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Acesse GrátisQuestões de Português - Leitura e interpretação de textos
Questão 9 5259927
CESMAC 1° Dia 2021.2TEXTO
Millôr, exercitando sua competência de linguista por intuição, escreveu a declaração abaixo:
"Nenhuma língua morreu por falta de gramáticos: algumas estagnaram por ausência de escritores. Nenhuma sobreviveu sem povo.”
Por essa declaração, fica obviamente declarado que, na constituição e na manutenção de uma língua, o essencial são:
Questão 2 3637270
CESMAC Medicina 1° Dia 2020/2TEXTO
O acesso à educação
(1) Há pouco mais de um século, o Brasil conseguiu abolir a vergonhosa escravização de seres humanos. Mas, nossa abolição da escravatura não resolveu outro tipo de escravatura: a exclusão absoluta, principalmente daquilo que hoje consideramos um direito básico da humanidade – o acesso ao conhecimento, à educação.
(2) A exclusão do conhecimento é a principal causa de todas as demais exclusões. Para se ter uma ideia, em 1928, 80% dos alunos que estudavam no equivalente ao ensino médio frequentavam escolas católicas, particulares, pagas. Quem eram esses estudantes? Filhos da elite. 70% dos que nasciam naquela época estavam condenados ao analfabetismo.
(3) A cultura que fomos criando nesse país foi a cultura fidalga, a ideia de quem nasce em berço de ouro não precisa esforçar-se, não precisa trabalhar – isso é coisa de escravo! – não precisa estudar, não precisa ler, pois sua situação de privilégio seria um direito de nascença.
(4) Há uma frase imortal de Confúcio que nos serve como nunca agora, nos alvores de um novo milênio totalmente tecnológico, baseado no conhecimento: “Onde houver boa educação não haverá distinção de classes.” Nossa história tem sido a da eternização da injusta divisão de privilégios através da negação da escola para todos. Vamos mudar a história da exclusão. Podemos fazê-lo! Para isso, precisamos mexer em nossa própria maneira de ver a educação. Por causa da tradição cultural a que me referi, este é um país onde a luta pelo conhecimento e pela leitura não faz parte de nossos valores maiores. Mesmo nossas elites, que podem comprar livros, leem pouco. Quem trabalha em educação sabe que muitos pais de classe média se sacrificam para comprar os tênis da moda para seu filho, mas esperneiam quando a professora pede a compra de um livro.
(5) Nossa civilização começou com o arrasamento do paubrasil deste país para tingir os veludos das cortes europeias e foi-se desenvolvendo até chegar a nossos dias, quando a posse do carro do ano é mais importante do que ter uma pequena biblioteca em casa.
(6) Nosso problema não é apenas problema do governo, mas de todos nós. Hoje, há escolas para quase todos. Mas, temos de lutar para que elas melhorem sua qualidade de atuação.
(Pedro Bandeira. O ofício de escrever para quem não gosta de ler. Fragmento da conferência proferida no II Congresso Internacional de Educação. Recife, 2003. Adaptado).
O Texto, ao fazer referência à abolição da escravatura, anuncia, em meio a palavras de louvor, uma espécie de grande queixa; a queixa de que:
Questão 3 3637271
CESMAC Medicina 1° Dia 2020/2TEXTO
O acesso à educação
(1) Há pouco mais de um século, o Brasil conseguiu abolir a vergonhosa escravização de seres humanos. Mas, nossa abolição da escravatura não resolveu outro tipo de escravatura: a exclusão absoluta, principalmente daquilo que hoje consideramos um direito básico da humanidade – o acesso ao conhecimento, à educação.
(2) A exclusão do conhecimento é a principal causa de todas as demais exclusões. Para se ter uma ideia, em 1928, 80% dos alunos que estudavam no equivalente ao ensino médio frequentavam escolas católicas, particulares, pagas. Quem eram esses estudantes? Filhos da elite. 70% dos que nasciam naquela época estavam condenados ao analfabetismo.
(3) A cultura que fomos criando nesse país foi a cultura fidalga, a ideia de quem nasce em berço de ouro não precisa esforçar-se, não precisa trabalhar – isso é coisa de escravo! – não precisa estudar, não precisa ler, pois sua situação de privilégio seria um direito de nascença.
