Redação #3481
Segundo Immanuel Kant, em sua teoria do Imperativo Categórico, os indivíduos devem ser tratados não como coisas que possuem valor, mas como pessoas que têm dignidade. Ao seguir essa linha de pensamento, nota-se que a sociedade brasileira, decerto, tem ido de encontro ao postulado filosófico, uma vez que há uma valoração negativa aos profissionais da área da educação, o que corrobora um histórico desafio para aqueles que desejam lecionar e torna necessário medidas que resolvam tal questão retrógrada, cujo caráter é destrutivo e inercial.
Primordialmente, é substancial averiguar os fatores que contribuem para a atual realidade do sistema educacional brasileiro. Além da precarização de seus ambientes de trabalho e da recorrente disparidade salarial entre os profissionais da educação e os das demais áreas, os professores lidam, diariamente, com a disfunção elementar do desrespeito e da falta de empatia que, na maioria das vezes, são propagadas pelos próprios alunos e seus pais. Parafraseando Paulo Freire, sem a educação, é impossível modificar a sociedade. Partindo desse pressuposto, é possível concluir que uma das grandes barreiras no que se refere ao desenvolvimento do ambiente social está associada à desvalorização de tais profissionais, uma vez que apesar de serem os principais formadores de opinião e responsáveis pelo compartilhamento do saber, não raro, deixam de receber o devido prestígio por todas as suas realizações.
O Brasil, contudo, caminha lentamente à solução do problema. Nos anos de 2015 e 2016, tornou-se incontrovertível a falta de recognição do papel dos educadores pela população como um todo. No estado do Paraná, por exemplo, as greves foram gerais e persistiram por longos meses, no entanto, nenhum dos direitos dos professores foi levado em consideração, e sua atitude de protesto não foi reconhecida pelo Estado, tampouco pelos cidadãos. Além disso, ondas de violência foram disseminadas pelos agentes policiais em tal período, que, em vez de cumprir seu papel fundamental e agir em defesa dos civis, aproveitaram-se da violência para agredir os militantes, com "sprays" de pimenta e balas de borracha sendo utilizados para causar injúria aos profissionais. Tal violência é inconstitucional, não condiz com o perfil profissional dos militares e fere à isonomia dos cidadãos garantida pela Carta Magna do país.
Em síntese dos fatos expostos e de maneira análoga à Lei da Inércia proposta por Newton, será necessário aplicação de força para modificar a situação contemporânea. Destarte, é imperativo que o Estado, na figura do Poder Legislativo, desenvolva leis de tipificação como crime hediondo aos atos de violência contra o professor, pois configuram atentado à isonomia inerente aos cidadãos, além de contar com a colaboração dos outros dois poderes no desenvolvimento de medidas que garantam aos educadores seus direitos fundamentais. Ademais, urge que a mídia, por meio de novelas e seriados, transmita e propague a importância dos profissionais da educação para a construção de uma sociedade saudável, bem como elucide o conceito de respeito mútuo e consciência moral para a população. Por fim, parcerias público-privadas devem trabalhar na criação de palestras e atividades inclusivas abertas à comunidade, que tratem de fatores éticos e sociológicos referentes à valorização desses profissionais, a fim de engajar positivamente os cidadãos com relação ao tema. Dessa forma, será possível tomar como norte a máxima de Paulo Freire e, finalmente, atingir o desenvolvimento social no Brasil.
Primordialmente, é substancial averiguar os fatores que contribuem para a atual realidade do sistema educacional brasileiro. Além da precarização de seus ambientes de trabalho e da recorrente disparidade salarial entre os profissionais da educação e os das demais áreas, os professores lidam, diariamente, com a disfunção elementar do desrespeito e da falta de empatia que, na maioria das vezes, são propagadas pelos próprios alunos e seus pais. Parafraseando Paulo Freire, sem a educação, é impossível modificar a sociedade. Partindo desse pressuposto, é possível concluir que uma das grandes barreiras no que se refere ao desenvolvimento do ambiente social está associada à desvalorização de tais profissionais, uma vez que apesar de serem os principais formadores de opinião e responsáveis pelo compartilhamento do saber, não raro, deixam de receber o devido prestígio por todas as suas realizações.
O Brasil, contudo, caminha lentamente à solução do problema. Nos anos de 2015 e 2016, tornou-se incontrovertível a falta de recognição do papel dos educadores pela população como um todo. No estado do Paraná, por exemplo, as greves foram gerais e persistiram por longos meses, no entanto, nenhum dos direitos dos professores foi levado em consideração, e sua atitude de protesto não foi reconhecida pelo Estado, tampouco pelos cidadãos. Além disso, ondas de violência foram disseminadas pelos agentes policiais em tal período, que, em vez de cumprir seu papel fundamental e agir em defesa dos civis, aproveitaram-se da violência para agredir os militantes, com "sprays" de pimenta e balas de borracha sendo utilizados para causar injúria aos profissionais. Tal violência é inconstitucional, não condiz com o perfil profissional dos militares e fere à isonomia dos cidadãos garantida pela Carta Magna do país.
Em síntese dos fatos expostos e de maneira análoga à Lei da Inércia proposta por Newton, será necessário aplicação de força para modificar a situação contemporânea. Destarte, é imperativo que o Estado, na figura do Poder Legislativo, desenvolva leis de tipificação como crime hediondo aos atos de violência contra o professor, pois configuram atentado à isonomia inerente aos cidadãos, além de contar com a colaboração dos outros dois poderes no desenvolvimento de medidas que garantam aos educadores seus direitos fundamentais. Ademais, urge que a mídia, por meio de novelas e seriados, transmita e propague a importância dos profissionais da educação para a construção de uma sociedade saudável, bem como elucide o conceito de respeito mútuo e consciência moral para a população. Por fim, parcerias público-privadas devem trabalhar na criação de palestras e atividades inclusivas abertas à comunidade, que tratem de fatores éticos e sociológicos referentes à valorização desses profissionais, a fim de engajar positivamente os cidadãos com relação ao tema. Dessa forma, será possível tomar como norte a máxima de Paulo Freire e, finalmente, atingir o desenvolvimento social no Brasil.
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Julie Gouvea
Curitiba - PR