Redação #1148774
Previsão: 14/09/2022
O romance filosófico "Utopia" -escrito por Thomas Morus- retrata uma civilização perfeita e idealizada, na qual a engrenagem social é altamente segura e desprovida de conflitos sociais. Tal obra fictícia mostra-se distante se comparada à realidade contemporânea brasileira, quando se vê a população em estado de rua, tema no qual é amplamente combatido pelo Governo através da Constituição Federal de 1988, porém ao se observar o corpo social moderno, nota-se tal direito inalienável por lei não ser exercido na prática, causando um crescente índice populacinal que depende da rua como forma de moradia, tornado a sociedade mais distante da proposta na obra de Morus. Como consequência dessa interpretação, é com urgência que se deve analisar os fatores que contribuem para tornar o direito à moradia ausente, sujeitando-o a ser alienável.
Em primeiro lugar, é crucial registrar a carência de investimentos em setores públicos próprios para atenderem e acolherem pessoas em situação de rua, devido à ineficiência do Poder Público. Assim, esse conhecimento, segundo o filósofo contratualistta John Locke, se idealiza como um rompimento do "contrato social" (onde o Governo tem o dever de assegurar os direitos inalienáveis, como a qualidade de vida, aos cidadãos), já que o Estado não cumpre de forma correta seu papel de garantir que os indivíduos desfrutem do direito à moradia o que impulsiona seu défict e com ele, aprovando um governo antidemocrático.
Nessa linha de raciocínio, deve-se frisar o fato de a sociedade normalizar a realidade problemática ao seu redor. "O mais escandaloso dos escândalos, é que nos habituamos a eles", a afirmação atribuída à filósofa Simone de Beauvoir pode facilmente ser aplicada a questão do crescente índice de pessoas em situação de rua, onde o corpo social se cala perante a contínua eventualidade dessa polêmica e, de acordo com o poeta Oscar Wilde "A insatisfação é o primerio passo para o progresso de um homem ou de uma nação". Nessa conjuntura, a educação eficiente deve ser aprimorada e aplicada à comunidade para que às pessoas possam vir a desenvolverem uma consciência crítica para a forma como veem às enfermidades que cercam a modernidade, tal como a alta taxa populacional em estado de rua.
Por tudo isso, é imprescindível que todos os segmentos sociais unam-se em prol da diminuição das pessoass em situação de rua e baixa qualidade de vida. Para isso, é primordial que o Governo através dos setores públicos, aumentar o percentual de investimentos - incluindo na educação -, como a criação de locais com profissionais aptos a cuidarem dos indivíduos recolhidos da rua, oferecendo comida, abrigo e educação para que possam ter a oportunidade de serem incluídos na sociedade, palestras e propagandas incentivando a necessidade do olhar crítico para as mazelas sociais, já que segundo o ativista Nelson Mandela, "A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo". Com o objetivo de desenvolver uma sociedade democrática e com a estrutura ideal para concretizar a "Utopia" de Morus.
Betim - MG