(4) Há uma frase imortal de Confúcio que nos serve como nunca agora, nos alvores de um novo milênio totalmente tecnológico, baseado no conhecimento: “Onde houver boa educação não haverá distinção de classes.” Nossa história tem sido a da eternização da injusta divisão de privilégios através da negação da escola para todos. Vamos mudar a história da exclusão. Podemos fazê-lo! Para isso, precisamos mexer em nossa própria maneira de ver a educação. Por causa da tradição cultural a que me referi, este é um país onde a luta pelo conhecimento e pela leitura não faz parte de nossos valores maiores. Mesmo nossas elites, que podem comprar livros, leem pouco. Quem trabalha em educação sabe que muitos pais de classe média se sacrificam para comprar os tênis da moda para seu filho, mas esperneiam quando a professora pede a compra de um livro.
(5) Nossa civilização começou com o arrasamento do paubrasil deste país para tingir os veludos das cortes europeias e foi-se desenvolvendo até chegar a nossos dias, quando a posse do carro do ano é mais importante do que ter uma pequena biblioteca em casa.
(6) Nosso problema não é apenas problema do governo, mas de todos nós. Hoje, há escolas para quase todos. Mas, temos de lutar para que elas melhorem sua qualidade de atuação.
(Pedro Bandeira. O ofício de escrever para quem não gosta de ler. Fragmento da conferência proferida no II Congresso Internacional de Educação. Recife, 2003. Adaptado).
No segundo parágrafo, o autor interroga: “Quem eram esses estudantes?” Essa pergunta constitui:
Questão 8 3638094
CESMAC Medicina 1° Dia 2020/2TEXTO
O que faz o brasil, Brasil?
(1) O “brasil”, com b minúsculo, é apenas um objeto sem vida, autoconsciência ou pulsação interior, pedaço de coisa que morre e não tem a menor condição de se reproduzir como sistema; como, aliás, queriam alguns teóricos sociais do século XIX, que viam na terra – um pedaço perdido de Portugal e da Europa – um conjunto doentio e condenado de raças que, misturando-se ao sabor de uma natureza exuberante e de um clima tropical, estariam fadadas à degeneração e à morte biológica, psicológica e social.
(2) Mas o Brasil com B maiúsculo é algo muito mais complexo. É país, cultura, local geográfico, fronteira e território, reconhecidos internacionalmente e também casa, pedaço de chão calçado com o calor de nossos corpos, lar, memória e consciência de um lugar, com o qual se tem uma ligação especial, única, totalmente sagrada.
(3) É igualmente um tempo singular cujos eventos são exclusivamente seus, e também temporalidade que pode ser acelerada na festa do Carnaval; que pode ser detida na morte e na memória e que pode ser trazida de volta na boa recordação da saudade. Tempo e temporalidade de ritmos localizados e, assim, insubstituíveis.
(4) Sociedade onde pessoas seguem certos valores e julgam as ações humanas dentro de um padrão somente seu. Não se trata mais de algo inerte, mas de uma entidade, cheia de autorreflexão e consciência: algo que se soma e se alarga para o futuro e para o passado, num movimento próprio que se chama história.
(5) Aqui, o Brasil é um ser, em parte reconhecido e em parte misterioso, como um grande e poderoso espírito. Como um Deus que está em todos os lugares e em nenhum, mas que também precisa dos homens para que possa se saber superior e onipotente. Onde quer que haja um brasileiro adulto existe com ele o Brasil e, no entanto – tal como acontece com as divindades –, será preciso produzir e provocar a sua manifestação para que se possa sentir sua concretude e seu poder. Caso contrário, sua presença é tão inefável como a do ar que respira e dela não se teria consciência a não ser pela comparação, pelo contraste e pela percepção de algumas de suas manifestações mais contundentes.
(Roberto DaMatta. O que faz o brasil, Brasil? Rio de Janeiro, Rocco, 1986, p. 11-12. Adaptado)
A estratégia textual de referir os nomes de ‘brasil’ e de ‘Brasil’ constitui, sabiamente, um recurso:
Questão 29 6146041
UEA-Específico Exatas 2020Leia os parágrafos de E. H. Gombrich para responder à questão.
