Redação #1204175
Previsão: 14/10/2022
Desde a Grécia antiga falava-se sobre os padrões de beleza, já que a preocupação com os corpos era tão importante que originou uma competição conhecida como Jogos Olímpicos. Infelizmente, no cenário hodierno brasileiro, são muitos casos de pessoas iniciando tratamentos estéticos, um vez que o objetivo principal é a busca por um padrão ideal. Entretanto, tal óbice traz consigo diversos pontos negativos, provocados, principalmente, pelo poder da influência midiática e da falta de debates sobre aceitação nas escolas.
Em primeira instância, é nítido como a influência dos meios de comunicação na atualidade acarretam uma obsessão pelo corpo perfeito. No livro "ditadura da beleza" do psicanalista Augusto Cury, retrata sobre os modelos vistos em passarelas e pela mídia, e estes incitam pessoas a se tornarem fisicamente iguais a elas. Como no livro, o mesmo acontece nas mídias sociais com propagandas exacerbadas sobre corpos ideais, afetando principalmente o público adolescente na vida real, e a maioria desses jovens, com o objetivo de conseguir tais corpos, criam dietas restritivas por achar que ainda não é o suficiente para obter o corpo ideal. Em 8% dos casos, essas restrições aumentam as chances de um indivíduo apresentar transtornos alimentares, segundo a Faculdade de Saúde Pública em São Paulo.
Outrossim, a ausência de debates nas escolas sobre a questão da aceitação em escolas corrobora a questão da frustração com o próprio corpo do adolescente. Isso porque, a relação entre autoestima e a inserção em um padrão de beleza estão diretamente ligadas, dessa forma, se o indivíduo não estiver dentro do perfil corporal ideal, paralelamente, o seu estado psicológico será afetado, uma vez que ele não se encontra na definição de beleza atual. Em consequência, o mesmo, por se sentir feio e achar que é insuficiente, terá desejo por procedimentos estéticos, na tentativa de melhorar a sua aparência e se sentir mais atraente. No entanto, a questão mental não se resume apenas à estética, logo, nunca haverá um limite para cirurgias. Além disso, segundo os autores Borba e Thives, é necessário estar em alerta aos perigos e transtornos físicos e mentais decorrentes sobre essa questão, pois colocam em risco a saúde física e mental do sujeito.
Portanto, faz-se necessário desenvolver métodos afim de minimizar os quadros de buscas por padrões de beleza. Cabe ao Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária(CONAR) regular propagandas exacerbadas que incitem a inserção de padrões estéticos na sociedade, por meio de campanhas conscientes que visem abraçar a diversidade de corpos, reforçando que se alguém queira fazer uma mudança estética que seja pela sua saúde, e não por querer apenas se enquadrar em um grupo social. Ademais, Cabe ao Ministério da Educação, fomentar discussões acerca dos estigmas associados ao corpo, principalmente porque o público adolescente é quem sofre mais com questões psicológicas devido à não aceitação do seu corpo, com o intuito de promover um debate reflexivo, detalhando a questão da beleza ser relativa.
- PA