Redação #1153083
Previsão: 16/09/2022
A alta concentração populacional não é o único indicativo que marca a capital de São Paulo. Nos dias de hoje, a cidade conta com uma enorme quantidade de pessoas em situação de rua que passam fome. Essa realidade alarmante acaba sendo tratada como questão de segurança pública, atuando truculosamente contra as mazelas miseráveis da população, que nãoconseguem se defender e nem reinvindicar direitos.
Em meio a esses fatos, precisamos encarar o problema dos sem-teto como uma questão de saúde pública, não de polícia. A mudança deste paradigma fará com que o Estado diagnostifique a sociedade adoecida, não atuando somente em seus sintomas.
Além disso, o fato desta população em situação de rua ser visível está incomodando os moradores blasés da capital paulista, que não querem lhes garantir direitos básicos humanos, mas sim denunciar o peso estético que os pobres dão à praça da Luz. Essa inversão de valores é endoçada com violência, muitas vezes mediada por forças policiais. Sem ter sequer o direito ao seu papelão e ao ato de pedir esmolas, muitos seguem sem esperança de dias melhores.
Esta situação, que vai das ruas às cadeias, precisa de uma intervenção. O CRAS e a secretaria de saúde local precisam estudar o problema a fundo, visando entender se a causa desta enorme população abandonada é mesmo o vício em drogas ou se há causas estruturais, como desemprego, especulação imobiliária ou outros possíveis problemas. Além disso, há outra medida mais urgente e bastante efetiva a ser tomada: o investimento nos CREPOPs, que abrigam e ajudam esta população a sair das ruas. Só com acolhimento e estudo das demandas iremos amenizar o peso da desigualdade social do país em que vivemos.
Vila Velha - ES