Redação #1184044
Previsão: 07/10/2022
Segundo o romancista e estadista francês Victor Hugo:"A primeira igualdade é a justiça". De maneira análoga, na contemporaneidade, esse contexto não se efetiva, uma vez que o atual panorama preocupante dos prejuízos sociais provocados pela marginalização da população de rua no Brasil impede o estabelecimento da justiça social. Desse modo é essencial analisar os principais propulsores desse contexto hostil: a formação da sociedade individualista e a ineficácia de políticas públicas ao tratar essa questão.
Vale ressaltar, de início, a formação da sociedade contemporânea como causa do problema em questão. Nesse viés, segundo Ervin Goffman, filósofo canadense, o conceito de estigma social consiste em uma sociedade padronizada, aqueles que não se enquadram aos padrões prestigiados são estereotipados. Nessa perspectiva, pode-se relacionar o pensamento aos desafios enfrentados pelos moradores de rua, o que, por conta da indiferença e preconceito da sociedade, ocasiona na importunidade de construir uma vida digna. Tal conjuntura, reflete-se na violência e falta de acesso aos direitos básicos como educação, moradia e assistência do Estado, ratificando, a necessidade de transformação desse cenário.
Ademais, cabe destacar a ineficácia de medidas governamentais. Isso, porque faltam políticas públicas que atuem de forma eficaz nas raízes do problema, somado à indiferença e repressão, sendo refletidos no comportamento da comunidade. Rompe-se, dessa forma, a proposta de Contrato Social, defendida pelo filósofo inglês Thomas Hobbes, uma vez que o Estado não cumpre sua função de regulador do equilíbrio da sociedade. Posto isso, a discussão que envolve a marginalização da população de rua pelo Estado e sociedade permanece sem solução.
Fica evidente, portanto, a importância da atuação da mídia - como formadora de opinião - mediante o debate ao tema, no esclarecimento da comunidade sobre a importância da caridade e do espírito público de servir os mais vulneráveis, através de campanhas de doação em redes sociais, jornais, novelas e documentários, com a necessidade de mostrar a realidade e quebrar estigmas existentes. Outrossim, é necessário que o governo federal em parceria com o Ministério da Cidadania invistam na criação de um plano nacional que forneça assistência e acolhimento, através de investimentos na infraestrutura de abrigos, além de tratar as raízes do problema, através de ampliação do acesso à educação, emprego e direitos básicos de todo cidadão. Desse modo, o conceito de justiça de Victor Hugo será efetivado no Brasil e a população de rua poderá começar a vida de forma digna.
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