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Acesse GrátisQuestões de Português - Gramática
Questão 38 1371546
EMESCAM 2010/2Assinale a opção em que todas as palavras se apresentam graficamente corretas.
Questão 5 6308124
CN 2° Dia 2021Texto
Nunca imaginei um dia
Até alguns anos atrás, eu costumava dizer frases como “eu jamais vou fazer isso” ou “nem morta eu faço aquilo”, limitando minhas possibilidades de descoberta e emoção. Não é fácil libertar-se do manual de instruções que nos autoimpomos. Às vezes, leva-se uma vida inteira, e nem assim conseguimos viabilizar esse projeto. Por sorte, minha ficha caiu há tempo.
Começou quando iniciei um relacionamento com alguém completamente diferente de mim, diferente a um ponto radical mesmo: ele, por si só, foi meu primeiro “nunca imaginei um dia”. Feitos para ficarem a dois planetas de distância um do outro. Mas o amor não respeita a lógica, e eu, que sempre me senti tão confortável num mundo planejado, inaugurei a instabilidade emocional na minha vida. Prendi a respiração e dei um belo mergulho.
A partir daí, comecei a fazer coisas que nunca havia feito. Mergulhar, aliás, foi uma delas. Sempre respeitosa com o mar e chata para molhar os cabelos, afundei em busca de tartarugas gigantes e peixes coloridos no mar de Fernando de Noronha. Traumatizada com cavalos (por causa de um equino que quase me levou ao chão quando eu tinha oito anos), participei da minha primeira cavalgada depois dos 40, em São Francisco de Paula. Roqueira convicta e avessa a pagode, assisti a um show'do Zeca Pagodinho na Lapa. Para ver o Ronaldo Fenômeno jogar ao vivo, me infiltrei na torcida do Olímpico num -jogo entre Grêmio e Corinthians, mesmo sendo colorada.
Meu paladar deixou de ser monótono: comecei aprovar alimentos que nunca havia provado antes. E muitas outras coisas vetadas por causa do “medo do ridículo” receberam alvará de soltura. O ridículo deixou de existir na minha vida.
Não deixei de ser eu. Apenas abri o leque, me permitindo ser um “eu” mais amplo. E sinto que é um caminho sem volta.
Um mês atrás participei de outro capítulo da série “Nunca imaginei um dia”. Viajei numa excursão, eu que sempre rejeitei essa modalidade turística. Sigo preferindo viajar a dois ou sozinha, mas foi uma experiência fascinante, ainda mais que a viagem não tinha como destino um país do circuito Elizabeth Arden (Paris- Londres-Nova York), mas um país africano, muçulmano e desértico. Aliás, o deserto de Atacama, no Chile, será meu provável “nunca imaginei um dia” do próximo ano.
E agora cometi a loucura jamais pensada, a insanidade que nunca me permiti, o ato que me faria merecer uma camisa-de-força: eu, que nunca me comovi “com bichos de estimação, adotei um gato de rua.
Ainda há muitas experiências a conferir. fazer compras pela internet, andar num balão, cozinhar dignamente, me tatuar, ler livros pelo kindie, viajar de navio e mais umas 400 coisas que nunca imaginei fazer um dia, mas que já não duvido. Pois tem essa também:
deixei de ser tão cética.
Já que é improvável que o próximo ano seja diferente de qualquer outro, que a novidade sejamos nós.
Medeiros, Martha. Nunca imaginei um dia. 2009. Disponível em: http://alagoinhaipaumirim.blogspot.com/2009/12/nunca- imaginei-um-dia-martha-medeiros.html. Acesso em: 10 fev. 2021.
Assinale a opção que completa, corretamente, as lacunas do período abaixo.
"_____________alguns anos,_____________ ampliar suas descobertas e suas emoções, a autora passou a vivenciar __________inovações,_____________ foi a adoção de um gato de rua a ________comovente.”
Questão 24 1372418
MULTIVIX 2018O item que apresenta todas as palavras corretamente grafadas é:
Questão 11 287310
UCS 2017O ignorante não sabe que o é
Contardo Calligaris
Lena Dunham é a autora e a protagonista de “Girls”, o seriado da HBO
que estreia sua última temporada nesta semana. “Girls” é “Sex in the City”,
mas para gente grande – o que é irônico, porque o pessoal de “Girls” é mais
jovem do que o pessoal de “Sex in the City”. Enfim, Lena Dunham, pela boca
[5] de sua personagem Hannah, reconheceu: “Tenho forte opinião sobre tudo.
