Questões de Português - Leitura e interpretação de textos - Gêneros textuais - Verbais/Descritivo - Resenha
37 Questões
Questão 14 14440616
ENEM PPL 1° Dia (Amarelo) 2024Prima Julieta
Prima Julieta irradiava um fascínio singular. Era a feminilidade em pessoa. Quando a conheci, sendo ainda garoto e já sensibilíssimo ao charme feminino, teria ela uns trinta ou trinta e dois anos de idade.
Apenas pelo seu andar percebia-se que era uma deusa, diz Virgílio de outra mulher. Prima Julieta caminhava em ritmo lento, agitando a cabeça para trás, remando os belos braços brancos. A cabeleira loura incluía reflexos metálicos. Ancas poderosas. Os olhos de um verde azulado borboleteavam. A voz rouca e ácida, em dois planos: voz de pessoa da alta sociedade.
MENDES, M. A idade do serrote. Rio de Janeiro: Sabiá, 1968.
Entre os elementos constitutivos dos gêneros, está o modo como se organiza a própria composição textual, tendo-se em vista o objetivo de seu autor: narrar, descrever, argumentar, explicar, instruir.
No trecho, reconhece-se uma sequência textual
Questão 6 8522191
UniNassau Medicina 1°Dia 2020Texto
"Bacurau": Um canto de amor ao Nordeste no filme mais político dos últimos tempos...
O longa é cheio de metáforas nem sempre muito claras, mas contundentes, com uma inegável competência e originalidade para se apropriar da cultura popular nordestina para falar de luta e sobrevivência. E preservação da própria liberdade. A trama se passa "daqui a alguns anos", no sertão do oeste de Pernambuco. A cidadezinha (fictícia) de Bacurau sofre com sabotagens diversas: não recebe mais água, enquanto comida e medicamentos se tornam raridade. O sinal de celular está cortado, e a cidade literalmente sumiu de todos os mapas oficiais. Quando assassinatos começam a acontecer, a população local se une para resistir, mesmo que, para isso, precise ser tão violenta e sanguinária como os grupos interessados em dizimar a cidadezinha.
O povoado de Bacurau é provavelmente tudo o que Bolsonaro não gostaria que o Brasil fosse. As pessoas são pobres, escapam dos ideais de beleza canônicos brancos e europeus, mas são sobretudo livres e respeitam a liberdade de ser alheia. Personagens transgêneros, lésbicas e prostitutas são tratados com a mesma naturalidade e respeito que qualquer "cidadão de bem" do vilarejo.
São um povo unido e que tem amor próprio; se preciso, mancharão as mãos de sangue em nome da defesa de seu modo se ser, sua altivez e sua cultura, contra invasões e imposições do Brasil sulista ou estrangeiras. A grande vantagem do filme é que essa forma de ser e de pensar não parece idealizada ou glamorizada; existe muito da Bacurau do longa em diversos locais pelo Brasil, sobretudo no Nordeste, onde, a despeito da carência material, o senso de empatia e de humanidade ainda não se perdeu. O filme é um canto de amor a uma das características que o nordestino tem de mais admirável: sua capacidade de resistir e enfrentar as adversidades, sem perder a capacidade de ter compaixão e o respeito pelos demais. Mas, igualmente, de se impor quando a situação exige.
É provável que desde os filmes de Glauber Rocha (como "Deus e o Diabo na Terra do Sol", de 1964) nenhuma produção brasileira tenha feito um tratamento cinematográfico tão inspirado da mescla das tradições populares brasileiras aliadas ao cinema de gênero americano (sobretudo o faroeste) como o longa de Mendonça e Dornelles. E tudo é feito com veemência. Aliás, o estilo de "Bacurau" traz muito do cinema de Glauber, delirante e febril, por vezes de difícil compreensão para o grande público em seus detalhes, mas com uma mensagem geral clara. É um filme desigual, com muita coisa aparentemente pela metade, mas o efeito desestabilizador é positivo. O espectador precisa completar sozinho muito do sentido do que algumas cenas sugerem, e o trabalho cerebral é compensador. Mas o essencial está sempre lá.
O elenco é brilhante, e embora a expressiva Barbara Colen seja decepcionantemente desperdiçada em pouquíssimas cenas (começa como protagonista, mas praticamente desaparece com o decorrer do filme), a dupla de diretores utiliza com perfeição o talento de Sônia Braga no papel de uma médica da região e Udo Kier, ator alemão que interpreta um dos estrangeiros interessados em exterminar Bacurau. Há ainda composições impressionantes de Silvero Pereira, Karine Teles, Antônio Saboia e Jonny Mars.
