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Questão 7 1592910
Unit-AL Demais Cursos 2019/1TEXTO:
O homem é um animal político
O homem é considerado um animal político
porque, diferente de todos os outros animais, é dotado
da razão e do discurso. Por meio da razão e do
discurso, o homem desenvolveu as noções do justo
[5] e do injusto, de bem e de mal. Tais noções só se
desenvolvem em conjunto com o outro e constituem
a base da comunidade política. (Convém lembrar que
o atributo do homem como animal político é peculiar
aos cidadãos. Mas somente aqueles que exercem a
[10] administração da cidade é que são considerados
animais políticos).
A cidade se forma a partir da união de várias
aldeias que, por sua vez, se compõem em razão da
reunião de muitas famílias. As famílias se organizam
[15] em razão da natureza e com vistas à satisfação das
necessidades diárias. Várias famílias se reúnem e
formam uma aldeia, com a finalidade de satisfazer as
necessidades que são supridas no interior das
famílias. Cada associação específica visa a um bem
[20] específico. Mas, diferente das demais associações,
a cidade é autossuficiente e tem como fim o bem-estar,
a felicidade (eudaimonia).
Há duas atividades desenvolvidas nas
comunidades humanas, que são essencialmente
[25] políticas: a ação e o discurso. Tais atividades políticas,
que só podem se desenvolver na cidade entre homens
livres e iguais, constituem o homem como um animal
político. É por meio da ação e do discurso, que o
homem atinge o seu fim, a felicidade, a eudaimonia.
[30] É possível perceber traços da ideia de que o
homem é um animal político, quando da análise das
mobilizações sociais. Mas é também possível
observar que a participação popular e o controle
popular do poder guardam a ideia de que o exercício
[35] coletivo e racional, com vistas à conquista de algum
bem.
A política é exercida, quando se observa, todas
as vezes, ao longo dos anos, que as pessoas se
reúnem e reivindicam seus direitos e bens perante o
[40] Estado e a sociedade, elas são ouvidas. A política é
exercida, enfim, sempre que as pessoas agem em
conjunto. A ação política é uma ação plural, pois o
homem é, por natureza, um animal político e está
destinado a viver em sociedade.
José Carlos Alcântara. Passim. Disponível em:https://Brasil/ 247.com.pt/247/artigos/137294/o-homem-é-um-animal-politico.htm. Acesso em: 28 out. 2018.
Assinale com 1 a alternativa em que a expressão transcrita grifada exerce a função de complemento do nome e com 2 a que não exerce essa função.
( ) “o atributo do homem como animal político” (l. 8).
( ) “exercem a administração da cidade” (l. 9-10).
( ) “em razão da reunião de muitas famílias.” (l. 13-14).
( ) “quando da análise das mobilizações sociais.” (l. 31-32).
( ) “está destinado a viver em sociedade”. (l. 43-44)
A alternativa que responde corretamente à questão, assinalada de cima para baixo, é a
Questão 8 1593209
Unit-AL Medicina 1° Dia 2019/1TEXTO:
Responsabilidade médica
O médico, ao exercer a sua profissão, deve em
obediência aos conceitos éticos permeados na sua
atividade, zelar e trabalhar pelo perfeito desempenho
ético da Medicina e pelo prestígio e bom conceito da
[5] profissão.
É o guardião da vida, que é o bem maior que o
ser humano possui. O médico deve ter dedicação,
correção, respeito pela vida e, em razão de sua função,
agir sempre com diligência, cautela e evitar que seu
[10] paciente possa ser conduzido ao sofrimento, à dor, à
angústia e às perdas irreparáveis. A responsabilidade
de médico e os acontecimentos gerados em
decorrência de sua profissão podem gerar efeitos na
esfera ética, civil e criminal.
[15] O médico não pode praticar atos profissionais
que possam ser danosos ao paciente e que podem
ser caracterizados como imperícia, imprudência e
negligência.
