Redação #996960
Manoel Barros, grande poeta brasileiro, aborda em sua obra "Poemas rupestres" sobre a "Teologia do traste", pensamento esse, que visa dar visibilidade à situações esquecidas. Seguindo essa ideia, faz-se necessária a discussão sobre a violência urbana, problemática que, apesar de ter um significativo aumento anualmente no Brasil, é esquecida. Tal fato ocorre seja pela negligência estatal,seja pela educação no país.
Nesse sentido, de acordo com o jornalista Gilberto Dimenstein, em sua obra "Cidadão de Papel" afirma que as leis brasileiras são ineficazes e majoritariamente, restringidas apenas ao papel. Analogamente a obra, tal cidadania de papel é vista no que tange a violência urbana, haja vista que, na Constituição Federal de 1988 é garantida a ampla segurança do cidadão. No entanto, há no Brasil leis brandas que geram impunidade aos casos de violência, e desse modo, a permanência de tal criminalidade. Além disso, há a falta de investimentos públicos que visem reforçar o policiamento das cidades e, por isso, pouca fiscalização dos casos de violência urbana no país. Prova disso é que, segundo dados do G1, em 2022 aumentaram-se exponencialmente os casos de violência urbana em Brasília devido ao mau policiamento. Logo, a negligência do Estado promove a permanência de um ciclo. Portanto, cabe ao Legislativo, a ampliação das leis a fim de combater tal mazela.
Ademais, vale ressaltar que, segundo o ativista Nelson Mandela, a educação é o único caminho para a transformação social. Seguindo esse pensamento, a violência urbana no Brasil deve ser combatida pela educação. No entanto, na atual contemporaneidade, a Educação pública brasileira, devido a falta de rentabilidade dos investimentos, mostra-se falha uma vez que, majoritariamente são conteudistas sem valorizar o debate sobre temas sociais. Aliado a isso, há a falta de campanhas de conscientização e divulgação de dados sobre a violência urbana no país fazendo que assim sejam negligenciados pela população. Diante disso, a falta de conscientização social, permite que muitas pessoas passem por situações de violências promovendo assim, gatinlhos comportamentais. Logo, cabe as mídias digitais, meio de comunicação social, a ampla divulgação dos danos promovidos por tal problemática por meio de palestras a fim de conscientizar a população.
Logo, nota-se que a violência urbana ainda persiste no país. Por conseguinte, cabe ao Ministério da Justiça e Segurança pública, departamento da cúpula administrativa do país, o aumento de investimentos no policiamento por meio de empréstimos do Fundo Monetário Internacional a fim de promover a ampla fiscalização das cidades. Ademais,as escolas devem promover rodas de conversa sobre a violência urbana a fim de conscientizar a população. Dessa forma, a "Teologia do traste" será vivida.
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