Redação #1198811

A obra "Caramuru", da escritora árcade Rita Durão, estereotipa a imagem do índio como um ser primitivo, selvagem e cruel. Nesse sentido, mesmo depois de anos, a ideologia árcade do século XVII, ainda está materializada na sociedade brasileira, uma vez que a questão indígena enfrenta vários desafios. Sob esse viés, tanto a negligência estatal, quanto o preconceito enraizado na sociedade, emergem um grave problema. Logo, convém discutir esses impasses em prol de melhorias.

Diante dessa perspectiva, é válido ressaltar o descaso do poder público com os índios. A esse respeito, conforme afirmou o brasileiro Gilberto Dimenstein, em sua obra "Cidadãos de Papel", a legislação brasileira é ineficaz, visto que, embora aparente completa na teoria, não se concretiza na prática. Nessa ótica, isso se comprova ao notar a escassez de políticas voltadas à aplicação do artigo 231 da "Constituição Cidadã", que protege e respeita os direitos indígenas. Por conseguinte, as explorações ilegais nas terras indígenas são, muitas vezes, silenciadas, o que infelizmente, incentiva a permanência do desrespeito à cultura desses povos.

Outrossim, a inferiorização dos povos indígenas é uma consequência negativa. Desse modo, o filósofo São Tomás de Aquino, afirma que todos os indivíduos devem ser tratados com a mesma importância. Contudo, essa afirmação é antagônica a contemporaneidade, devido o preconceito sofrido pelos índios no país, em razão de seus costumes e tradições. Dessa forma, a vulnerabilidade já existente é aprofundada, o que pode gerar a exclusão social desses povos, além de desencadear sérios transtornos psicológicos. Com isso, crescem a desigualdade e os ataques contra os índios no Brasil. 

Portanto, devido aos argumentos supracitados, medidas são imprescindíveis para reverter a questão indígena atual. Nesse contexto, cabe ao Governo Federal, instância máxima de poder, com auxílio de órgãos como a Funai, promover a fiscalização territorial e punições severas à exploração, por meio de um projeto de lei a ser entregue à Câmara dos Deputados, no intuito de garantir proteção aos direitos indígenas. Ademais, as escolas, por meio de projetos pedagógicos, a exemplo de palestras e oficinas, devem catalisar o respeito à diversidade, a fim de conscientizar os alunos e promover um futuro livre do preconceito contra os índios. Espera-se, com tais atos, evitar novas ideologias semelhantes a da obra "Caramuru".