O Código de Ética Médica normatiza a
[20] responsabilidade ético-disciplinar, zelando pelo
cumprimento irrestrito da boa prática médica [...].
O médico deve agir sempre para não produzir
ou produzir o menor dano possível ao seu paciente, e
tomar condutas possíveis e notoriamente indicadas
[25] que possam minorar o seu sofrimento ou curá-lo.
Na medida em que a Medicina avança e que há
possibilidade de salvar e prolongar a vida, são criados
dilemas éticos complexos, que permitem maiores
dificuldades para o conceito mais ajustado da
[30] existência humana. Acrescente eficácia e segurança
de novas propostas terapêuticas, que não deixam de
motivar questionamentos quanto aos aspectos
econômicos, éticos e legais, resultantes do emprego
desproporcionado das medidas e das possíveis
[35] indicações inadequadas de sua aplicação.
Ao médico cabe, obrigatoriamente, obedecer ao
princípio da não maleficência, ou seja, de não causar
mal ou dano ao seu paciente, de não lesar ou danificar
as pessoas, podendo-se dizer que “não causar
[40] prejuízo ou dano foi a primeira grande norma da
conduta eticamente correta para os profissionais da
Medicina do cuidado da saúde”.
A Medicina não é uma ciência exata, nem
tampouco uma atividade-fim, mas sim de meio e, por
[45] isso, imprevistos ocorrem e critérios de imprevisibilidade,
que cada tratamento ou procedimento tem, deverão
ser ponderados, objetivando evitar erros inerentes à
própria resposta do ser humano.
Vale lembrar que os médicos são seres humanos
[50] que têm a missão de curar e melhorar a qualidade de
vida do paciente e, por vezes, quando tal objetivo não
é alcançado, eles padecem de sofrimento, muitas
vezes até mais do que os seus pacientes, que lhes
exigem a cura quando esta não pode ser alcançada.
[55] Ao médico cabe trabalhar para elevar e dignificar
a vida humana, acima de tudo respeitando os valores
éticos, morais, religiosos e os costumes e princípios
fundamentais da humanidade, bem como o direito
indisponível do homem – a vida como um bem maior.
NETTO, Adamo Lui; ALVES, Milton Ruiz. Responsabilidade médica. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext& pid=. Acesso em: 9 nov. 2018. Adaptado.
O complemento verbal se distingue do adjunto adnominal, por ser o primeiro um paciente da ação nominal e o segundo, por ser um agente da ação nominal.
Marque com 1 a afirmativa em que as expressões em destaque funcionam, em ambas as ocorrências, como adjunto adnominal e com 2, quando como complemento nominal.
( ) “deve em obediência aos conceitos éticos” (l. 1-2) e “possam ser danosos aos pacientes” (l. 16).
( ) “bom conceito da profissão” (l. 4-5) e “É o guardião da vida” (l. 6).
( ) “às perdas irreparáveis” (l. 11) e “resposta do ser humano” (l. 48).
( ) “o menor dano possível ao seu paciente” (l. 23) e “erros inerentes à própria resposta” (l. 47-48).
( ) “emprego desproporcionado das medidas” (l. 33-34) e “indicações inadequadas de sua aplicação” (l. 35).
A resposta correta, assinalada de cima para baixo, é a
Questão 18 891015
UFRGS 2° Dia 2019Instrução: A questão está relacionada ao texto abaixo.
Recebi consulta de um amigo que tenta
deslindar segredos da língua para
estrangeiros que querem aprender português.
Seu problema: “se digo em uma sala de aula:
[5] ‘Pessoal, leiam o livro X’, como explicar a
concordância? Certamente, não se diz
‘Pessoal, leia o livro X’".
Pela pergunta, vê-se que não se trata de
fornecer regras para corrigir eventuais
[10] problemas de padrão. Trata-se de entender
um dado que ocorre regularmente, mas que
parece oferecer alguma dificuldade de análise.
