Redação #964634
Sarah Gilbert é o nome da cientista responsável pelo desenvolvimento da vacina AstraZeneca - uma das maiores contribuições para o combate à pandemia do novo coronavírus. Esse feito, que protegeu e protegerá muitas vidas, é apenas um exemplo da enorme contribuição das mulheres para as ciências da saúde. Porém, mesmo que a presença feminina seja alta nesse ramo, é ainda escasso o reconhecimento que elas recebem, principalmente no Brasil, seja pelo patriarcalismo enraizado, seja pelo machismo estruturado na sociedade.
Em primeiro plano, é essencial discutir o papel do patriarcalismo no pouco prestígio às mulheres na ciência. Isso remonta à pólis de Atenas, na Grécia Antiga, onde a mulher não tinha direito à participação na política ou na vida pública em geral, já nascendo destinada unicamente à maternidade. Além disso, esse legado grego, incorporado à sociedade brasileira devido à gigange miscigenação cultural existente, é usado para justificar o abismo salarial entre homens e mulheres, inclusive no campo da saúde - o que, muitas vezes, dificulta sua ascensão na carreira e mascara suas descobertas científicas.
Além disso, é importante pontuar o machismo como um dos principais frutos de eras de patriarcado no país. Isso dito, depreende-se que criou-se nos meandros do tecido social a ideia de que o lugar de mulher é na cozinha, na lavanderia ou cuidando de seus filhos, e não em laboratórios ou hospitais. Esse fato histórico ressoa nos dias contemporâneos, uma vez que os feitos dos homens são supervalorizados e o conhecimento das mulheres é subestimado, rebaixando-as a meras coadjuvantes em uma narrativa predominantemente masculina.
Assim, entende-se que o merecido crédito à participação feminina na saúde é negligenciado. Para mudar isso, é dever do Ministério da Saúde, por meio de parcerias com as mídias sociais, promover campanhas publicitárias em redes como o Facebook, Instagram e Twitter - de amplo acesso pelos internautas brasileiros, de modo a enaltecer a figura feminina na medicina, na farmácia, na enfermagem e em outras diversas áreas importantes para o bem-estar coletivo. O objetivo desse feito é ressignificar o papel da mulher na sociedade, para que o patriarcalismo e o machismo deixem de integrá-la.
Espírito Santo do Pinhal - SP