Os filmes de Kleber Mendonça Filho costumam deixar claras marcas de excesso de roteirização, e embora o roteiro de "Bacurau" provavelmente também tenha sido bastante trabalhado, muito do que está ali parece estranhamente orgânico, fluido. Em seu cinema, há quase sempre alguma cena que tem por intuito causar estranhamento, desestabilizar o público, aparecendo na trama sem conexão (ou explicação racional) com o resto da narrativa, embora intuitivamente se compreenda o seu sentido no filme - a cachoeira de sangue de "O Som ao Redor", por exemplo. (...)
Ao apresentar o que uma narrativa tradicional evitaria, "Bacurau" exige que o público tenha um novo olhar sobre aquilo; existe algo mais político do que exigir que o espectador tenha um novo olhar sobre alguma coisa? Por isso mesmo, "Bacurau" é um dos filmes mais políticos, em vários níveis, feitos no Brasil nas últimas décadas. (Bruno Ghetti - http://twixar.me/ZpC1)
A seguir são apresentados comentários acerca do texto, analise-os e assinale a alternativa adequada
I. No texto, por ser um artigo de opinião, o autor expõe seu ponto de vista sobre o referente, eximindo-se de apresentar sequências do tipo expositivo.
II. O autor do texto estabelece, em seus comentários, relações entre ficção e realidade, o que ratifica a ideia de que a arte tem função social, capaz de inquietar e transformar quem entra em contato com ela.
III. Do ponto de vista linguístico, o texto apresenta predominantemente linguagem tecnicista, composta por termos pertencentes ao campo semântico cinematográfico, o que dificulta a compreensão textual pelo leitor não familiarizado com este universo.
IV. O autor do texto e os roteiristas de Bacarau apresentam convergência de ponto de vista sobre o comportamento do povo nordestino: resiliente, solidário, resistente. Essa caracterização do povo do nordeste remete ao olhar de Euclides da Cunha ao descrever o povo de Canudos.
Questão 7 3670876
ENEM Digital 1° Dia 2020Porta dos Fundos: contrato vitalício
Diretor: Ian SBF;
Tempo: 1 h 46 min;
Brasil, 2016.
O primeiro filme do grupo humorístico Porta dos Fundos, conhecido por seus mais de 12 milhões de assinantes no YouTube, estreou para o público brasileiro que curte as esquetes na internet. O desafio do grupo foi transformar os vídeos curtos em um longa para o cinema, que, apesar de grande investimento do elenco e dos produtores, não empolga tanto. O enredo conta com a dupla Rodrigo (F. Porchat) e Miguel (G. Duvivier), que, vencedores em Cannes, no auge de suas carreiras, decidem assinar um contrato vitalício em que o ator Rodrigo deverá participar de todos os filmes do produtor Miguel. A produção do filme maluco conta com o ótimo elenco do Porta dos Fundos: uma famosa blogueira, um jornalista de fofoca, um agente de celebridades, uma diretora de elenco radical, um detetive, um ajudante e atores. O ponto forte do filme é satirizar justamente o mundo das celebridades da internet e do cinema, ou seja, eles mesmos neste momento.
Disponível em: www.criticasdefilmes.com.br. Acesso em: 12 dez. 2017 (adaptado).
Nesse texto, um trecho que traz uma marca linguística da função avaliativa da resenha é
Questão 3 309609
UFVJM 2016/2 Texto I
O desafio da escolha profissional
Roseli Filizatti
Mello, F. A. F. (2002). O desafio da escolha profissional. São Paulo: Papirus, 240 p.
A opção por uma profissão nem sempre é algo fácil e pode tornar-se uma tortura para o jovem que necessita posicionar-se diante de uma profissão. Isso ocorre porque normalmente a escolha é feita numa época de transformações e mudanças físicas e psíquicas, o que por si só já gera conflitos. Além disso, a sociedade, a família e os amigos cobram urgência num posicionamento para o qual nem sempre o jovem está preparado.
No presente livro o autor disserta sobre a orientação vocacional, as dificuldades encontradas durante o processo de escolha profissional e sobre as consequências que uma escolha inadequada pode trazer. São explanadas também influências teóricas, tipos de orientação e reflexões sobre as variáveis relacionadas com a escolha profissional. Os títulos e subtítulos que compõem os sete capítulos do livro elucidam claramente o conteúdo tratado.
No primeiro capítulo, Orientação Vocacional e Psicologia: Visão Inicial, o autor relata um breve histórico sobre a orientação vocacional (OV) e discute o significado do termo vocação. Expõe os fundamentos teóricos que sustentam a OV, com base em diversas áreas de conhecimento psicológico: psicologia diferencial, psicologia do desenvolvimento, psicologia da personalidade e psicodinâmica, psicologia social e sociologia e psicologia industrial. O capítulo termina com a análise da influência externa e interna sobre os comportamentos humanos e o papel da OV nesse contexto, qual seja, ajudar o sujeito a se conhecer e a conhecer o seu meio, para então escolher uma profissão mais adequada a sua realidade e conteúdos internos.