Em primeiro lugar, é óbvio que se trata de
um pedido (ou de uma ordem) mais ou
[15] menos informal. Caso contrário, não se usaria
a expressão “pessoal”, mas talvez “Senhores”
ou “Senhores alunos”.
Em segundo lugar, não se trata da tal
concordância ideológica, nem de silepse
[20] (hipóteses previstas pela gramática para
explicar concordâncias mais ou menos
excepcionais, que se devem menos a fatores
sintáticos e mais aos semânticos; exemplos
correntes do tipo “A gente fomos” e “o
[25] pessoal gostaram” se explicam por esse
critério). Como se pode saber que não se
trata de concordância ideológica ou de
silepse? A resposta é que, nesses casos, o
verbo se liga ao sujeito em estrutura sem
[30] vocativo, diferentemente do que acontece
aqui. E em casos como “Pedro, venha cá”,
“venha” não se liga a “Pedro”, mesmo que
pareça que sim, porque Pedro não é o sujeito.
Para tentar formular uma hipótese mais
[35] clara para o problema apresentado, talvez se
deva admitir que o sujeito de um verbo pode
estar apagado e, mesmo assim, produzir
concordância. O ideal é que se mostre que o
fenômeno não ocorre só com ordens ou
[40] pedidos, e nem só quando há vocativo.
Vamos por partes: a) é normal, em
português, haver orações sem sujeito
expresso e, mesmo assim, haver flexão
verbal. Exemplos correntes são frases como
[45] “chegaram e saíram em seguida”, que todos
conhecemos das gramáticas; b) sempre que
há um vocativo, em princípio, o sujeito pode
não aparecer na frase. É o que ocorre em
“meninos, saiam daqui”; mas o sujeito pode
[50] aparecer, pois não seria estranha a sequência
“meninos, vocês se comportem”; c) se forem
aceitas as hipóteses a) e b) (diria que são
fatos), não seria estranho que a frase
“Pessoal, leiam o livro X” pudesse ser tratada
[55] como se sua estrutura fosse “Pessoal, vocês
leiam o livro x”. Se a palavra “vocês” não
estivesse apagada, a concordância se
explicaria normalmente; d) assim, o problema
real não é a concordância entre “pessoal” e
[60] “leiam”, mas a passagem de “pessoal” a
“vocês”, que não aparece na superfície da
frase.
Este caso é apenas um, dentre tantos
outros, que nos obrigariam a considerar na
[65] análise elementos que parecem não estar na
frase, mas que atuam como se lá estivessem.
Adaptado de: POSSENTI, Sírio. Malcomportadas línguas. São Paulo: Parábola Editorial, 2009. p. 85-86.
Considere as seguintes afirmações sobre a síntese dos parágrafos do texto.
I - O primeiro parágrafo apresenta a problemática discutida pelo autor, a partir da dúvida de um amigo, sobre a concordância na língua portuguesa.
II - O segundo e o terceiro parágrafos apresentam discussão a respeito da preponderância dos aspectos sintáticos envolvidos na construção de pedidos e ordens em usos não padrão da língua.
III- O quinto parágrafo do texto enumera argumentos que permitem explicar o fenômeno gramatical da concordância em construções sem sujeito expresso.
Quais estão de acordo com o texto?
Questão 6 6312237
UNIFIMES 2018Para responder a questão, leia o trecho do romance Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de Almeida, escrito entre 1852 e 1853.
Era no tempo do rei
Uma das quatro esquinas que formam as ruas do Ouvidor e da Quitanda, cortando-se mutuamente, chamava-se nesse tempo – O canto dos meirinhos1 –; e bem lhe assentava o nome, porque era aí o lugar de encontro favorito de todos os indivíduos dessa classe (que gozava então de não pequena consideração). Os meirinhos de hoje não são mais do que a sombra caricata dos meirinhos do tempo do rei; esses eram gente temível e temida, respeitável e respeitada; formavam um dos extremos da formidável cadeia judiciária que envolvia todo o Rio de Janeiro no tempo em que a demanda2 era entre nós um elemento de vida: o extremo oposto eram os desembargadores3. Ora, os extremos se tocam, e estes, tocando-se, fechavam o círculo dentro do qual se passavam os terríveis combates das citações, provarás, razões principais e finais, e todos esses trejeitos que se chamava o processo.