Mesmo em tópicos sobre os quais sei pouco a respeito”. Talvez você não
goste de Lena Dunham e pule de alegria porque ela finalmente admitiu o que
você sempre pensou dela (ou seja, que ela é “metida” mesmo). Pois bem, não
pule. O que Dunham disse é apenas uma regra universal e incontestável: ao
mostraremos e sentiremos uma certeza absoluta. E quanto maior nossa
incompetência, tanto maior será nossa convicção na hora de agir.
Em 1995, o sr. McArthur Wheeler assaltou dois bancos depois de
molhar o rosto com suco de limão, absolutamente convencido de que
[15] o suco funcionaria como tinta invisível e não deixaria seu rosto aparecer
nas gravações das câmeras de segurança. Todos podemos ter ideias
erradas, mas só os grandes incompetentes se avaliam como extremamente
competentes.
O fenômeno foi comprovado em 1999 por David Dunning e Justin Kruger,
[20] psicólogos da Universidade Cornell, em uma série de experiências com a
prática médica, o jogo de xadrez, a capacidade de dirigir um carro, etc. Em
cada caso, as pessoas incompetentes não reconheciam o tamanho de sua
incompetência – só começavam a reconhecer sua incompetência efetiva se
e quando elas treinassem e se instruíssem para se tornarem competentes.
[25] Ou seja, quanto mais a gente é ignorante e incompetente, mais a gente
tem certezas radicais e passionais. Inversamente, quem se afasta de sua
incompetência (informando-se ou formando-se) torna-se mais humilde
e mais disposto a duvidar de si. Em suma, ignorância e incompetência
produzem uma ilusão interna de saber e competência. Inversamente, saber
[30] e competência produzem uma certa _________ do sujeito, que passa a
duvidar de si.
É possível pensar que a certeza passional seja uma maneira de compensar
(e esconder) nossa própria ignorância ou incompetência. Mas, de qualquer
forma, a explicação é intuitiva: quanto menos eu souber (do que for: de
saberei medir o que não sei. Inversamente, quem sabe mede facilmente que
só sabe uma pequena parte do que gostaria de saber. Sócrates dizia que ele
só sabia que nada sabia. Por isso mesmo, o resultado da pesquisa pareceu
tão esperado que Dunning e Kruger, em 2000, ganharam o prêmio Ig Nobel
Insight”, cujas implicações são úteis.
Em época de grandes paixões e conflitos – ou, como se diz, de
polarizações – mundo afora, vale _________ pena lembrar que a certeza
(ainda mais quando for passional) é proporcional à ignorância e à
[45] incompetência. Aplique isso ao campo da moral, da política e da religião: a
ignorância é a grande mãe de quase qualquer extremismo. O psicanalista
Jacques Lacan disse um dia que só os teólogos conseguiam ser verdadeiros
ateus: o saber e a competência nos afastam da certeza.
Enfim, alguém poderia se preocupar especificamente com uma
[50] consequência disso tudo: se a ignorância e a incompetência nos
oferecem certezas (falsas, mas tanto faz), será que isso não significa que
os ignorantes e os incompetentes são os mais aptos a agir? Será que o
excesso de competência e de saber nos levariam a dúvidas sofridas e,
portanto, _________ incapacidade de agir? Por exemplo, deve ser fácil
[55] decidir a política dos EUA a partir do noticiário da televisão, mas se você
lesse e estudasse todos os relatórios preparados pelas diferentes fontes que
informam o presidente, então a tomada de decisão se tornaria complicada,
_________. Obviamente, essa não é uma razão para se render às facilidades
da incompetência. Tampouco é uma razão para não agir. Para agir, é preciso
[60] aceitar que a qualidade de um ato apareça nas dúvidas e não na certeza
de quem age, porque, como já dizia Touchstone, o bobo de “As You Like it”
(mais de 400 anos antes de Dunning e Kruger), “o idiota pensa que é sábio,
enquanto o sábio é aquele que sabe de ser idiota”.
