Redação #1268532
Previsão: 06/02/2023
O escritor austríaco Stefan Zweig, em meados do século XX, escreveu um livro ufanista cujo título é até hoje repetido: "Brasil, país do futuro". Entretanto, quando se observa a deficiência de medidas que amenizam os impactos do frio para brasileiros em situação de rua, verifica-se que essa profecia é constatada na teoria e não, desejavelmente, na prática. Dessa maneira, é evidente que o infortúnio se perdura no Brasil contemporâneo, não só devido à omissão do Poder Público, mas também da falta de empatia por parte da sociedade.
Nesse contexto, é conspícuo a negligência do segmento estatal em prol desse obstáculo. A esse respeito, o filósofo inglês John Locke, diz que â€" "O Estado é responsável pelo bem-estar coletivo", a partir do qual os indivíduos deveriam confiar no Estado, no que lhe concerne, garantiria enlevo e direitos inalienáveis à população. Em contraste, a supressão de programas governamentais que auxiliam essas pessoas a sobreviver em meio ao frio intenso evidencia que o sistema político brasileiro se mostra incapaz de cumprir seu papel principal no país, previsto na Constituição Federal, tal como: A assistência aos desamparados. Desse modo, enquanto o descaso da máquina pública se mantiver, o território nacional será obrigado a conviver com uma das mais cruéis mazelas para os cidadãos em circunstâncias de vulnerabilidade.
Ademais, é importante salientar a ausência de empatia da coletividade como um atraso para o combate dessa entrave. Nesse sentido, o ativista indiano Mahatma Gandhi, em sua frase mais famosa â€" "Devemos ser a mudança que queremos ver no mundo", afirma que, deve agir uma ação do homem para transformar o mundo em um lugar melhor. Ocorre que, no panorama atual, o tecido civil não tem conduta para sair do individualismo. Ademais, a comunidade precisa tomar uma iniciativa para acolher essas pessoas proporcionando a elas cobertores e agasalhos. Portanto, é contraditório que, mesmo sendo nação pós-moderna, a carência de se colocar no lugar do próximo ainda seja realidade no território nacional.
Diante dessa problemática, consta-se que diligências são necessárias para elidir o impasse. Desse modo, cabe ao Ministério da Cidadania â€" conceder locais que possam abrigar essas pessoas, como também a distribuição de mantas e roupas quentes â€" por meio de uma parceria com o corpo civil em realizar doações de vestimentas, com desígnio de garantir o bem-estar e a cidadania humana dessas vítimas. Talvez assim, a obra escrita por Zweig se torne realidade.
Porto Alegre - RS