Redação #1265702
De acordo com Émile Durkheim, filósofo francês, os fatos sociais podem ser normais ou patológicos.Sob essa ótica,percebe-se que os desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil atua como um fato social patológico que rompe a harmonia da sociedade hodierna. Nesse contexto, importa salientar os entraves intrinsicamente ligados à lacuna educacional e ao descaso governamental.
Em primeira análise, percebe-se que a escola possui hedionda responsabilidade na questão discutida. Para Immanuel Kant, filósofo prussiano, "o homem é aquilo que a educação faz dele". Seguindo essa lógica, nota-se que a história dos povos brasileiros é abordada nas escolas de forma eurocêntrica, gerando uma população preconceituosa e com desconhecimento acerca das comunidades e povos tradicionais do Brasil. Com efeito, fortalece-se uma sociedade padrão que oprime as formas de organizações sociais distintas da sua. Dessa forma, o conhecimento populacional é necessário para combater a mazela.
Além disso, nota-se, ainda, o Estado como impulsionador do problema. De acordo com o Contrato Social, de Thomas Hobbes, é dever do Estado garantir os serviços necessários para o bem-estar da nação. No entanto, tal dever não é cumprido, uma vez que a preservação de outras formas de organização social, sobretudo aquelas que estabelecem relação direta com a natureza, são ameaçadas pelo governo, haja vista que este fornece à Constituição Federal brasileira legislações ambientais que promovem impactos negativos, como o desmatamento, por exemplo, interrompendo o estilo de vida desses povos. Por consequência, perdem-se territórios nacionais para geração de produtos industriais, principalmente. Desse modo, ações são imprescindíveis para acabar com o problema.
É indubitável, portanto, que para mitigar o problema dos desafios para a valorização das comunidades e povos tradicionais do Brasil, depende de ações do Ministério da Educação e do Poder Legislativo. Cabe ao Ministério da Educação - principal orgão governamental que gerencia a educação no país - reformular o plano curricular das escolas inserindo atividades nas aulas de história e sociologia, acerca da história do Brasil bem como das diversas formas de organização social existentes no país, por meio da Base Nacional Comum Curricular, a fim de educar os estudantes sobre a questão discutida. Ademais, o Poder Legislativo, responsável pela formulação e reformulação das leis, deve revisar as leis ambientais que ameçam territórios nacionais assim como reconhecer todos os povos tradicionais existentes no país, por intermédio da Constituição Federal, com a finalidade de preservar o território desses povos e garantir os seus direitos. Dessa forma, com as atitudes do Ministério da Educação e do Poder Legislativo, o entrave deixará de atuar como um fato social patológico.
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