Daí sua influência moral.
(Memórias de um sargento de milícias, 2003.)
1 meirinho: espécie de oficial de justiça daquela época.
2 demanda: ação judicial.
3 desembargador: magistrado maior, que despacha as causas e processos.
Em “todos esses trejeitos judiciais que se chamava o processo” existe um erro gramatical.
Assinale a alternativa em que o trecho reescrito está em conformidade com a norma-padrão da língua e com o sentido geral do texto.
Questão 7 425478
IFSul 2017/2O acesso à Educação é o ponto de partida
Mozart Neves
A Educação tem resultados profundos e abrangentes no desenvolvimento de uma
sociedade: contribui para o crescimento econômico do país, para a promoção da igualdade e
bem-estar social, e também tem impactos decisivos na vida de cada um. Um deles, por exemplo,
é na própria renda do trabalhador. Uma análise feita ______ alguns anos pelo economista
[5] Marcelo Neri mostrou que, a cada ano a mais de estudo, o brasileiro ganha 15% a mais de
salário. Além disso, o estudo também mostrou que quem completou o Ensino Fundamental tem
35% a mais de chances de ocupação que um analfabeto. Esse número sobe para 122% na
comparação com alguém que tenha o Ensino Médio e 387% com Ensino Superior.
Diante disso, o direito do acesso à Educação é o ponto de partida na formação de uma
[10] pessoa e, consequentemente, no desenvolvimento e prosperidade de uma nação. Não obstante
os avanços alcançados pelo Brasil nas duas últimas décadas, ainda há importantes desafios a
superarmos no que tange esse direito. Se por um lado conseguimos universalizar o atendimento
escolar no Ensino Fundamental, temos ainda, por outro lado, 2,8 milhões de crianças e jovens de
4 a 17 anos fora da escola. Isso corresponde ______ um país do tamanho do Uruguai. O desafio,
[15] em termos de acesso, é a universalização da Pré-Escola (crianças de 4 e 5 anos) e do Ensino
Médio (jovens de 15 a 17 anos).
Há outro desafio em jogo: o de como motivar 5,3 milhões de jovens de 18 a 25 anos que
nem estudam e nem trabalham, a chamada “geração nem-nem”, para trazê-los de volta ______
escola e, posteriormente, incluí-los no mundo do trabalho. Isso é essencial para um país que
[20] passa por um bônus demográfico que se completará, segundo os especialistas, em 2025. O país,
para seu crescimento econômico e sua sustentabilidade, não poderá abrir mão de nenhum de
seus jovens.
No Ensino Superior, o desafio não é menor. O Brasil tem apenas 17% de jovens de 18 a
24 anos matriculados nesse nível de ensino. Em conformidade com o Plano Nacional de Educação
[25] (PNE), o país precisará dobrar esse percentual nos próximos dez anos, ou seja, chegar ______
33%. Para se ter uma ideia da complexidade dessa meta, esse era o percentual previsto no PNE
que se concluiu em 2010. Isso exige – sem que haja perda de qualidade com essa expansão –
que a educação básica melhore significativamente, tanto em acesso como em qualidade, tomando
como referência os atuais índices de aprendizagem escolar.
