Redação #917
Título: A música popular brasileira e a cultura do estupro
12/07/2016
Todos os tipos de expressões artísticas carregam características da sociedade em que estão inseridas, isso não acontece de forma diferenciada com as composições musicais. A música pode evidenciar regionalismos, exaltar belezas naturais de um local e externalizar preconceitos, valores morais e outros aspectos da cultura de uma sociedade. O atual cenário musical brasileiro denuncia vários hábitos do nosso país; tomando como o exemplo o Funk, é possível que se perceba a cultura do estupro relatada nas composições desse estilo.
As letras de Funk, em sua maioria, adotam como temas centrais práticas sexuais. Uma das músicas brasileiras mais conhecidas atualmente traz a presente parte escrita: "Ela veio quente, hoje eu tô fervendo / Quer desafiar, não tô entendendo / Mexeu com o R7 vai voltar com a xota ardendo". O trecho, hoje cantado em todo país, possibilita a interpretação de que a menina que "mexer com o R7" vai acabar sendo estuprada. Outra música, também registrada como Funk, não tão conhecida mas que aborda essa temática, é a nomeada "Vai na treta do Nem", essa apresenta em sua letra: "Mas se liga aí novinha, por favor tu não se engane: / Abre as pernas e relaxa, / Que esse é o Bonde do Inhame". As músicas destacadas são vistas como normais, apesar de fazerem apologia ao crime de estupro.
Apesar do Funk ser o maior exemplo da naturalização do estupro no nosso país, outros estilos também relatam esse hábito. No Forró, pode ser citada a composição interpretada pelo grupo Aviões do Forró que tem na sua letra "taca cachaça que ela libera", que faz apologia ao estupro de vulnerável, já que a pessoa altamente alcoolizada não pode responder por si. Mas o real problema não está na reprodução das músicas, e sim no que elas representam. As composições são fruto de um desvio de caráter banalizado no Brasil. O sexo forçado é aceito em vários casos.
No âmbito geral, a intervenção defendida parte da educação. A música brasileira reforça nossa identidade e infelizmente ainda somos uma nação que não discute a cultura do estupro e que não é educada para exercer o respeito. Nenhuma expressão artística que defenda o estupro deve ser reproduzida sem devidas críticas. Deve-se levar em conta também que apologia ao estupro é crime, e o Poder Judiciário deve se atentar a essas práticas. As nossas músicas só mudarão se o contexto histórico também mudar.
As letras de Funk, em sua maioria, adotam como temas centrais práticas sexuais. Uma das músicas brasileiras mais conhecidas atualmente traz a presente parte escrita: "Ela veio quente, hoje eu tô fervendo / Quer desafiar, não tô entendendo / Mexeu com o R7 vai voltar com a xota ardendo". O trecho, hoje cantado em todo país, possibilita a interpretação de que a menina que "mexer com o R7" vai acabar sendo estuprada. Outra música, também registrada como Funk, não tão conhecida mas que aborda essa temática, é a nomeada "Vai na treta do Nem", essa apresenta em sua letra: "Mas se liga aí novinha, por favor tu não se engane: / Abre as pernas e relaxa, / Que esse é o Bonde do Inhame". As músicas destacadas são vistas como normais, apesar de fazerem apologia ao crime de estupro.
Apesar do Funk ser o maior exemplo da naturalização do estupro no nosso país, outros estilos também relatam esse hábito. No Forró, pode ser citada a composição interpretada pelo grupo Aviões do Forró que tem na sua letra "taca cachaça que ela libera", que faz apologia ao estupro de vulnerável, já que a pessoa altamente alcoolizada não pode responder por si. Mas o real problema não está na reprodução das músicas, e sim no que elas representam. As composições são fruto de um desvio de caráter banalizado no Brasil. O sexo forçado é aceito em vários casos.
No âmbito geral, a intervenção defendida parte da educação. A música brasileira reforça nossa identidade e infelizmente ainda somos uma nação que não discute a cultura do estupro e que não é educada para exercer o respeito. Nenhuma expressão artística que defenda o estupro deve ser reproduzida sem devidas críticas. Deve-se levar em conta também que apologia ao estupro é crime, e o Poder Judiciário deve se atentar a essas práticas. As nossas músicas só mudarão se o contexto histórico também mudar.
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Silvia Helena Coelho Gomes
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