Disponível em:<http://www1.folha.uol.com.br/colunas/contardocalligaris/2017/02/1858984-o-ignorante- -nao-sabe-que-o-e.shtml>. Acesso em: 2 mar. 17. (Adaptado.)
Assinale a alternativa que completa correta e respectivamente as lacunas nas linha 30, 43, 54 e 58.
Questão 14 245131
UVA 2015/2Pelo Acordo Ortográfico de 2008, deve receber acentuação gráfica, a palavra em:
Questão 26 49903
USF 2012/2[01]Os bons maridos de Esparta
[02]O espartano casado, se encontrasse um rapagão belo e imponente, oferecia-lhe a sua mulher,
[03]para que reproduzissem. Era a eugenia: o “aperfeiçoamento” da raça por meio da seleção genética.
[04]Licurgo, o grande legislador, caçoava dos que ________ em partilhar as esposas, dizendo que
[05]eles se importavam mais com a reprodução de seus cães e cavalos do que com a de suas
[06]mulheres. A ________ dos espartanos era formar uma casta de guerreiros.
[07]Há uma passagem da Batalha das Termópilas em que o rei Leônidas, marchando à frente de
[08]seus 300 soldados, encontra o pelotão de 7 mil aliados de outras cidades.
[09]O comandante dos aliados olha para aquele punhado de homens e se espanta, sabendo que o
[10]inimigo persa conta com um exército de centenas de milhares de combatentes.
[11]– Mas você só trouxe esses soldados? – pergunta, incrédulo.
[12]Ao que Leônidas aponta para um dos aliados:
[13]– Qual é a sua profissão?
[14]– Eu sou moleiro.
[15]– E você? – prossegue Leônidas, indicando outro.
[16]– Camponês.
[17]– Você?
[18]– Ferreiro.
[19]E assim por diante.
[20]Por fim, Leônidas volta- se para os seus 300 homens e grita:
[21]– Espartanos! Qual é a sua profissão?
[22]Os 300 batem com as lanças nos escudos de ferro e urram, em uníssono:
[23]– HO-HAAAA!
[24]Leônidas sorri para o comandante aliado:
[25]– Como vê, trouxe mais soldados do que você.
[26]Imagino a mesma cena no Congresso brasileiro.
[27]Você espeta o dedo no peito de um deputado:
[28]– O senhor! Qual é a sua profissão?
[29]– Advogado.
[30]– E o senhor aí, de óculos, qual a sua profissão?
[31]– Médico.
[32]– E o senhor?
[33]– Jornalista.
[34]– Ex-palhaço de circo.
[35]– Pastor evangélico.
[36]Não existem políticos profissionais no Brasil. Ninguém é político de ________ ou faz curso de
[37]político. Os políticos somos nós, o povo inteiro. Será, então, que somos um povo de ladrões, como
[38]indica o comportamento dos nossos representantes? Será hereditário? A corrupção corre nas nossas
[39]veias, vermelha e quente? Não pode ser. Porque, se um dia houve o espartano geneticamente
[40]falando, não se pode dizer o mesmo do brasileiro.
[41]O brasileiro é índio e negro, é alemão e japonês, é italiano e português, e é tudo isso
[42]miscigenado. Então, como explicar o vezo de desonestidade do brasileiro? Tive uma pista para a
[43]solução do mistério ao ler Uma Jornada, relato que o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair fez de
[44]seu governo. Em dado momento, Blair conta que “o sistema britânico é essencialmente dirigido por
[45]funcionários públicos de carreira até nos altos escalões. Os ________ especiais são poucos e não
[46]muito frequentes (...). Quando, após alguns anos de governo, acumulei cerca de 70, algumas
[47]pessoas consideraram que isso era um ultraje constitucional”. O primeiro-ministro acumulou 70
[48]assessores e os ingleses consideraram esse número um ultraje.
[49]Quantas dezenas de milhares de funcionários foram nomeados pelos presidentes brasileiros nos
[50]últimos anos? Quase tantos, talvez, quantos os soldados do exército persa que enfrentou Leônidas.
[51]Eis a origem do mal: não são os políticos.
[52]É o sistema.
[53]É o sistema que gera a corrupção.
[54]É o sistema que precisa mudar.
COIMBRA, David. Zero Hora, 08/04/2012.
Selecione a opção que completa corretamente as lacunas das linhas 04, 06, 36 e 45 respectivamente.