Concepções sobre o Processo de Orientação Vocacional, o segundo capítulo, relata, a princípio, as principais teorias que conduzem a OV, abordando a psicometria, a carreira, a motivação e a teoria psicodinâmica. O autor descreve as teorias, ressalta seus pontos fortes e dificuldades e alega que o ideal seria uma integração dessas para melhor eficácia da OV. Defende que a OV faz parte de um processo, que não se faz somente durante a orientação, e sim durante toda a história de vida do sujeito, que acumula informações e reações emocionais trazidas da interação com o meio e aspectos internos, desde a infância, e se transformam em crenças e preferências. Essas crenças e preferências são trazidas à tona nesse processo e trabalhadas a fim de verificar se não são simplistas ou irreais. Durante o capítulo são definidos alguns conceitos relacionados ao tema e às teorias descritas, como interesses, valores e crenças, validade, fidedignidade, precisão e padronização.
O terceiro capítulo, Desenvolvimento, Maturidade e Adequação Vocacional, traz a explanação sobre o desenvolvimento vocacional durante a vida do sujeito, como parte do desenvolvimento da personalidade. O autor relaciona desenvolvimento vocacional com desenvolvimento ocupacional e desenvolvimento pessoal. Ainda, salienta que o desenvolvimento desses processos se relaciona com a identidade pessoal, identidade vocacional e identidade ocupacional. O capítulo estabelece os estágios da vida vocacional-ocupacional: estágio do crescimento, exploratório, estabelecimento, declínio e aposentadoria, descrevendo os fatores que podem afetar esse desenvolvimento.
No quarto capítulo, O Processo da Escolha Profissional, o autor alega que a escolha se faz sempre num processo constante de diagnóstico-prognóstico (feito pelo sujeito e pelo orientador), envolvendo diagnóstico pessoal, informação ocupacional e prognóstico vocacional. Entre as teorias psicométrica, psicodinâmica ou integrada, defende como melhor solução o uso da teoria integrada. Uma escolha vocacional traz conflitos porque envolve, além das aptidões, capacidades, desejos e aspirações do sujeito, também aspectos emocionais, visto que se trata de um projeto de vida. O autor enfatiza que o conflito é acentuado pelo fato de sempre existir uma variedade de ocupações compatíveis com cada indivíduo e pelas dificuldades emocionais ao lidar com perdas e ao enfrentar o desconhecido. Assim, a escolha também se relaciona com o tipo de estrutura psicológica, emocional e social do sujeito, podendo se dar de forma prematura. Ao final do capítulo, ressalta que a responsabilidade por uma escolha profissional não é somente do sujeito que passa pela orientação, mas também do orientador. E ainda mais, enfatiza que se ocorrer uma escolhainadequada, poderá haver uma desestruturação existencial e emocional do sujeito.
A Orientação Vocacional com Grupos Típicos, as características de cada população, as peculiaridades que devem ser focadas com cada tipo de grupo são discutidas no quinto capítulo. O autor discute a OV com adolescentes, aposentados ativos ou idosos saudáveis, adultos desempregados, insatisfeitos com a profissão ou instáveis, deficientes físicos, mulheres e os que apresentam uma condição social ou econômica inferiorizada.
No sexto capítulo o autor aborda A Informação Ocupacional e sua importância, ou seja, é necessário dar informações claras, precisas e detalhadas sobre o mundo profissional em que o orientado pretende ingressar. Elas devem focalizar tendências para o futuro e ser bem trabalhadas para o sujeito compreendêlas e analisá-las, podendo ser transmitidas pelo psicólogo orientador, ou ser buscadas pelo próprio orientando ou escola. O autor ressalva novamente a assimilação dessas informações desde a infância, de uma forma muitas vezes informal. Na OV as mesmas podem ser transmitidas pela técnica de baralho chamada R-O. Enfatiza a polivalência ocupacional e finaliza o capítulo ressaltando os motivos que podem levar a uma falha no processo de OV, como reestruturação do mercado de trabalho, falta de maturidade do jovem, conteúdos transmitidos inadequadamente, visão distorcida do perfil psicológico da profissão.
