Redação #1249647
Previsão: 09/11/2022
"Os fatos não deixam de existir só porque são ignorados". A assertiva do literato Aldous Huxley em sua obra "Admirável mundo novo" representa muito bem a situação brasileira de violência urbana, que ora é agravada pela banalidade do mal, ora pela negligência estatal. Face a essa problématica, se torna necessária a discussão de como combater essa violência.
Diante desse cenário, é visto que esse empecilho da violência urbana é derivado da banalidade do mal. Como afirmado pela filósofa Hannah Arendt, as pessoas agem como se suas ações, ainda que causem mal direta ou indiretamente, não tivessem consequências e isso é extremamente danoso para população. Naturalizam e banalizam o mal que causam. Tal fato é perceptível quando em 2018 a ONU declarou o Brasil como o nono mais violento do mundo. Se torna urgente a reversão dessa naturalização.
Por outro lado, observa-se que o problema da violência é, também, potencializado pela negligência estatal. Isso é posto, levando em conta, que a Constituição Federal garante, em seu Artigo 6, o direito a proteção e segurança.No entanto, o Poder Executivo é falho ou até mesmo seletivo em sua aplicabilidade. Para exemplificar essa realidade, podemos citar o crescente abuso e violência policial, além da constante generalização de áreas periféricas como sendo a fonte de toda criminalidade. É imprescindível a mudança desse cenário de negligência.
Portanto, com o objetivo de combater essa realidade do Brasil, cabe ao Poder Judiciário, por meio do Ministério Público - cujo dever é zelar pelas garantias individuais e sociais - cobrar do Poder Executivo, maior combate à violência urbana, de forma igualitária e justa. Para que assim a violência seja combatida e a fala de Aldous Huxley seja apenas partes de um livro, e não necessariamente uma analogia à realidade do país.
Piumhi - MG