Redação #1148090
Previsão: 13/09/2022
Na telessérie distópica "3%", é retratada um mundo que é dividido em duas parte: uma onde 3% gozam do direito à cidadania, vida farta e segurança e outra onde há apenas o desgosto da miséria. Ainda que seja uma obra ficcional, a série apresenta características que se parecem com o atual cenário da sociedade brasileira, pois, assim como no seriado, o poder sobre a vida das pessoas que estão à margem está sob posse do Estado que não visa o bem-estar dessa população e o julgamento está sob domínio dos indivíduos, que dificilmente sentirão empatia para com eles, porque já se encontram com realidades extremamente distintas.
Deve-se destacar, primeiramente, que a exclusão social faz de suas vítimas reféns da desigualdade e impossibilitadas da ascensão social. De acordo com o artigo 6° da Constituição Federal do Brasil, promulgada em 1988, todo cidadão brasileiro tem direito a moradadia, saúde e alimentação. Contudo, ao observar a exclusão social dessa parcela da sociedade, é notória a falta da plena consideração dessa premissa constitucional, do governo para com esse grupo. Nesse sentido, pode-se afirmar que o Estado vê pessoas em situação de rua como cidadãos de segunda classe e os negligência, sendo então um dos fatores do posto em que a população de rua se encontra.
Ademais, pessoas em situação de rua são vistas pela maior parte da população brasileira como um problema apenas governamental e não social. Segundo a organização britânica Charities Aid Foundation, o Brasil ocupa a posição 122° em um ranking da solidariedade mundial que analisou 146 países. A solidariedade é a reação da empatia - capacidade de se colocar no lugar do outro. É visível o aumento do individualismo no Brasil.
Portanto, é dever do Estado dar importância para a Constituição Federal de 1988 para que todos os direitos estejam realmente garantidos a todos cidadãos. Some-se-a investimentos ao Conselho Nacional dos Direitos Humanos e incentivos à causas sociais, para que as pessoas sejam vistas como iguais e dignas. A dignidade e igualdade na sociedade erradica cidadãos de segunda classe e une o povo.
- SP