Nada existe realmente a que se possa dar o nome Arte. Existem somente artistas. Outrora, eram homens que apanhavam um punhado de terra colorida e com ela modelavam toscamente as formas de um bisão na parede de uma caverna; hoje, alguns compram suas tintas e desenham cartazes para tapumes; eles faziam e fazem muitas outras coisas. Não prejudica ninguém dar o nome de arte a todas essas atividades, desde que se conserve em mente que tal palavra pode significar coisas muito diferentes, em tempos e lugares diferentes, e que Arte com A maiúsculo não existe. Na verdade, Arte com A maiúsculo passou a ser algo como um bicho-papão, como um fetiche. Podemos esmagar um artista dizendo-lhe que o que ele acaba de fazer pode ser excelente a seu modo, só que não é “Arte”. E podemos desconcertar qualquer pessoa que esteja contemplando com deleite uma tela, declarando que aquilo que ela tanto aprecia não é Arte, mas uma coisa muito diferente.
Na realidade, não penso que existam quaisquer razões erradas para se gostar de uma estátua ou de uma tela. Alguém pode gostar de certa paisagem porque esta lhe recorda a terra natal ou de um retrato porque lhe lembra um amigo. Nada há de errado nisso. Todos nós, quando vemos um quadro, somos fatalmente levados a recordar mil e uma coisas que influenciam o nosso agrado ou desagrado. Na medida em que essas lembranças nos ajudam a fruir do que vemos, não temos por que nos preocupar. Só quando alguma recordação irrelevante nos torna preconceituosos, quando instintivamente voltamos as costas a um quadro magnífico de uma cena alpina porque não gostamos de praticar o alpinismo, é que devemos sondar o nosso íntimo para desvendar as razões da aversão que estraga um prazer que, de outro modo, poderíamos ter tido. Existem razões erradas para não se gostar de uma obra de arte.
(A história da arte, 2012.)
De acordo com o primeiro parágrafo do texto,
Questão 29 6205796
UEA-Específico Humanas 2020Leia os parágrafos de E. H. Gombrich para responder a qeustão.
Nada existe realmente a que se possa dar o nome Arte. Existem somente artistas. Outrora, eram homens que apanhavam um punhado de terra colorida e com ela modelavam toscamente as formas de um bisão na parede de uma caverna; hoje, alguns compram suas tintas e desenham cartazes para tapumes; eles faziam e fazem muitas outras coisas. Não prejudica ninguém dar o nome de arte a todas essas atividades, desde que se conserve em mente que tal palavra pode significar coisas muito diferentes, em tempos e lugares diferentes, e que Arte com A maiúsculo não existe. Na verdade, Arte com A maiúsculo passou a ser algo como um bicho-papão, como um fetiche. Podemos esmagar um artista dizendo-lhe que o que ele acaba de fazer pode ser excelente a seu modo, só que não é “Arte”. E podemos desconcertar qualquer pessoa que esteja contemplando com deleite uma tela, declarando que aquilo que ela tanto aprecia não é Arte, mas uma coisa muito diferente
Na realidade, não penso que existam quaisquer razões erradas para se gostar de uma estátua ou de uma tela. Alguém pode gostar de certa paisagem porque esta lhe recorda a terra natal ou de um retrato porque lhe lembra um amigo. Nada há de errado nisso. Todos nós, quando vemos um quadro, somos fatalmente levados a recordar mil e uma coisas que influenciam o nosso agrado ou desagrado. Na medida em que essas lembranças nos ajudam a fruir do que vemos, não temos por que nos preocupar. Só quando alguma recordação irrelevante nos torna preconceituosos, quando instintivamente voltamos as costas a um quadro magnífico de uma cena alpina porque não gostamos de praticar o alpinismo, é que devemos sondar o nosso íntimo para desvendar as razões da aversão que estraga um prazer que, de outro modo, poderíamos ter tido. Existem razões erradas para não se gostar de uma obra de arte.
(A história da arte, 2012.)
De acordo com o primeiro parágrafo do texto,