conhecimento de maneira eficiente, pois assim evitamos a alienação do aprendizado, onipresente no sistema de ensino atual.
Uma pedagogia desprendida dos seus efeitos reais na vida dos individuos que educa cria empecilhos para que eles se situem como cidadãos ativos em comunidades cuja complexidade é sempre crescente. Cabe, por isso, aos governos e organizações mundiais relacionadas ao ensino, conscientizarem-se destes fatores socioeconômicos da formação das pessoas, e de suas possíveis necessidades adjacentes. Assim será possível qualificar a escola como uma instituição social mais útil e de importância mais palpável para os seus alunos. Só assim, poderemos sondar uma redução expressiva nas taxas de evasão escolar.
Sorocaba - SP