Redação #1164047
Previsão: 03/10/2022
Enquanto Gonçalves Dias se utiliza de um teor nacionalista para exaltar sua terra, que desfrutava de palmeiras onde cantam os sabiás, exprimindo sua visão romântica sobre as riquezas naturais brasileiras na eternizada Canção do Exílio, Mário de Andrade -poeta da primeira geração modernista- exalta o Brasil por uma temática a respeito da urbanização paulista, frequênte em suas principais obras. Não por acaso, a diferença temática representa a mudança dos enfôques dados pela população aos âmbitos regionais, que constantemente prioriza o progresso econômico e urbano em detrimento da manutenção da flora. Dessa maneira, nota-se que as reservas florestais brasileiras estão ameaçadas diante de um falso moralismo o qual propõe a interdependência entre os dois setores, mas desconsidera a implementação de novos sistemas agrícolas e a decadência do setor turístico.
Sob essa ótica, nota-se que a economia brasileira, de monocultura de exportação, independe do desmatamento, posto que a destruição é consequência do sistema agrícola extensivo, adotado pelos grandes empreendedores rurais. Assim, é nítido que a preferência por técnicas que objetificam produção em extensos lotes de terra,intensificada após a Revolução Verde e expansão da fronteira agrícola durante o gooverno de Jucelino Kubtscheck, é usada como prerrogativa para os impactos na flora e impulsionando a ignorância em adotar métodos menos corrosivos, como o sistema intensivo. Desse modo, percebe-se a continuidade do Brasil como o segundo maior exportador de grãos do mundo, segundo dados da FAO, sem que haja retrocesso das questões descutidas no RIO+20, conferência entre as Nações Unidas sobre sustentabilidade, que comemora 10 anos em 2022, porém sem significativas mudanças.
Faz-se mister, ainda, salientar que a destruição dos recursos naturais brasileiros impacta diretamente o bom-funcionamento de um dos setores mais importantes da economia: o turismo. É certo que a abundância brasileira sobre a fauna e flora movimenta a vinda de turistas que desejam apreciar, tal como percebido por Gonçalves Dias, tamanha diversidade, e a ameça presente destruiria essa cadeia produtiva. Com efeito, a ocorrencia desse fato acentuaria os índices de desemprego brasileiro, que ultrapassam o número de 10 milhões de pessoas segundo o IBGE.
Em virtude do que foi mencionado, percebe-se a existência de um falso dilema entre o desenvolvimento econômico e o desmatamento. Logo, é necessária a percepção de que a existência desse caso prejudica a ordem social, tão como o progresso brasileiro. Nesse sentido, a partir da consientização popular, será possível romper com o moralismo que destrói a harmonía social.
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