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Acesse GrátisRedação #1218262
Previsão: 20/10/2022
Juliette Freire, campeã do BBB 21, "reality show"exibido na emissora de TV Rede Globo, foi vítima de comentários xenofóbicos durante o programa, tanto dentro da casa, quando nas redes sociais, devido seu sotaque nordestino. Analogamente, a realidade de Juliette é comum a de vários brasileiros, visto os desafios enfrentados no que tange a questão do preconceito linguístico no contexto social hodierno. Sob esse viés, em razão não só da negligência estatal, como também da inferiorização cultural, emerge um grave problema. Logo, convém discutir esses impasses em prol de melhorias.
Diante dessa perspectiva, é válido ressaltar a omissão do Estado perante a questão. Nessa ótica, conforme o escritor brasileiro Gilberto Dimenstein, em seu livro "Cidadãos de Papel", a legislação brasileira é ineficaz, pois, embora aparente completa na teoria, não se concretiza na prática. Desse modo, a teoria se comprova quando comparada à Lei 9459, de 1997, que configura a xenofobia como um ato criminal. Entretanto, o preconceito linguístico permanece na sociedade, o que é extremamente prejudicial, já que o Brasil é rico em diversidade cultural e étnica. Com isso, a violência também aumenta, fazendo-se urgente, a reformulação de uma postura política acerca do assunto.
Outrossim, a inferiorização de certas tradições orais é um fator negativo. Em vista disso, na novela "Haja Coração", exposta na plataforma digital "Globoplay", a protagonista "Tancinha" é duramente criticada por seus amigos da cidade, pela sua fala proveniente do interior, o que a fez tentar extinguir os costumes regionais de seu vocabulário. Dessa forma, a personagem representa as vítimas da xenofobia no país, que se sentem menosprezadas e buscam se enquadrar em um padrão de fala formal, para serem aceitas na sociedade. Nesse sentido, a vulnerabilidade já existente é aprofundada, já que tal pressão social pode desencadear transtornos às vítimas, como a depressão.
Portanto, devido aos argumentos supracitados, medidas são imprescindíveis para reduzir a xenofobia no Brasil. Dessarte, cabe ao Governo Federal, instância máxima de poder, junto à mídia, desenvolver e divulgar campanhas contra o preconceito linguístico, por meio de um projeto de lei a ser entregue à Câmara dos Deputados, a fim de aumentar as denúncias, e, consequentemente, as punições para essa prática. Ademais, as escolas devem desenvolver projetos pedagógicos, a exemplo de palestras e oficinas, no intuito de catalisar o respeito à diversidade linguística nacional desde infância. Espera-se, com tais atos, evitar que episódios como o ocorrido com Juliette aconteça novamente no país.
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