[30] O acesso à Educação é, portanto, ainda um desafio e, caso seja efetivado com qualidade,
poderá contribuir decisivamente para que o país reduza o enorme hiato que separa o seu
desenvolvimento econômico, medido pelo seu Produto Interno Bruto – PIB (o Brasil é o 7° PIB
mundial) e o seu desenvolvimento social, medido pelo seu Índice de Desenvolvimento Humano –
IDH (o Brasil ocupa a 75ª posição no ranking mundial). Somente quando o país alinhar esses
[35] índices nas melhores posições do ranking mundial, teremos de fato um Brasil com menos
desigualdade e menos pobreza. Para que isso aconteça, não se conhece nada melhor do que a
Educação.
Disponível em: <http://istoe.com.br/o-acesso-educacao-e-o-ponto-de-partida/>. Acesso em: 20 març. 2017)
Se a palavra desafio (linha 23) fosse flexionada no plural, quantas mais alterações seriam necessárias na frase para manter a correção sintática?
Questão 12 7309172
UNIFAN Medicina 2016/1Texto 6:
Novo algoritmo1 ajuda cientistas a prever casos de psicose (Giuliana Miranda)
Um time internacional de cientistas, com participação brasileira, criou um algoritmo que consegue analisar a fala de pacientes psiquiátricos e prever aqueles que irão desenvolver uma psicose.
A identificação de características que permitam a antecipação do surto é considerada bastante complicada pelos profissionais da área.
"O pródromo [nome técnico para identificação de sinais de uma doença antes que os sintomas mais específicos apareçam] é ainda muito complicado na psicose", avalia Helio Elkis, coordenador do Programa de Esquizofrenia do Instituto de Psiquiatria da USP, que não participou do trabalho.
O experimento teve um número reduzido de participantes, mas funcionou como uma prova de que o método é funcional.
O EXPERIMENTO
Cientistas entrevistaram, uma vez a cada três meses por um período de dois anos e meio, 34 jovens em situação de risco – algum sintoma mais leve de problema psiquiátrico – e que buscaram ajuda especializada. Os cientistas transcreveram as entrevistas e analisaram o discurso dos pacientes levando em consideração critérios sintáticos, como a estrutura e o tamanho das frases, bem como questões semânticas.
1Sequência de raciocínios ou operações que identifica sintomas ou oferece a solução a certos problemas.
Após dois anos e meio de acompanhamento, cinco desses 34 jovens desenvolveram uma psicose, termo amplo que engloba doenças como a esquizofrenia e o transtorno bipolar. O algoritmo conseguiu prever 100% dos casos.
Para o neurocientista Sidarta Ribeiro, diretor do Instituto do Cérebro da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte) e um dos autores do trabalho, a técnica poderia fornecer as bases para criar um método com critérios claros para "prever" os pacientes em risco.
O time de cientistas responsáveis pelo experimento não descarta que o algoritmo possa ser usado, no futuro, para criar um exame ou um aplicativo que identifique rapidamente os pacientes com alto risco. "Ainda é cedo para falar nisso. Mas a ideia é criar parâmetros de referência, como os que existem em outras áreas. Esse método poderia ser o que o raio-X é para a ortopedia, ou o que o hemograma é para a clínica médica", avalia Ribeiro.
ÁREA PROMISSORA
Métodos de análise do discurso têm sido uma área promissora no diagnóstico de transtornos psiquiátricos.
Pacientes com esquizofrenia, uma das psicoses mais conhecidas, têm vários sintomas perceptíveis na fala, inclusive um certo grau de confusão e repetição. O que os algoritmos dos cientistas fazem é automatizar o processo de identificação, que hoje é feito pelos ouvidos atentos dos psiquiatras nos consultórios.
Segundo Sidarta Ribeiro, que participou também de estudos anteriores, um diferencial deste trabalho é que o sistema desenvolvido considera não apenas a forma como os pacientes se expressam, mas também o significado do que eles dizem.
A pesquisa foi feita, em inglês, com pacientes no exterior, mas os cientistas envolvidos dizem que o método funciona em seis línguas ocidentais, incluindo o português e o espanhol.