A obra é finalizada com o capítulo sobre O Processo e sua Prática sob três perspectivas, o tempo, as estratégias e os procedimentos. Defende que embora a escolha seja feita no presente, destina-se a uma vida profissional futura, referindo-se a um projeto de vida. Também trata dos critérios para a escolha profissional que devem ser baseados na polivalência ocupacional, nos atributos pessoais do sujeito, na amplitude ocupacional, na busca por uma solução adequada, nos interesses, na motivação e nos valores predominantes do sujeito, no seu conceito de carreira e em seus aspectos psicológicos. Analisa os procedimentos a serem utilizados, citando a entrevista e instrumentos como a Bateria CEPA, testes objetivos e projetivos. Mostra a importância do pré-diagnóstico e diagnóstico vocacional, os quais servem para posicionar o orientador e o sujeito e de base para a elaboração de táticas de ação. Aborda o papel da auto-imagem na escolha por uma profissão e mostra a importância do prognóstico vocacional, resultado da interação entre orientador e sujeito, para analisar e sintetizar os dados levantados no processo e assim resolver os conflitos referentes à ocupação profissional. Disserta, ainda, sobre os três objetivos fundamentais da OV: ajudar o cliente a clarificar sua identidade vocacional, a alcançar um autoconhecimento realista para uma escolha profissional adequada e a contribuir para o desenvolvimento de sua personalidade e ajustamento psicológico.
O conteúdo é um tema atual e importante para o auxílio dos jovens que necessitam de amparo para uma escolha profissional adequada. O assunto foi tratado de forma abrangente, o que possibilita uma visão geral e adequada sobre o mesmo; além disso, a obra apresenta-se estruturada de maneira organizada e com linguajar simples, o que facilita a leitura e o entendimento.
Cabe ressaltar que embora seja apresentado no final do livro um “Questionário sobre valores e objetivos de vida”, a meu ver, essa obra seria mais completa se fossem discutidos outros instrumentos que podem ser utilizados no processo de OV. O autor se centra mais na entrevista e acaba não descrevendo outros instrumentos.
Embora cite no final do livro uma vasta referência bibliográfica, no transcorrer da obra ele se referencia muito a Super et al. (1957). Fica a impressão de que outros autores não foram pesquisados. Psico-USF (Impr.) vol.8 no.1 Itatiba Jan./June 2003.
Fonte:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-82712003000100013 Acesso em 29 de setembro de 2016.
Resenhas são gêneros textuais que circulam em diferentes esferas comunicativas. No que se refere ao Texto I, trata-se da esfera:
Questão 86 104903
UnB 1° Dia 2009/2Texto I
Talvez a única afirmação suficientemente justa a respeito da função da música no cinema é a de que, de uma maneira ou de outra, a música existe para “tocar” as pessoas. Ela pode emocionar, arrancar lágrimas, causar tensão, desconforto, incomodar, narrar um acontecimento, uma morte, uma perseguição, uma piada, um diálogo, um alívio, uma festa, descrever um movimento, criar um clima, acelerar uma situação, acalmá-la, enfim, de um jeito ou de outro, a boa composição não existe em vão. Ela está lá por algum motivo, e, ainda que não a ouçamos, podemos senti-la. O drama e a música são expressões culturais que obviamente têm valores e efeitos distintos e independentes (...). Parece haver um consenso entre a maioria dos compositores no sentido de que a música deve servir ao filme. Ela deve auxiliar a narrativa, seus personagens, seu ritmo, suas texturas, sua linguagem, seus requisitos dramáticos.
Tony Berchmans. A música do filme: tudo o que você gostaria de saber sobre a música de cinema. São Paulo: Escrituras, 2006, p. 20 (com adaptações).
Texto II
A trilha do filme Guerra nas Estrelas, composta por John Williams, ganhou vários prêmios, inclusive o Oscar de melhor trilha musical original. Acerca dessa trilha sonora, Tony Berchmans comenta:
“Quando aparece pela primeira vez o personagem Luke Skywalker, o tema principal soa em um arranjo leve e específico. Há vários motivos ao longo do filme, inclusive uma marcha militar que faz referência às forças militares do Império. O que Williams adora fazer é rearranjar de diversas maneiras a frase inicial do tema principal, formada pelas famosas sete notas (...).
Por fim, a música é dramaticamente descritiva e vai-se intensificando precisamente de acordo com a complicação da situação dos rebeldes. Até que, enfim, Luke Skywalker consegue atingir o objetivo, e a música dá um alívio à sua tensão.”
Idem, ibidem, p. 86.
Tendo esses textos como referência, julgue o item que se segue.
É correto concluir da descrição apresentada no texto II que o desenvolvimento da trilha sonora de Guerra nas Estrelas narra a sequência de ações que se estabelece no filme: a instalação do conflito, o seu ápice e a sua resolução.
Questão 74 14045710
UnB Conhecimentos Gerais 2024/2Com base na imagem precedente, que consiste em uma postagem de matéria jornalística em rede social, assinale a opção correta no item a seguir, que é do tipo C.
Em relação à postagem, é correto afirmar que
Pastas
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