Redação #951253
Desde o Iluminismo, entende-se que uma sociedade só progride quando um se mobiliza com o problema do outro. No entanto, quando se observa a necessidade de universalização do saneamento básico, no Brasil, hodiernamente, verifica-se que esse ideal iluminista é constatado na teoria e não desejavelmente na prática. Nesse sentido, convém analisarmos as principais consequências de tal postura negligente para a sociedade.
É indubitável que a questão constitucional e a sua aplicação estejam entre as causas do problema. Segundo o filósofo Aristóteles, a política deve ser utilizada de modo que, por meio da justiça, o equilíbrio seja alcançado na sociedade. De maneira análoga, é posível perceber que, no Brasil, a acentuação da disparidade de classes rompe essa harmonia, haja vista que num país continental como o Brasil, com todas as suas riquezas, culturais e ecológicas, evidencia a injustiça na sua distribuição, onde uma enorme parcela da sociedade não possui o direito à saúde, assegurado pela Constituição de 1988, corroborada pela capitalização de um direito garantido por lei. Ainda, é notável o encarecimento do saneamento básico, do direito a água potável que a população deve buscar para suprir as necessidades sanitárias que a si não são proporcionadas. Tais fatores destacam a contrafação da ordem, com a desvalorização da lei, o que implica uma rápida mudança que reverta esse cenário caótico.
Outrossim, destaca-se a alternância da dicotomia: Expectativa e Realidade, como impulsionadora do problema. De acordo com Durkheim, o fato social é uma maneira coletiva de agir e de pensar, dotada de exterioridade, generalidade e coercitividade. Nada obstante, observa-se que a coletividade, presa numa expectativa ludibriada, coadjuva para tal poblemática, tendo em vista que a população mais vulnerável às instabilidades políticas, vivem numa conjuntura de esperança utópica, de que haverá subsídios a favor destes, com a distribuição da renda equitativamente e a garantia de seus direitos. Para não frustrar ainda mais a Nação, urge uma ação que garanta a concretização e a transformação de tal utopia em realidade.
É evidente, portanto, que ainda há entraves para garantir a solidificação de políticas que visem à construção de um mundo melhor. Destarte, os três poderes políticos, idealizados por Monstesquieu, necessitam elaborar e consolidar leis que garantam os direitos básicos à saude, em todas as suas vertentes. Leis estas que estabeleçam uma distribuição equitativa de renda, e verbas que auxiliam as populações carentes, com a coadjuvação da divulgação de seus decretos pelos veículos midiáticos. Tais dinâmicas, são urgentes a fim de que o tecido social seja genuinamente protegido por seus direitos.
Vila Velha - ES