Cientistas ainda divergem quanto à melhor abordagem para os pacientes identificados com alto risco. Segundo Helio Balkis, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP, pesquisadores tanto no Brasil quanto no exterior ainda estão tentando encontrar o melhor método terapêutico para esses casos. Já Sidarta Ribeiro afirma que há benefícios claros na prevenção com um diagnóstico precoce. "A identificação precoce dos pacientes pode ajudar a criar estratégias melhores de tratamento", afirma.
Adaptado de: MIRANDA, Giuliana. Novo algoritmo ajuda cientistas a prever casos de psicose. In.: Folha de São Paulo. 4 set. 2015. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2015/09/1677637-novo-algoritmo-ajuda-cientistas-a-prever-casosde-psicose.shtml. Acesso em: 9 set. 2015.
Texto 7:
Redes sociais podem favorecer psicopatas do cotidiano (Nilsen Silva)
O chefe obsessivo, a namorada sempre desconfiada, o amigo que só consegue falar de si mesmo. Lembrou de alguém? Basta olhar ao redor para reconhecer diversas pessoas de difícil convívio. Todos nós temos manias, uma lista de coisas que incomodam e dificuldades de adaptação. O problema é quando isso se torna algo frequente, fazendo com que as pessoas mais próximas se sintam abusadas, invadidas e insuficientes.
"Numa linguagem mais popular, parece que nossa energia está sendo sugada. O indivíduo 'morde e assopra' e deixa os outros 'pisando em ovos', com uma incômoda impressão de impotência. Suas relações são marcadas pela existência de um padrão que dificulta a ação de quem está ao redor. A vida gira em torno desse “sequestrador de emoções alheias", resume a psiquiatra Katia Mecler no livro “Psicopatas do Cotidiano".
Pessoas com traços de personalidade patológicos de forma duradoura podem ser consideradas psicopatas do cotidiano.
Pessoas que exibem de forma duradoura, desde a adolescência ou início da vida adulta, um ou mais traços de personalidade patológicos podem ser consideradas psicopatas do cotidiano.
"Não se trata de uma doença mental. Os psicopatas do cotidiano não perdem o juízo da realidade. Tampouco seus sintomas aparecem na forma de surtos, com delírios e alucinações, como em casos de esquizofrenia, transtorno bipolar, e outras psicoses", explica a autora em entrevista à Livraria da Folha.
Em menor ou maior grau, todos podemos apresentar traços de personalidade disfuncionais. Porém, o que caracteriza um traço patológico de personalidade são danos e prejuízos em relacionamentos íntimos, familiares, sociais e profissionais. 13
As redes sociais podem ter um grande papel nisso. Em uma época em que a aparência muitas vezes vale mais do que o conteúdo, o Facebook, por exemplo, facilmente pode se transformar em uma plataforma que favorece psicopatas do cotidiano, sendo um lugar para exacerbar sentimentos diversos.
"É um meio muito facilitador para as pessoas com esses traços [...] O problema é o mau uso que muitos indivíduos fazem das redes. Vivemos num tempo em que se dá mais importância ao que temos ou ao que aparentamos do que ao que somos ou construímos".
Mecler explica que a Associação Americana de Psiquiatria classifica dez transtornos específicos de personalidade, divididos em três grupos. No Grupo A, estão esquizoides, esquizotípicos e paranoides. No B, antissociais, borderlines, histriônicos e narcisistas. No C, dependentes, evitativos e obsessivo-compulsivos.
Psicopatas, por exemplo, são associados aos transtornos de personalidade do Grupo B, especialmente o tipo antissocial. O transtorno que caracteriza um assassino está relacionado com traços patológicos de personalidade como manipulação, ausência de remorso, frieza, mentira, transgressão e sedução. "Mas de forma alguma podemos dizer que todo assassino tem TP antissocial ou que o indivíduo com esses traços cometerá crimes", frisa Mecler.
Ela ainda explica que a prevalência dos transtornos de personalidade na população em geral vem sendo estimada em torno de 10%. Entretanto, o contexto sociocultural pode favorecer a exposição maior de um determinado traço patológico de personalidade.
