Redação #1100669
Segundo o sociólogo Émile Durkheim, a sociedade pode ser comparada ao organismo humano que, se funciona mal, entra em colapso. Nesse sentido, quando analisamos os moradores de rua no Brasil, percebemos que tanto o corpo individual, quanto o social estão se deteriorando, visto que tal atitude evidencia um regresso da sociedade como um coletivo. Dessa forma, esse problema é fruto, da negligência governamental, e do abandono por parte de entes e familiares próximos.
Em uma primeira análise, deve-se ressaltar a ausência de medidas governamentais para combater o aumento de cidadãos à margem de rua no território brasileiro. Nesse sentido, a negligência estatal em fornecer direitos básicos como saúde, previstos na Constituição Federal colaboram para isso. Essa conjuntura, segundo as ideias do filósofo contratualista Thomas Hobbes, configura-se como uma violação do "contrato social", já que o Estado não cumpre sua função de garantir plenos direitos a todos os cidadãos.
Ademais, é fundamental apontar o abandono familiar por parte dessas pessoas como um impulsionador do número de moradores de rua. Segundo o jornal UOL, existem cerca de 15.905 pessoas que habitam nas ruas da capital. Diante de tal exposto, evidencia-se a solidão e as causas que trouxeram-os até o local, como transtornos psiquiátricos ou dependência química, provocando a desistência de resgate por parte de família e amigos. Logo, é inadmissível que esse cenário continue a perdurar.
Depreende-se, portanto, a necessidade de se combater esses obstáculos. Para isso, é imprescindível que o Governo Federal, em parceria com o Ministério da Saúde promova um programa em prol de fornecer abrigo, tratamento adequado e educação aos moradores, a fim de, ressocializá-los, diminuindo assim o número de desabrigados em condições precárias de saúde. Somente assim, o organismo humano, comparado por Durkeim, à nossa sociedade, pode enfim, funcionar corretamente, tanto para o coletivo, quanto para o individual.
Rio Branco - AC