Redação #1225962
No poema "O Bicho", Manuel Bandeira denuncia a miséria e a pobreza. Infelizmente, grande parte da população de rua está sujeita à essa realidade: catar comida entre os detritos. A falta de compreensão da sociedade e o descaso governamental faz com que essas pessoas nunca sejam acolhidas.
Segundo o sociólogo Georg Simmel, a sociedade possui uma empatia seletiva. É possível perceber esse conceito quando um animal gera uma maior mobilização do que um morador de rua. Apesar disso, ambos estão ali por falta de condições melhores. A sociedade pode ajudar de diversas formas, seja doando um alimento ou um agasalho, tornando a vida desses moradores um pouco menos dura.
De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) há cerca de 220 mil brasileiros em situação de rua, os dados chocam, no entanto, pouco é feito. É possível perceber a total invisibilidade dessas pessoas perante o Estado, que deveria garantir o básico para seus cidadãos, mas não o faz. Pelo contrário, muitas das vezes toma medidas violentas contra essas pessoas, como a "Redenção" promovida pelo estado de São Paulo, onde os moradores foram retirados e internados à força.
Diante o exposto, fica claro a necessidade de mobilização social. A sociedade deve unir-se e criar ONGs ou apoiar as já existentes, como a do Padre Júlio Lancelloti, que ajuda esses indivíduos. Cabe ao Estado, através do Ministério da Cidadania, o acolhimento em instituições destinadas à população de rua e sua ressocialização, possibilitando uma vida como cidadãos. Dessa forma, a situação descrita no poema de Bandeira será extinta.
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