Existe tratamento?
Transtornos de personalidade podem ser identificados a partir de um comportamento excessivo. Ou seja, pessoas perfeccionistas demais, tímidas demais, muito teatrais ou instáveis em demasia, que causam estranheza pelo excesso. É importante ressaltar que a pessoa se comporta do mesmo jeito com todos e sempre age da mesma maneira em determinadas situações – e, em geral, não reconhece que tem um problema.
É comum se questionar sobre uma cura, mas a psiquiatra afirma que não existe uma. "O melhor caminho é buscar ajuda especializada para aprender a lidar e a se proteger emocionalmente, sem ter sua autoestima e integridade psicológica reduzidas a pó. Entender o problema e evitar confrontos desnecessários é um bom caminho".
Adaptado de: SILVA, Nilsen. Redes sociais podem favorecer psicopatas do cotidiano. In.: Livraria da Folha. 26 ago. 2015. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/livrariadafolha/2015/08/1673779-redes-sociais-podem-favorecer-psicopatas-docotidiano-leia-entrevista.shtml. Acesso em: 9 set. 2015.
Analise a estrutura morfossintática e semântica do seguinte trecho do Texto 6:
“Métodos de análise do discurso têm sido uma área promissora no diagnóstico de transtornos psiquiátricos.
Pacientes com esquizofrenia, uma das psicoses mais conhecidas, têm vários sintomas perceptíveis na fala, inclusive um certo grau de confusão e repetição. O que os algoritmos dos cientistas fazem é automatizar o processo de identificação, que hoje é feito pelos ouvidos atentos dos psiquiatras nos consultórios.
Segundo Sidarta Ribeiro, que participou também de estudos anteriores, um diferencial deste trabalho é que o sistema desenvolvido considera não apenas a forma como os pacientes se expressam, mas também o significado do que eles dizem.”
Examine as afirmações abaixo.
I. A primeira forma verbal do primeiro período, constituído de uma oração absoluta, encontra-se flexionada no pretérito perfeito composto do modo indicativo.
II. A estrutura sintática do primeiro período é: sujeito, tendo ‘Métodos’ como núcleo, seguido de forma verbal composta, ‘têm sido’, como núcleo do predicado, seguida de complemento verbal.
III. No segundo período, as palavras “com, mais, vários, inclusive e certo” exercem, respectivamente, as funções de preposição, advérbio, adjetivo, advérbio e pronome.
IV. Em: “Pacientes com esquizofrenia, uma das psicoses mais conhecidas”, “uma das psicoses mais conhecidas” é, além de termo apositivo, determinante tanto de “esquizofrenia” quanto de “pacientes”.
V. O trecho: “O que os algoritmos dos cientistas fazem” está na ordem indireta, cujo verbo tem como complemento O que e a preposição de estabelece uma relação de pertencimento.
VI. Nota-se prolixidade em: “O que os algoritmos dos cientistas fazem é automatizar o processo de identificação”, visto que pode ser substituído por: “Os algoritmos dos cientistas automatizam o processo de identificação”.
VII. No trecho: “não apenas a forma como os pacientes se expressam, mas também”, as cinco palavras destacadas em itálico representam, respectivamente: negação, restrição, comparação, adversão e inclusão.
VIII. Em: “Segundo Sidarta Ribeiro, que participou”, “Segundo Sidarta Ribeiro” tem função adverbial e “que” tem função de sujeito.
IX. No trecho: “processo de identificação, que hoje é feito pelos ouvidos”, o verbo fazer, no particípio expressa a maior carga semântica verbal e “ouvidos” é núcleo do agente da passiva.
X. No trecho: “um diferencial deste trabalho é que o sistema desenvolvido considera”, toda a expressão posterior ao verbo de ligação é predicativa e a palavra que a inicia é pronome relativo.
A soma dos números romanos das afirmações incorretas é: